Em que caso a Bíblia permite o divórcio?
O padrão divino para o casamento é, segundo as
palavras de Jesus, que seja indissolúvel (Marcos 10.9). Mas há uma larga
diferença entre o ideal e o real. Logo, conhecendo a dureza do coração humano e
seus problemas de relacionamento, Deus permitiu exceções ao Seu projeto
inicial, especialmente em casos de violência doméstica, abusos emocionais e
sexuais e casos contumazes de adultério.
Quando foi indagado a respeito de o divórcio ser ou
não permitido segundo a Lei mosaica, Jesus explicou: Moisés, por causa da
dureza do vosso coração, vos permitiu repudiar vossa mulher; mas, ao princípio,
não foi assim. Eu vos digo, porém, que qualquer que repudiar sua mulher, não
sendo por causa de prostituição, e casar com outra, comete adultério; e o que
casar com a repudiada também comete adultério. Mateus 19.8,9
Não havendo infidelidade, o divórcio é ilegítimo,
pois não põe ¬ m ao vínculo do casamento. Mas, o mesmo não se pode dizer quando
o motivo é o adultério. No caso de simples repúdio por motivo fútil, o divórcio
é ilegítimo aos olhos de Deus.
De acordo com a Bíblia, para Deus, o ideal é que
não haja traição e que, havendo, o perdão seja liberado. Mas, por causa da
dureza do coração do homem (Mateus 19.8), da sua incapacidade de perdoar, o
traído pode divorciar-se e casar-se de novo.
Entretanto, isso não significa que o divórcio deva
acontecer automaticamente quando o cônjuge comete adultério. Aqueles que
descobrem que seu parceiro foi infiel devem primeiro fazer todo o esforço para
perdoar, reconciliar-se e restaurar o relacionamento.
O divórcio deve ser empregado apenas em última
instância, quando o adúltero não demonstrar arrependimento genuíno repetindo
esse ato vil que abala a confiança do cônjuge, machuca-o e desestrutura o
vínculo conjugal.
Algumas pessoas empregam Romanos 7.1-3 para
respaldar uma posição contrária a um novo casamento em qualquer hipótese.
Afirmam que o que traiu e o que foi traído estão ligados até a morte. O
contexto não permite tal entendimento. O objetivo do apóstolo Paulo era
mostrar, especificamente aos judeus, a diferença entre a antiga e a nova
aliança.
Utilizar esse texto para condenar o divórcio em
qualquer hipótese é ser mais duro do que Jesus. É obrigar a pessoa a conviver
com o outro sem jamais poder divorciar-se, ainda que seja traída ou agredida
repetida e continuamente.
Se a nova aliança condenasse alguém a esse tipo de
jugo, não se faria superior em nada à antiga, já que a Lei mosaica, nesse
sentido, seria mais humana, tolerante e justa. Os judeus não tinham o casamento
como indissolúvel. Eles conheciam as exceções. Jesus as interpretou de forma
mais eficaz e restrita.
SUGESTÕES DE LEITURA:
Marcos 10.1-12; Lucas 16.18; Romanos 7.3
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