terça-feira, 7 de junho de 2016

LIÇÃO 11 - A TOLERANCIA CRISTÃ - 2 TRIM. 2016



Lições Bíblicas CPAD – Adultos – 2º Trimestre de 2016
Título: Maravilhosa Graça — O Evangelho de Jesus Cristo revelado na carta aos Romanos – Comentarista: José Gonçalves
Lição 11: A tolerância cristã – Data: 12 de Junho de 2016

 

TEXTO ÁUREO
Porque o Reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo(Rm 14.17).


VERDADE PRÁTICA
Os crentes mais maduros não devem agir egoisticamente, mas precisam atuar como modelo para os mais fracos.


Respeito entre Irmãos (Romanos 14:1-23)
Capítulo 14
 11 
Porque está escrito: “ “Por mim mesmo jurei”, diz o Senhor, “diante de mim todo joelho se dobrará e toda língua confessará que sou Deus”” [89].
[89] Is 45.23

 12 
Assim, cada um de nós prestará contas de si mesmo a Deus.

 13 
Portanto, deixemos de julgar uns aos outros. Em vez disso, façamos o propósito de não colocar pedra de tropeço ou obstáculo no caminho do irmão.

 14 
Como alguém que está no Senhor Jesus, tenho plena convicção de que nenhum alimento[90] é por si mesmo impuro, a não ser para quem assim o considere; para ele é impuro.
[90] Ou de que nada

 15 
Se o seu irmão se entristece devido ao que você come, você já não está agindo por amor. Por causa da sua comida, não destrua seu irmão, por quem Cristo morreu.

 16 
Aquilo que é bom para vocês não se torne objeto de maledicência.

 17 
Pois o Reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, paz e alegria no Espírito Santo;

 18 
aquele que assim serve a Cristo é agradável a Deus e aprovado pelos homens.

 19 
Por isso, esforcemo-nos em promover tudo quanto conduz à paz e à edificação mútua.

 20 
Não destrua a obra de Deus por causa da comida. Todo alimento é puro, mas é errado comer qualquer coisa que faça os outros tropeçarem.

 21 
É melhor não comer carne nem beber vinho, nem fazer qualquer outra coisa que leve seu irmão a cair[91].
[91] Vários manuscritos acrescentam ou a escandalizar-se, ou a enfraquecer-se.

 22 
Assim, seja qual for o seu modo de crer a respeito destas coisas, que isso permaneça entre você e Deus. Feliz é o homem que não se condena naquilo que aprova.

 23 
Mas aquele que tem dúvida é condenado se comer, porque não come com fé; e tudo o que não provém da fé é pecado.


Neste capítulo, Paulo aplica o amor fraternal à convivência de irmãos, quando surgem diferenças.

Acolher os fracos (1-12)
Os que se julgam fortes devem acolher os fracos, mas não para discutir opiniões (1). As questões que Paulo trata aqui envolvem a consciência de irmãos que ainda não reconhecem determinadas liberdades em Cristo. Não são divergências sobre doutrinas reveladas por Deus. Não devemos usar este texto para justificar a cumplicidade no pecado, mas devemos ceder em questões de opinião para não ferir a consciência de um irmão mais fraco na fé.
A primeira aplicação: comer carne (2-4). Deus não proibia que o cristão comesse carne (embora proíba comer carne oferecida aos ídolos – Apocalipse 2:14), mas alguns tiveram dificuldade em aceitar esta liberdade. A decisão de comer carne ou não era uma questão particular.
A segunda aplicação: fazer distinção entre dias (5-6). É bem possível que alguns cristãos judeus ainda acharam melhor descansarem no sábado, ou talvez ainda comemoraram alguns dias de festas, possivelmente como feriados nacionais. Paulo ensinou os irmãos a tolerarem tais diferenças de consciência.

Nas instruções sobre tolerância, Paulo diz que devemos:
1. Aceitar o débil (fraco), mas não para discutir opiniões (1). Devemos ensinar as doutrinas bíblicas, mas não devemos insistir em defender alguma liberdade não-essencial.
2. Em questões onde Deus não definiu uma única maneira de agir, respeitar as decisões dos outros (3).
3. Lembrar que o nosso irmão é, primeiramente, um servo de Deus e, como tal, será julgado por Deus (4,10-12).
4. Respeitar a nossa própria consciência e, acima de tudo, a vontade de Deus, porque pertencemos ao Senhor na vida e na morte (5-9,12).

Devemos evitar abusos desse trecho, tais como:
1. Irmãos teimosos recusarem estudar questões difíceis, alegando serem fracos na fé.
2. Aplicar esses princípios (onde há diversas opções lícitas) para tolerar doutrinas ou práticas que vão além da permissão de Deus.
3. Não tolerar diferenças em questões de liberdade pessoal.
4. Insistir em fazer as coisas “do nosso jeito” quando existem outras opções bíblicas.
5. Julgar os outros com base nas nossas opiniões.

Consciência e Fé (13-23)
Aqui, Paulo leva os mesmos princípios adiante, mostrando o perigo de agir de uma maneira que prejudique um irmão. Não devemos julgar os irmãos, nem devemos fazer com que um deles tropece (13). Mesmo em casos de coisas lícitas, devemos evitar ferir a consciência do irmão. Se insistir em usar todas as nossas liberdades, o nosso bem pode ser desprezado (14-16).
A ênfase no reino de Deus não é a liberdade de comer ou beber alguma coisa, e sim a de participar da justiça e alegria no Espírito Santo (17). Quando servimos a Deus, agradamos ao Senhor e aos homens (18). Desta maneira, promo-vemos a paz e a edificação (19). Se insistir-rmos em usar as nossas liberdades, sem considerar a consciência do irmão, estaría-mos destruindo a obra de Deus (20-21). É melhor abrir mão de algum privilégio do que fazer um irmão tropeçar.
É importantíssimo mantermos a nossa consciência limpa diante de Deus, nada fazendo na dúvida (22-23).

A Prática do Amor (Romanos 15:1-21)
Capítulo 15
 1 
Nós, que somos fortes, devemos suportar as fraquezas dos fracos, e não agradar a nós mesmos.

 2 
Cada um de nós deve agradar ao seu próximo para o bem dele, a fim de edificá-lo.

 3 
Pois também Cristo não agradou a si próprio, mas, como está escrito: “Os insultos daqueles que te insultam caíram sobre mim” [92].
[92] Sl 69.9

 4 
Pois tudo o que foi escrito no passado, foi escrito para nos ensinar, de forma que, por meio da perseverança e do bom ânimo procedentes das Escrituras, mantenhamos a nossa esperança.

 5 
O Deus que concede perseverança e ânimo dê-lhes um espírito de unidade, segundo Cristo Jesus,

 6 
para que com um só coração e uma só voz vocês glorifiquem ao Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo.

 7 
Portanto, aceitem-se uns aos outros, da mesma forma que Cristo os aceitou, a fim de que vocês glorifiquem a Deus.

 8 
Pois eu lhes digo que Cristo se tornou servo dos que são da circuncisão, por amor à verdade de Deus, para confirmar as promessas feitas aos patriarcas,

 9 
a fim de que os gentios glorifiquem a Deus por sua misericórdia, como está escrito: “Por isso, eu te louvarei entre os gentios; Cantarei louvores ao teu nome” [93].
[93] 2Sm 22.50; Sl 18.49

 10 
E também diz: “Cantem de alegria, ó gentios, com o povo dele” [94].
[94] Dt 32.43

 11 
E mais: “Louvem o Senhor, todos vocês, gentios; cantem louvores a ele todos os povos” [95].
[95] Sl 117.1

 12 
E Isaías também diz: “Brotará a raiz de Jessé, aquele que se levantará para reinar sobre os gentios; estes colocarão nele a sua esperança” [96].
[96] Is 11.10

 13 
Que o Deus da esperança os encha de toda alegria e paz, por sua confiança nele, para que vocês transbordem de esperança, pelo poder do Espírito Santo.

 14 
Meus irmãos, eu mesmo estou convencido de que vocês estão cheios de bondade e plenamente instruídos, sendo capazes de aconselhar-se uns aos outros.

 15 
A respeito de alguns assuntos, eu lhes escrevi com toda a franqueza, principalmente para fazê-los lembrar-se novamente deles, por causa da graça que Deus me deu,

 16 
de ser um ministro de Cristo Jesus para os gentios, com o dever sacerdotal de proclamar o evangelho de Deus, para que os gentios se tornem uma oferta aceitável a Deus, santificados pelo Espírito Santo.

 17 
Portanto, eu me glorio em Cristo Jesus, em meu serviço a Deus.
18 
Não me atrevo a falar de nada, exceto daquilo que Cristo realizou por meu intermédio em palavra e em ação, a fim de levar os gentios a obedecerem a Deus,

 19 
pelo poder de sinais e maravilhas e por meio do poder do Espírito de Deus. Assim, desde Jerusalém e arredores, até o Ilírico[97], proclamei plenamente o evangelho de Cristo.
[97] Região da costa leste do mar Adriático.

 20 
Sempre fiz questão de pregar o evangelho onde Cristo ainda não era conhecido, de forma que não estivesse edificando sobre alicerce de outro.

 21 
Mas antes, como está escrito: “Hão de vê-lo aqueles que não tinham ouvido falar dele, e o entenderão aqueles que não o haviam escutado” [98].
[98] Is 52.15

 22 
É por isso que muitas vezes fui impedido de chegar até vocês.

 23 
Mas agora, não havendo nestas regiões nenhum lugar em que precise trabalhar, e visto que há muitos anos anseio vê-los,

 24 
planejo fazê-lo quando for à Espanha. Espero visitá-los de passagem e dar-lhes a oportunidade de me ajudarem em minha viagem para lá, depois de ter desfrutado um pouco da companhia de vocês.

 25 
Agora, porém, estou de partida para Jerusalém, a serviço dos santos.

 26 
Pois a Macedônia e a Acaia tiveram a alegria de contribuir para os pobres dentre os santos de Jerusalém.

 27 
Tiveram prazer nisso, e de fato são devedores aos santos de Jerusalém. Pois, se os gentios participaram das bênçãos espirituais dos judeus, devem também servir aos judeus com seus bens materiais.

 28 
Assim, depois de completar essa tarefa e de ter a certeza de que eles receberam esse fruto, irei à Espanha e visitarei vocês de passagem.

 29 
Sei que, quando for visitá-los, irei na plenitude da bênção de Cristo.

 30 
Recomendo-lhes, irmãos, por nosso Senhor Jesus Cristo e pelo amor do Espírito, que se unam a mim em minha luta, orando a Deus em meu favor.

 31 
Orem para que eu esteja livre dos descrentes da Judéia e que o meu serviço em Jerusalém seja aceitável aos santos,

 32 
de forma que, pela vontade de Deus, eu os visite com alegria e juntamente com vocês desfrute de um período de refrigério.

 33 
O Deus da paz seja com todos vocês. Amém.

A primeira parte do capítulo 15 continua com as instruções dos capítulos anteriores, mostrando a aplicação prática nas relações entre irmãos. Da mesma maneira que Cristo agiu para agradar a outros e não a si mesmo, nós devemos colocar outros acima de nós, assim demonstrando o verdadeiro amor fraternal.

Edificar o Próximo (1-6)
Os fortes devem suportar os fracos (1). Devem mostrar compaixão, compreensão, paciência e tolerância para com os irmãos que não entendem algumas das liberdades que temos em Cristo.
Quando se trata de edificação, devemos agir para agradar e ajudar o nosso próximo, colocando os interesses dele acima dos nossos (2).
Jesus deu o perfeito exemplo quando colocou os interesses dos homens pecadores acima de seus próprios (3).
Depois de citar a profecia de Salmo 69:9 no versículo 3, Paulo acrescenta um comentário sobre o valor do Velho Testamento. As Escrituras servem para nos ensinar e nos dar consolação e esperança (4).
Embora Paulo tenha mostrado que a Lei do Velho Testamento não salva, e não governa o homem hoje em dia, ele ainda defende a importância do estudo desta parte das Escrituras. Nós não procuramos um padrão para a igreja no Velho Testamento, mas dele aprendemos muito sobre a importância da fé e obediência do homem, e sobre o caráter de Deus, incluindo a sua fidelidade em cumprir as suas promessas.
O exemplo de Jesus deve ser aplicado na prática em nossas vidas, para que possamos levantar uma voz para o glorificar (5-6; compare João 17:20-21).

Receber os Outros (7-13)
No Espírito de Cristo, quem recebeu pecadores e os fez santos, devemos receber uns aos outros (7). Jesus veio como “ministro da circuncisão” (dos judeus) para cumprir as promessas feitas aos patriarcas (8). Mas essas promessas incluíam a salvação dos gentios, também! (9-12). As citações aqui incluem passagens como Salmo 18:49; 2 Samuel 22:50; Deuteronômio 32:43; Salmo 117:1 e Isaías 11:10.
Paulo acrescenta uma oração pedindo gozo, paz e esperança para os irmãos romanos (13).

Admoestar com Amor (14-21)
Paulo expressa sua confiança na capacidade dos irmãos para admoestar uns aos outros, dizendo que eles demonstram:
(a) bondade e
(b) conhecimento para isso (14).
O conhecimento não é o suficiente para admoestar alguém! Precisamos de conhecimento junto com um espírito de bondade, realmente querendo o melhor para a pessoa corrigida!
Paulo explicou o motivo de falar com ousadia. Ele não queria deixar nada impedir o trabalho de Deus entre os gentios (15-16).
Paulo se gloriou em Cristo nas coisas de Deus (17-21). Foi Cristo que trabalhou, por intermédio de Paulo, entre os gentios (18). O Espírito Santo confirmou a sua mensagem pelos milagres que Paulo realizou (19). Ele levou a palavra a lugares onde o nome de Cristo, anteriormente, foi desconhecido (20-21).

Cooperando em Cristo (Romanos 15:22 – 33)
Nos primeiros 11 capítulos desta carta, Paulo apresentou argumentos doutrinários, mostrando a necessidade universal do evangelho. De 12:1 - 15:21, ele deu diversos ensinamentos práticos, destacando a importância do amor entre irmãos. Ele encerra o livro com comentários sobre seus planos e algumas saudações pessoais.
Planos de Viagens (15:22-29)
A divulgação do evangelho aos gentios em lugares novos impedia a desejada visita de Paulo a Roma (22). Ele achou que a visita seria possível num tempo próximo (23). Ele queria passar por Roma e ficar algum tempo antes de ir à Espanha, mas faria essa viagem depois de voltar para Jerusalém (24-25,28-29).
Paulo ia a Jerusalém levar a coleta oferecida pelos irmãos da Macedônia e da Acaia aos “pobres dentre os santos” naquela cidade (25-28; cf. Atos 24:17; 1 Coríntios 16:1-4; 2 Coríntios 8 e 9).
Ao invés de ter conflitos entre judeus e gentios, devem reconhecer a sua interdependência. Espiritualmente, os gentios deviam muito aos judeus. Materialmente, os judeus agora teriam uma dívida aos gentios.
Pedido de Oração (15:30-33)
Paulo pediu as orações dos romanos para que pudesse:
(a) ser livre dos rebeldes na Judéia,
(b) fazer seu serviço aos irmãos com uma boa aceitação e, depois,
(c) chegar em alegria a Roma.





O Fraco e o Forte
(Romanos 14:1 - 15:13)

Não julguem uns aos outros (14:1-12)
Este trecho de Romanos trata de questões de desacordos entre os irmãos
Os cristãos não vão concordar sempre em tudo
Seu nível de maturidade e de fé difere
Estas questões não eram fundamentais para o evangelho (14:17), mas eram assuntos de conscienciosa convicção perante Deus.
Ensinamento bem prático, porque situações de diferenças de crença freqüentemente se levantam entre irmãos de hoje.

Diferenças neste texto
Comer carne: alguns acreditavam que se podia, outros que não. Talvez isto fosse relacionado com as carnes imundas do Velho Testamento
Observação de dias: alguns comemoravam certos dias, outros tratavam todos os dias do mesmo modo. Talvez isto fosse relacionado com o sábado e outros dias festivos do Velho Testamento

Instruções aos fortes
Aceitem os fracos
Não desprezem o irmão fraco
Não discutam com ele

Instruções aos fracos
Não julguem seu irmão
É errado julgar o servo de Deus; seria como entrar no negócio de outra pessoa e começar a dar instruções aos empregados!

Princípios envolvidos
É preciso fazer tudo pelo Senhor
Cada um deve seguir suas convicções pessoais
Cristo é o juiz

Perguntas: 

1. Sobre quais questões os fortes e os fracos debateram?
2. Quais são as instruções aos fortes?
3. Quais são as instruções aos fracos?
4. Quais coisas devem os dois grupos fazer?

Não faça seu irmão tropeçar (14:13-23)
Significado (14:13-14)
Tentar o irmão ou encorajá-lo a violar sua consciência, suas convicções
Quando se faz o que se crê ser errado, peca-se, não importa se é objetivamente errado ou não
Motivos (14:15-18)
Machucar um irmão não está de acordo com o amor
Cristo morreu por seu irmão; não pense mais de sua comida do que Jesus pensou de sua própria vida! [Este versículo demonstra claramente a possibilidade de apostasia].
Se usássemos a liberdade que temos em Cristo de modo irresponsável, nosso bem seria falado como mal
O reino de Cristo não existe para satisfazer nossas preferências de alimentos e bebidas. Para insistir-se em comer tudo o que se quer é reduzir o reino a uma questão de preferências dietéticas. Estes assuntos são totalmente insignificantes
Aceitação por Deus, aprovação pelos homens

Resumo de princípios (14:19-23)
Procure a paz e a edificação
Evite qualquer coisa que cause dano espiritual a um irmão
Faça só aquilo que você pode fazer em boa consciência
Se eu violo minha consciência, demonstro que estou disposto a fazer o que creio ser errado
Assim mostro uma atitude rebelde ao Senhor

Perguntas:
1. Qual é a consequência de fazer com que o irmão viole sua consciência?
2. Por que é errado desobedecer a própria consciência?
3. O que deve ser a procura principal dos cristãos (14:19)?
4. Desafio adicional: Quais são as aplicações práticas para hoje em dia destes princípios?

Exemplo de Cristo (15:1-13)
O forte deve edificar o fraco (15:1-4)
Não a satisfação pessoal, mas o bem espiritual de meu irmão deve governar minha conduta
Negação de si mesmo é um traço principal de cristianismo
Cristo sofreu por nós; ele é o exemplo supremo
Paulo citou o Salmo 69 como prova de que Cristo não procurou seu próprio bem-estar; então, ele explica que as Escrituras do Velho Testamento são para nossa instrução

Oração para que Deus lhes conceda unidade para glorificar Deus (15:5- 6)
Deus é a fonte de toda a boa dádiva
Devemos fazer todas as coisas de acordo com Cristo; ele é nosso modelo supremo
Mostra que a unidade não exige concordância em cada detalhe (por exemplo, comer carne)

Aceitar uns aos outros (15:7-12)
De novo, Cristo é o modelo (15:3,5)
Cristo tornou-se judeu para abençoar os gentios, assim não deverá haver rivalidade
Provavelmente as diferenças em Romanos 14 envolviam diferenças entre judeus e gentios
Muitas citações do Velho Testamento mostram que o plano de Deus tinha sempre visado os gentios
A glória de Deus, novamente, é a meta (observe 15:6,9)

Ele conclui esta parte com uma oração (15:13)

Perguntas: 
1. O que os fortes devem fazer?
2. Quem é o modelo supremo?
3. Como os irmãos devem se relacionar?
4. Quais coisas foram realizadas através do ministério de Jesus?






LEITURA DIÁRIA
Mc 12.33 Amar o próximo é melhor que qualquer sacrifício
1Co 13.7 O amor tudo sofre, tudo crê e tudo suporta
Rm 14.4 Aquele que ama não julga o seu irmão
Rm 14.10 Não desprezemos os nossos irmãos
Rm 14.12 Cada um dará conta de si mesmo perante Deus, o Criador
 Rm 14.13 Deixemos de lado todo julgamento alheio

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Romanos 14.1-6.
1 — Ora, quanto ao que está enfermo na fé, recebei-o, não em contendas sobre dúvidas.
2 — Porque um crê que de tudo se pode comer, e outro, que é fraco, come legumes.
3 — O que come não despreze o que não come; e o que não come não julgue o que come; porque Deus o recebeu por seu.
4 — Quem és tu que julgas o servo alheio? Para seu próprio senhor ele está em pé ou cai; mas estará firme, porque poderoso é Deus para o firmar.
5 — Um faz diferença entre dia e dia, mas outro julga iguais todos os dias. Cada um esteja inteiramente seguro em seu próprio ânimo.
6 — Aquele que faz caso do dia, para o Senhor o faz. O que come para o Senhor come, porque dá graças a Deus; e o que não come para o Senhor não come e dá graças a Deus.

HINOS SUGERIDOS
79, 315 e 464 da Harpa Cristã.

OBJETIVO GERAL
Mostrar que o crente maduro precisa atuar como modelo para os mais fracos.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.
I. Saber que a igreja em Roma era uma igreja heterogênea;
II. Explicar que a igreja em Roma era tolerante com os mais fracos;
III. Compreender que assim como a igreja em Roma, a igreja atual precisa ser acolhedora.

INTERAGINDO COM O PROFESSOR
Professor, não se esqueça de incentivar os alunos a lerem toda a Epístola de Romanos para que tenham uma compreensão melhor do texto. Na lição de hoje estudaremos os capítulos 14 e 15 da Epístola aos Romanos. Nestes capítulos vemos que Paulo volta a tratar de questões práticas da fé. O apóstolo mostra que a igreja em Roma era bem heterogênea, por isso, os crentes não deviam entrar em discussões a respeito de convicções religiosas. Ele também mostra que era necessário tratar uns aos outros com respeito e amor. Paulo mostra que não temos o direito de julgar ninguém. Ele pergunta: “Quem és tu que julgas o servo alheio?” (v.4). Somente Deus conhece as verdadeiras intenções do coração. Como crentes, alcançados pela graça, precisamos amar, respeitar e tolerar os fracos na fé. A Igreja precisa ser um local de acolhimento, amor e paz, e não um tribunal.

Romanos 14 NTLH
Não julgue os seus irmãos na fé
Aceitem entre vocês quem é fraco na fé sem criticar as opiniões dessa pessoa. Por exemplo, algumas pessoas creem que podem comer de tudo, mas quem é fraco na fé come somente verduras e legumes. Quem come de tudo não deve desprezar quem não faz isso, e quem só come verduras e legumes não deve condenar quem come de tudo, pois Deus o aceitou.
Quem é você para julgar o escravo de alguém? Se ele vai vencer ou fracassar, isso é da conta do dono dele. E ele vai vencer porque o Senhor pode fazê-lo vencer.
Algumas pessoas pensam que certos dias são mais importantes do que outros, enquanto que outras pessoas pensam que todos os dias são iguais. Cada um deve estar bem firme nas suas opiniões. Quem dá mais valor a certo dia faz isso para honrar o Senhor. E também quem come de tudo faz isso para honrar o Senhor, pois agradece a Deus o alimento. E quem evita comer certas coisas faz isso para honrar o Senhor e dá graças a Deus. Porque nenhum de nós vive para si mesmo e nenhum de nós morre para si mesmo. Se vivemos, é para o Senhor que vivemos; e, se morremos, também é para o Senhor que morremos. Assim, tanto se vivemos como se morremos, somos do Senhor. Pois Cristo morreu e viveu de novo para ser o senhor tanto dos mortos como dos vivos. 10 Portanto, por que é que você, que só come verduras e legumes, condena o seu irmão? E, você, que come de tudo, por que despreza o seu irmão? Pois todos nós estaremos diante de Deus para sermos julgados por ele.
11 É isto o que as Escrituras Sagradas dizem: “Juro pela minha vida, diz o Senhor, que todos se ajoelharão diante de mim e todos afirmarão que eu sou Deus.”
12 Assim, cada um de nós prestará contas de si mesmo a Deus.

Não faça os seus irmãos caírem
13 Por isso paremos de criticar uns aos outros. Pelo contrário, cada um de vocês resolva não fazer nada que leve o seu irmão a tropeçar ou cair em pecado. 14 Por estar unido com o Senhor Jesus, eu estou convencido de que nada é impuro em si mesmo. Mas, se alguém pensa que alguma coisa é impura, então ela fica impura para ele. 15 Se você faz com que um irmão fique triste por causa do que você come, então você não está agindo com amor. Não deixe que a pessoa por quem Cristo morreu se perca por causa da comida que você come. 16 Não deem motivo para os outros falarem mal daquilo que vocês acham bom. 17 Pois o Reino de Deus não é uma questão de comida ou de bebida, mas de viver corretamente, em paz e com a alegria que o Espírito Santo dá.
18 E quem serve a Cristo dessa maneira agrada a Deus e é aprovado por todos.
19 Por isso procuremos sempre as coisas que trazem a paz e que nos ajudam a fortalecer uns aos outros na fé. 20 Por uma questão de comida, não destrua o que Deus fez. Todos os alimentos podem ser comidos, mas é errado comer alguma coisa quando isso faz com que outra pessoa caia em pecado. 21 O que está certo é não comer carne, não beber vinho, nem fazer qualquer outra coisa que leve um irmão a cair em pecado. 22 Mas guarde entre você mesmo e Deus o que você crê a respeito desse assunto. Feliz a pessoa que não é condenada pela consciência quando faz o que acha que deve fazer!
23 Mas quem tem dúvidas a respeito do que come é condenado por Deus quando come, pois aquilo que ele faz não se baseia na fé. E o que não se baseia na fé é pecado.

Romanos 15 NTLH
O dever de agradar os outros
Nós que somos fortes na fé devemos ajudar os fracos a carregarem as suas cargas e não devemos agradar a nós mesmos. Pelo contrário, cada um de nós deve agradar o seu irmão, para o bem dele, a fim de que ele cresça na fé. Pois nem o próprio Cristo procurou agradar a si mesmo; pelo contrário, como dizem as Escrituras Sagradas: “As ofensas daqueles que te insultaram caíram sobre mim.” Porque tudo o que está nas Escrituras foi escrito para nos ensinar, a fim de que tenhamos esperança por meio da paciência e da coragem que as Escrituras nos dão. Que Deus, que é quem dá paciência e coragem, ajude vocês a viverem bem uns com os outros, seguindo o exemplo de Cristo Jesus!
E isso para que vocês, todos juntos, como se fossem uma só pessoa, louvem ao Deus e Pai do nosso Senhor Jesus Cristo.

A boa notícia para todos os povos
Portanto, aceitem uns aos outros para a glória de Deus, assim como Cristo aceitou vocês. Pois eu lhes digo que Cristo se tornou servo dos judeus a fim de mostrar que Deus é fiel, para fazer com que se cumprissem as promessas feitas por Deus aos patriarcas e para fazer com que os não judeus louvassem a Deus pela sua bondade. Como dizem as Escrituras Sagradas: “Por isso eu te louvarei entre os que não são judeus e cantarei louvores a ti.”
 10 Elas dizem também: “Vocês que não são judeus, alegrem-se com o povo escolhido de Deus!”
11 E dizem ainda: “Todos os que não são judeus, louvem o Senhor!
Que todos os povos o louvem!”
12 E também Isaías diz: “Virá um descendente do rei Davi, filho de Jessé; ele aparecerá para governar os que não são judeus, e eles terão esperança nele.”
13 Que Deus, que nos dá essa esperança, encha vocês de alegria e de paz, por meio da fé que vocês têm nele, a fim de que a esperança de vocês aumente pelo poder do Espírito Santo!

A franqueza de Paulo
14 Meus irmãos, estou certo de que vocês estão cheios de bondade, sabem tudo o que é preciso saber e são capazes de dar conselhos uns aos outros. 15 Porém nesta carta me atrevi a escrever com toda a franqueza para fazer com que vocês lembrem de coisas que já sabem. Eu escrevi assim por causa do privilégio que Deus me deu 16 de ser servo de Cristo Jesus para trabalhar em favor dos que não são judeus. Eu sirvo como sacerdote ao anunciar o evangelho que vem de Deus. E faço isso para que os não judeus sejam uma oferta que Deus aceite, dedicada a ele pelo Espírito Santo. 17 Portanto, por estar unido com Cristo Jesus, posso me orgulhar do serviço que faço para Deus. 18 Eu me atreverei a falar somente do que Cristo tem feito por meio de mim a fim de levar os não judeus a obedecerem a Deus. E isso tem sido feito por meio de palavras e de ações, 19 pelo poder de sinais e milagres e pelo poder do Espírito de Deus. Assim, viajando desde Jerusalém até a província da Ilíria, tenho anunciado de modo completo o evangelho a respeito de Cristo. 20 Para não construir sobre alicerces colocados por outros, tenho me esforçado sempre para anunciar o evangelho nos lugares onde ainda não se falou de Cristo.
21 Como dizem as Escrituras Sagradas: “Aqueles que nunca ouviram falar a respeito dele o verão, e os que não tinham ouvido falar sobre ele o entenderão.”

O plano de Paulo para visitar Roma
22 Por essa razão muitas vezes eu quis visitá-los, mas isso não me foi possível. 23 Porém, já que terminei o meu trabalho nessas regiões e como há muitos anos tenho pensado em ver vocês, 24 espero fazer isso agora. Gostaria de vê-los quando fizer a minha viagem para a Espanha. Gostaria também que vocês me ajudassem a ir até lá, depois de eu ter o prazer de estar com vocês por algum tempo. 25 Mas agora vou a Jerusalém a serviço do povo de Deus que vive ali. 26 Pois as igrejas das províncias da Macedônia e da Acaia resolveram dar uma oferta para ajudar as pessoas do povo de Deus em Jerusalém que estão necessitadas. 27 Os próprios cristãos da Macedônia e da Acaia resolveram fazer isso; mas, de fato, eles têm a obrigação de ajudar aqueles necessitados. Os judeus repartiram os seus bens espirituais com os que não são judeus, e por isso os não judeus devem prestar, com os seus bens materiais, esse serviço cristão aos judeus. 28 Depois que eu terminar esse trabalho e que entregar toda a oferta que foi recolhida para eles, viajarei para a Espanha e no caminho visitarei vocês.
29 E sei que, quando for visitá-los, levarei comigo muitas bênçãos de Cristo.
30 Eu peço, irmãos, pelo nosso Senhor Jesus Cristo e pelo amor que o Espírito dá, que me ajudem, orando com fervor por mim. 31 Orem para que eu escape das pessoas da Judeia que não creem em Cristo e também para que a ajuda que eu vou levar a Jerusalém seja bem-aceita pelo povo de Deus que vive ali. 32 E assim, se Deus quiser, chegarei aí em Roma cheio de alegria e lhes farei uma visita que me dará um novo ânimo.
33 E que Deus, a nossa fonte de paz, esteja com todos vocês! Amém!


















COMENTÁRIO / INTRODUÇÃO

O apóstolo Paulo foi informado de que havia alguns conflitos na igreja de Roma, os quais giravam em torno da liberdade cristã. Alguns crentes, ainda imaturos, se escandalizavam com determinadas atitudes dos crentes, cuja a fé achava-se amadurecida. Esses conflitos, como acredita a maioria dos comentaristas, surgiram com o retorno de alguns judeus cristãos que haviam sido expulsos pelo imperador Cláudio. Estes, ao se juntarem à igreja formada em sua maioria por gentios, se escandalizaram com determinadas práticas. Paulo busca um ponto de equilíbrio a fim de que a obra de Cristo não sofresse nenhum dano. Este é o tema que vamos estudar.


PONTO CENTRAL
O crente precisa tolerar e amar os mais fracos na fé.








I. UMA IGREJA HETEROGÊNEA (Rm 14.1-12)
Capítulo 14
 1 
Aceitem o que é fraco na fé, sem discutir assuntos controvertidos.

 2 
Um crê que pode comer de tudo; já outro, cuja fé é fraca, come apenas alimentos vegetais.

 3 
Aquele que come de tudo não deve desprezar o que não come, e aquele que não come de tudo não deve condenar aquele que come, pois Deus o aceitou.

 4 
Quem é você para julgar o servo alheio? É para o seu senhor que ele está em pé ou cai. E ficará em pé, pois o Senhor é capaz de o sustentar.

 5 
Há quem considere um dia mais sagrado que outro[88]; há quem considere iguais todos os dias. Cada um deve estar plenamente convicto em sua própria mente.
[88] Grego: Há quem faça distinção entre um dia e outro.

 6 
Aquele que considera um dia como especial, para o Senhor assim o faz. Aquele que come carne, come para o Senhor, pois dá graças a Deus; e aquele que se abstém, para o Senhor se abstém, e dá graças a Deus.

 7 
Pois nenhum de nós vive apenas para si, e nenhum de nós morre apenas para si.

 8 
Se vivemos, vivemos para o Senhor; e, se morremos, morremos para o Senhor. Assim, quer vivamos, quer morramos, pertencemos ao Senhor.

 9 
Por esta razão Cristo morreu e voltou a viver, para ser Senhor de vivos e de mortos.

 10 
Portanto, você, por que julga seu irmão? E por que despreza seu irmão? Pois todos compareceremos diante do tribunal de Deus.

 11 
Porque está escrito: “ “Por mim mesmo jurei”, diz o Senhor, “diante de mim todo joelho se dobrará e toda língua confessará que sou Deus”” [89].
[89] Is 45.23

 12 
Assim, cada um de nós prestará contas de si mesmo a Deus.

1. A natureza da Igreja. É possível percebermos, nesta seção da Epístola aos Romanos, que Paulo apela para a natureza da Igreja a fim de corrigir o problema que nela surgiu. A Igreja é una, isto é, embora formada por pessoas de grupos diferentes, ela forma o corpo de Cristo. Para ser Igreja, ela precisa atender o critério da unidade. Não há judeus nem gentios, mas a Igreja de Deus. Ela é, portanto, indivisível. Esse é o primeiro aspecto que podemos perceber na linha argumentativa de Paulo. Nisto vemos a natureza heterogênea da Igreja. Essa Igreja una e indivisível é de natureza local e universal. Os crentes judeus e gentios deveriam, portanto, se conscientizar de que problemas de natureza local não poderiam sobrepor-se à universalidade da Igreja. A liberdade deveria ser respeitada, isto é, regulada pela lei do amor.

2. Os fracos na fé. Quem seriam os fracos na fé? Os crentes fracos eram principalmente cristãos judeus que se abstinham de certos tipos de alimentos, e observavam determinados dias em razão de sua contínua lealdade à Lei de Moisés (Rm 14.6,14:
Aquele que considera um dia como especial, para o Senhor assim o faz. Aquele que come carne, come para o Senhor, pois dá graças a Deus; e aquele que se abstém, para o Senhor se abstém, e dá graças a Deus.

 7 
Pois nenhum de nós vive apenas para si, e nenhum de nós morre apenas para si.

 8 
Se vivemos, vivemos para o Senhor; e, se morremos, morremos para o Senhor. Assim, quer vivamos, quer morramos, pertencemos ao Senhor.

 9 
Por esta razão Cristo morreu e voltou a viver, para ser Senhor de vivos e de mortos.

 10 
Portanto, você, por que julga seu irmão? E por que despreza seu irmão? Pois todos compareceremos diante do tribunal de Deus.

 11 
Porque está escrito: “ “Por mim mesmo jurei”, diz o Senhor, “diante de mim todo joelho se dobrará e toda língua confessará que sou Deus”” [89].
[89] Is 45.23

 12 
Assim, cada um de nós prestará contas de si mesmo a Deus.

 13 
Portanto, deixemos de julgar uns aos outros. Em vez disso, façamos o propósito de não colocar pedra de tropeço ou obstáculo no caminho do irmão.

 14 
Como alguém que está no Senhor Jesus, tenho plena convicção de que nenhum alimento[90] é por si mesmo impuro, a não ser para quem assim o considere; para ele é impuro.
[90] Ou de que nada
). Muitos judeus que haviam se convertido não conseguiam se libertar totalmente dos preceitos do judaísmo. Além de observar determinados rituais relacionados ao culto, eles queriam que os gentios fizessem o mesmo. Paulo teve que resolver problemas semelhantes na igreja de Corinto (1Co 8.1-13
Capítulo 8
 1 
Com respeito aos alimentos sacrificados aos ídolos, sabemos que todos temos conhecimento. [17] O conhecimento traz orgulho, mas o amor edifica.
[17] Ou ídolos, “todos temos conhecimento”, conforme vocês dizem.

 2 
Quem pensa conhecer alguma coisa, ainda não conhece como deveria.

 3 
Mas quem ama a Deus, este é conhecido por Deus.

 4 
Portanto, em relação ao alimento sacrificado aos ídolos, sabemos que o ídolo não significa nada no mundo e que só existe um Deus.

 5 
Pois, mesmo que haja os chamados deuses, quer no céu, quer na terra (como de fato há muitos “deuses” e muitos “senhores” ),

 6 
para nós, porém, há um único Deus, o Pai, de quem vêm todas as coisas e para quem vivemos; e um só Senhor, Jesus Cristo, por meio de quem vieram todas as coisas e por meio de quem vivemos.

 7 
Contudo, nem todos têm esse conhecimento. Alguns, ainda habituados com os ídolos, comem esse alimento como se fosse um sacrifício idólatra; e como a consciência deles é fraca, fica contaminada.

 8 
A comida, porém, não nos torna aceitáveis diante de Deus; não seremos piores se não comermos, nem melhores se comermos.

 9 
Contudo, tenham cuidado para que o exercício da liberdade de vocês não se torne uma pedra de tropeço para os fracos.

 10 
Pois, se alguém que tem a consciência fraca vir você que tem este conhecimento comer num templo de ídolos, não será induzido a comer do que foi sacrificado a ídolos?

 11 
Assim, esse irmão fraco, por quem Cristo morreu, é destruído por causa do conhecimento que você tem.

 12 
Quando você peca contra seus irmãos dessa maneira, ferindo a consciência fraca deles, peca contra Cristo.

 13 
Portanto, se aquilo que eu como leva o meu irmão a pecar, nunca mais comerei carne, para não fazer meu irmão tropeçar.
), Gálacia e Colossos. Esses cristãos — podemos chamá-los de imaturos — não conseguiram entender por completo a natureza da Nova Aliança em Cristo Jesus. Eram crentes nascidos de novo, mas ainda não haviam conseguido se libertar do legalismo.

3. Os fortes na fé. Se os crentes fracos eram formados por judeus crentes, mas que viviam ainda debaixo da velha aliança, os fortes eram formados tanto por judeus como por gentios que haviam alcançado um entendimento correto das implicações da Nova Aliança. Esse fato é confirmado pela afirmação do apóstolo Paulo que se enfileira com os fortes na fé (Rm 15.1: Nós, que somos fortes, devemos suportar as fraquezas dos fracos, e não agradar a nós mesmos.). Portanto, os fortes sabiam que não estavam mais debaixo da Lei, mas da graça.


SÍNTESE DO TÓPICO (I)

A Igreja é una, porém é formada por pessoas diferentes.


SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO
 “Juízo de valor (14.1)
Significa determinar, com base em nossas próprias crenças e convicções, que certa pessoa está em pecado. Quando uma pessoa se envolve num ato que a Bíblia tipifica como pecaminoso, não estamos fazendo juízo de valor ao classificar esse ato de pecado, mas, sim, estamos em concordância com Deus. É importante ter clara, na mente, essa distinção. A igreja deve disciplinar os crentes que pecam, mas ninguém, nem mesmo a congregação, tem o direito de emitir juízo de valor.
Forte e fraco (14.2). Para surpresa de muitos, é o fraco na fé (aetheneia: fraco, incapacitado) que tem problemas com a liberdade de outros, que desfrutam de uma fé mais forte! O forte na fé leva em conta que a espiritualidade não é uma questão de fazer ou não fazer, mas de amar e servir a Deus enquanto usufrui suas boas dádivas.
Desprezar (14.3). O problema de julgar os outros é que isso distorce relacionamentos, nos impede o entendimento e de compartilharmos a ajuda uns dos outros. Deus se agrada de nós, pelos nossos relacionamentos, não se comemos carne ou somos vegetariano” (RICHARDS, Lawrence O. Guia do Leitor da Bíblia: Uma análise de Gênesis a Apocalipse capítulo por capítulo. 10ª Edição. RJ: CPAD, 2012, p.750).












II. UMA IGREJA TOLERANTE (Rm 14.13-23)
13 
Portanto, deixemos de julgar uns aos outros. Em vez disso, façamos o propósito de não colocar pedra de tropeço ou obstáculo no caminho do irmão.

 14 
Como alguém que está no Senhor Jesus, tenho plena convicção de que nenhum alimento[90] é por si mesmo impuro, a não ser para quem assim o considere; para ele é impuro.
[90] Ou de que nada

 15 
Se o seu irmão se entristece devido ao que você come, você já não está agindo por amor. Por causa da sua comida, não destrua seu irmão, por quem Cristo morreu.

 16 
Aquilo que é bom para vocês não se torne objeto de maledicência.

 17 
Pois o Reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, paz e alegria no Espírito Santo;

 18 
aquele que assim serve a Cristo é agradável a Deus e aprovado pelos homens.

 19 
Por isso, esforcemo-nos em promover tudo quanto conduz à paz e à edificação mútua.

 20 
Não destrua a obra de Deus por causa da comida. Todo alimento é puro, mas é errado comer qualquer coisa que faça os outros tropeçarem.

 21 
É melhor não comer carne nem beber vinho, nem fazer qualquer outra coisa que leve seu irmão a cair[91].
[91] Vários manuscritos acrescentam ou a escandalizar-se, ou a enfraquecer-se.

 22 
Assim, seja qual for o seu modo de crer a respeito destas coisas, que isso permaneça entre você e Deus. Feliz é o homem que não se condena naquilo que aprova.

 23 
Mas aquele que tem dúvida é condenado se comer, porque não come com fé; e tudo o que não provém da fé é pecado.


1. A lei da liberdade. Um tema que Paulo trata com bastante ênfase na Epístola aos Romanos é o da liberdade em Cristo. Em Romanos 7.24 e 25,
24 
Miserável homem que eu sou! quem me livrará do corpo desta morte?

 25 
Dou graças a Deus por Jesus Cristo nosso Senhor. Assim que eu mesmo com o entendimento sirvo à lei de Deus, mas com a carne à lei do pecado.
o apóstolo tinha consciência da incapacidade de o crente se autolibertar. Por isso, ele glorifica a Deus, na pessoa de Jesus Cristo, por prover a libertação das garras do pecado. Em sua espístola endereçada à igreja da Galácia, ele escreveu que foi para a liberdade que Cristo nos chamou (Gl 5.1
 1 
Para a liberdade Cristo nos libertou; permanecei, pois, firmes e não vos dobreis novamente a um jogo de escravidão.   

). A liberdade cristã lhe dava certeza de uma coisa: “Eu sei e estou certo, no Senhor Jesus, que nenhuma coisa é de si mesma imunda, a não ser para aquele que a tem por imunda; para esse é imunda” (Rm 14.14). Essa é a lei da liberdade. A palavra grega koinos, traduzida aqui como imunda, se refere às coisas que a Lei Mosaica considerava comuns ou impuras. A lei da liberdade mostrava aos crentes maduros que eles estavam livres dos rudimentos da Lei de Moisés.

2. A lei do amor. O versículo 15 do capítulo 14 de Romanos diz: “Mas, se por causa da comida se contrista teu irmão, já não andas conforme o amor. Não destruas por causa da tua comida aquele por quem Cristo morreu”. Tendo chamado a atenção para a lei da liberdade, agora o apóstolo passa a falar de outra lei — a lei do amor. É o amor ágape de Deus. A lei da liberdade, exercitada por cristãos mais maduros, mostrou-lhes Paulo, permitia quebrar certas regras ritualísticas. Todavia se isso causasse algum escândalo nos crentes imaturos, então essa liberdade deveria ser restringida.

3. A lei da espiritualidade. Paulo passa a mostrar então o modelo de espiritualidade que deve conduzir tanto os crentes fortes como os fracos (Rm 14.22,23
 22 
Assim, seja qual for o seu modo de crer a respeito destas coisas, que isso permaneça entre você e Deus. Feliz é o homem que não se condena naquilo que aprova.

 23 
Mas aquele que tem dúvida é condenado se comer, porque não come com fé; e tudo o que não provém da fé é pecado.
22 
Tens tu fé? Tem-na em ti mesmo diante de Deus. Bem-aventurado aquele que não se condena a si mesmo naquilo que aprova.

 23 
Mas aquele que tem dúvidas, se come está condenado, porque não come por fé; e tudo o que não é de fé é pecado.
). O crente deve possuir convicção bem definida no exercício da sua fé. Ele deve ter critérios para que não se torne um antinomista ou legalista. A lei que deve regê-lo é a “lei de Cristo”.


SÍNTESE DO TÓPICO (II)

O crente, alcançado pela graça, precisa ser tolerante com os fracos na fé.


SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO

”Romanos 14.13
Alguns cristãos usam um invisível irmão mais fraco, para apoiar suas opiniões, seus preconceitos e padrões de comportamento. Dizem: ‘Você deve viver de acordo com esses padrões ou ofenderá um irmão mais fraco’. Na verdade, muitas vezes a pessoa ofenderia somente a quem lhe fez a recomendação. Embora Paulo estivesse nos conclamando a sermos sensíveis com aqueles cuja fé poderia ser prejudicada por nossos atos, não devemos sacrificar nossa liberdade em Cristo apenas para satisfazer as razões egoístas daqueles que tentam impor-nos suas opiniões. Não tema nem os critique, apenas siga a Cristo o mais próximo que puder.
14.14. No Concílio de Jerusalém (At 15), a igreja local, formada por judeus, pediu à igreja gentílica de Antioquia que recomendasse aos cristãos que não comessem carne sacrificada aos ídolos. Paulo estava no Concílio de Jerusalém e aceitou essa solicitação, não por pensar que comer essa carne seria um pecado, mas porque essa prática ofenderia profundamente muitos judeus. Paulo não considerava a questão tão séria, a ponto de dividir a Igreja: o desejo ao aceitar a recomendação da Igreja em Jerusalém foi promover a unidade entre os cristãos” (Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. RJ: CPAD, 2005, p.1576).













III. UMA IGREJA ACOLHEDORA (Rm 15.1-13)
Capítulo 15
 1 
Nós, que somos fortes, devemos suportar as fraquezas dos fracos, e não agradar a nós mesmos.

 2 
Cada um de nós deve agradar ao seu próximo para o bem dele, a fim de edificá-lo.

 3 
Pois também Cristo não agradou a si próprio, mas, como está escrito: “Os insultos daqueles que te insultam caíram sobre mim” [92].
[92] Sl 69.9

 4 
Pois tudo o que foi escrito no passado, foi escrito para nos ensinar, de forma que, por meio da perseverança e do bom ânimo procedentes das Escrituras, mantenhamos a nossa esperança.

 5 
O Deus que concede perseverança e ânimo dê-lhes um espírito de unidade, segundo Cristo Jesus,

 6 
para que com um só coração e uma só voz vocês glorifiquem ao Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo.

 7 
Portanto, aceitem-se uns aos outros, da mesma forma que Cristo os aceitou, a fim de que vocês glorifiquem a Deus.

 8 
Pois eu lhes digo que Cristo se tornou servo dos que são da circuncisão, por amor à verdade de Deus, para confirmar as promessas feitas aos patriarcas,

 9 
a fim de que os gentios glorifiquem a Deus por sua misericórdia, como está escrito: “Por isso, eu te louvarei entre os gentios; Cantarei louvores ao teu nome” [93].
[93] 2Sm 22.50; Sl 18.49

 10 
E também diz: “Cantem de alegria, ó gentios, com o povo dele” [94].
[94] Dt 32.43

 11 
E mais: “Louvem o Senhor, todos vocês, gentios; cantem louvores a ele todos os povos” [95].
[95] Sl 117.1

 12 
E Isaías também diz: “Brotará a raiz de Jessé, aquele que se levantará para reinar sobre os gentios; estes colocarão nele a sua esperança” [96].
[96] Is 11.10

 13 
Que o Deus da esperança os encha de toda alegria e paz, por sua confiança nele, para que vocês transbordem de esperança, pelo poder do Espírito Santo.

 14 
Meus irmãos, eu mesmo estou convencido de que vocês estão cheios de bondade e plenamente instruídos, sendo capazes de aconselhar-se uns aos outros.

 15 
A respeito de alguns assuntos, eu lhes escrevi com toda a franqueza, principalmente para fazê-los lembrar-se novamente deles, por causa da graça que Deus me deu,

 16 
de ser um ministro de Cristo Jesus para os gentios, com o dever sacerdotal de proclamar o evangelho de Deus, para que os gentios se tornem uma oferta aceitável a Deus, santificados pelo Espírito Santo.

 17 
Portanto, eu me glorio em Cristo Jesus, em meu serviço a Deus.

 18 
Não me atrevo a falar de nada, exceto daquilo que Cristo realizou por meu intermédio em palavra e em ação, a fim de levar os gentios a obedecerem a Deus,

 19 
pelo poder de sinais e maravilhas e por meio do poder do Espírito de Deus. Assim, desde Jerusalém e arredores, até o Ilírico[97], proclamei plenamente o evangelho de Cristo.
[97] Região da costa leste do mar Adriático.

 20 
Sempre fiz questão de pregar o evangelho onde Cristo ainda não era conhecido, de forma que não estivesse edificando sobre alicerce de outro.

 21 
Mas antes, como está escrito: “Hão de vê-lo aqueles que não tinham ouvido falar dele, e o entenderão aqueles que não o haviam escutado” [98].
[98] Is 52.15

 22 
É por isso que muitas vezes fui impedido de chegar até vocês.

 23 
Mas agora, não havendo nestas regiões nenhum lugar em que precise trabalhar, e visto que há muitos anos anseio vê-los,

 24 
planejo fazê-lo quando for à Espanha. Espero visitá-los de passagem e dar-lhes a oportunidade de me ajudarem em minha viagem para lá, depois de ter desfrutado um pouco da companhia de vocês.

 25 
Agora, porém, estou de partida para Jerusalém, a serviço dos santos.

 26 
Pois a Macedônia e a Acaia tiveram a alegria de contribuir para os pobres dentre os santos de Jerusalém.

 27 
Tiveram prazer nisso, e de fato são devedores aos santos de Jerusalém. Pois, se os gentios participaram das bênçãos espirituais dos judeus, devem também servir aos judeus com seus bens materiais.

 28 
Assim, depois de completar essa tarefa e de ter a certeza de que eles receberam esse fruto, irei à Espanha e visitarei vocês de passagem.

 29 
Sei que, quando for visitá-los, irei na plenitude da bênção de Cristo.

 30 
Recomendo-lhes, irmãos, por nosso Senhor Jesus Cristo e pelo amor do Espírito, que se unam a mim em minha luta, orando a Deus em meu favor.
 31 
Orem para que eu esteja livre dos descrentes da Judéia e que o meu serviço em Jerusalém seja aceitável aos santos,

 32 
de forma que, pela vontade de Deus, eu os visite com alegria e juntamente com vocês desfrute de um período de refrigério.

 33 
O Deus da paz seja com todos vocês. Amém.


1. O exemplo dos cristãos maduros. Como então deveriam agir os crentes fortes em relação aos fracos? Paulo respondeu: “Mas nós que somos fortes devemos suportar as fraquezas dos fracos e não agradar a nós mesmos. Portanto, cada um de nós agrade ao seu próximo no que é bom para edificação” (Rm 15.1,2:
Mas nós, que somos fortes, devemos suportar as fraquezas dos fracos, e não agradar a nós mesmos.

 2 
Portanto cada um de nós agrade ao seu próximo no que é bom para edificação.
). Os crentes maduros deveriam dar graças a Deus por entender o real propósito da Nova Aliança. Eles sabiam que “[...] o Reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo” (Rm 14.17).
16 
Não seja, pois, blasfemado o vosso bem;

 17 
Porque o reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo.

16 
Não seja pois censurado o vosso bem;   

 17 
porque o reino de Deus não consiste no comer e no beber, mas na justiça, na paz, e na alegria no Espírito Santo.   
16 
Não seja, pois, vituperado o vosso bem.

 17 
Porque o reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo.
16 
Não dêem motivo para os outros falarem mal daquilo que vocês acham bom.

 17 
Pois o Reino de Deus não é uma questão de comida ou de bebida, mas de viver corretamente, em paz e com a alegria que o Espírito Santo dá.

Exatamente por possuírem uma fé mais substancial, eles deveriam servir de modelo para aqueles que ainda não haviam alcançado esse nível de maturidade. O crente maduro, portanto, deve evitar as coisas que fazem aos mais fracos tropeçar. Isso, no entanto, não quer dizer que o crente forte ficará prisioneiro da consciência do crente fraco. Quer dizer que o crente forte é responsável também pelo crescimento e amadurecimento do fraco, mostrando-lhe com amor o que significa ser livre em Cristo.

2. O exemplo de Cristo. O exemplo para essa limitação da liberdade foi dada por Cristo, nosso Senhor (Rm 15.3: 3 Porque também Cristo não se agradou a si mesmo, mas como está escrito: Sobre mim caíram as injúrias dos que te injuriavam.). O argumento de Paulo é que, se o próprio Salvador não agradou a si mesmo, então por que os crentes que se consideravam mais espirituais não poderiam agir da mesma forma? Em Cristo, Deus mostrou tolerância para com os pecadores. Paulo já havia falado em Romanos 5.8: 8 Mas Deus dá prova do seu amor para conosco, em que, quando éramos ainda pecadores, Cristo morreu por nós., que o amor de Deus pelos homens foi mostrado de forma graciosa quando Cristo morreu por eles, sendo ainda pecadores.

3. O exemplo das Escrituras. Paulo apela então às Escrituras como instrumento aferidor da espiritualidade (Rm 15.4: 4 Porquanto, tudo que dantes foi escrito, para nosso ensino foi escrito, para que, pela constância e pela consolação provenientes das Escrituras, tenhamos esperança.). Ele chama atenção dos crentes, tanto fortes como fracos, exortando e dizendo que o ensino das Escrituras deve ter um efeito prático em nossa vida. Ela não foi escrita apenas como um livro de valor histórico, mas é a inspirada Palavra de Deus e, portanto, deve ser normatizadora da vida do crente. Ela foi escrita não para ser um instrumento de discórdia ou aprisionamento, mas para alimentar a nossa esperança.


SÍNTESE DO TÓPICO (III)

A igreja precisa ser um lugar de acolhimento e não um tribunal.









SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO

“No exemplo de Cristo 15.1-13
De certo modo, Paulo dá continuidade ao assunto do capítulo 14, porém, com uma visão especial.
vv.1,2 — Nestes dois versículos a exortação continua quanto às relações entre os crentes denominados ‘fortes’ e os ‘fracos’. Os fortes devem suportar os ‘fracos’ nas suas fraquezas. Não apenas suportá-los, mas ajudá-los. O propósito do crente forte não deve ser o de agradar a si mesmo, mas o de ajudar os que necessitam do seu auxílio (15.2). Paulo exemplifica com Jesus, dizendo: ‘Porque também Cristo não agradou a si mesmo’ (15.3).
[...] O grande problema estava no fato das diferenças de costumes entre os judeus e os gentios. Paulo não desmerece a importância dos pertencentes à ‘circuncisão’, mas reafirma que Cristo é Senhor e Salvador, tanto dos judeus como dos gentios. Para que os crentes gentios não se orgulhassem sobre os crentes vindos do judaísmo, Paulo mostra que o Evangelho é superior aos sistemas de vida. Gentios e judeus, fortes e fracos, todos são um só povo em Cristo, pois este foi feito ministro para confirmar as promessas (15.8)” (CABRAL, Elienai. Romanos: O Evangelho da Justiça de Deus. 5ª Edição. RJ: CPAD, 2005, p.144).



CONCLUSÃO
Aprendemos como o apóstolo Paulo procurou pacificar a tensão entre os crentes forte e fracos na igreja de Roma. Esse conflito estava gerando um ponto de tensão que poderia, a curto prazo, pôr em risco a obra de Cristo ali.




















PARA REFLETIR
A respeito da Carta aos Romanos, responda:
O que significa ser uma Igreja una?
Significa que embora seja formada por pessoas de raças diferentes, ela constitui o Corpo de Cristo. Para ser Igreja, ela precisa atender o critério da unidade. Não há judeus nem gentios, mas a Igreja de Deus. Ela é, portanto, indivisível.

Segundo a lição, quem são os fracos na fé?
Os crentes fracos eram principalmente cristãos judeus que se abstinham de certos tipos de alimentos, e observavam determinados dias em razão de sua contínua lealdade à Lei de Moisés (Rm 14.6,14).

Segundo a lição, quem são os fortes na fé?
Os fortes eram formados tanto por judeus como por gentios que haviam alcançado um entendimento correto das implicações da Nova Aliança.

O que a lei da liberdade mostrava aos crentes?
A lei da liberdade mostrava aos crentes maduros que eles estavam livres dos rudimentos da Lei de Moisés.

Como deveriam agir os crentes fortes em relação aos fracos?
Paulo respondeu esta questão em Romanos 15.1,2: “Mas nós que somos fortes devemos suportar as fraquezas dos fracos e não agradar a nós mesmos. Portanto, cada um de nós agrade ao seu próximo no que é bom para edificação”.


SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO

A tolerância cristã

O livro dos Atos dos Apóstolos, no capítulo 15, narra o primeiro grande conflito que poderia levar grandes prejuízos à comunhão da novata igreja. O problema teve de ser tratado no que se chamou de o primeiro concílio da igreja. Ora, por intermédio do ministério de Paulo e de outros companheiros, muitos gentios chegaram à fé. Mas havia grandes questões: o que era preciso para ser um seguidor de Jesus? Era necessário o gentio guardar toda a lei de Moisés? Conhecer e compreender a mensagem do Evangelho não seria suficiente?
O concílio da igreja chegou à conclusão de que os gentios não precisariam guardar a Lei de Moisés, senão, apenas considerar as seguintes resoluções:
1. Não comer carne de nenhum animal que tenha sido oferecido aos ídolos;
2. Não comer sangue nem carne de nenhum animal que tenha sido estrangulado;
3. Não praticar imoralidade sexual.
Estas resoluções foram recebidas de maneira amorosa pelos gentios. Mas temas dessa natureza retornaram agora no capítulo 14 de Romanos. Pois o apóstolo Paulo volta-se novamente perante o problema que já havia sido superado. Entretanto, a questão maior é que na igreja de Roma, judeus e gentios estavam convivendo mutuamente, de modo que os judeus se escandalizavam com a liberdade dos gentios. Mas que nos chama atenção neste capítulo 14 é o ensino de tolerância que o apóstolo passa a expor:
1. “Paremos de criticar uns aos outros” (v.13);
2. “Por estar unido com o Senhor Jesus, eu estou convencido que nada é impuro em si mesmo” (v.14);
3. “Mas, se alguém pensa que alguma coisa é impura, então ela fica impura para ele” (v.14).
O apóstolo conclui o argumento da tolerância entre irmãos da seguinte maneira: “Se você faz com que um irmão fique triste por causa do que você come, então você não está agindo com amor. Não deixe que a pessoa por quem Cristo morreu se perca por causa da comida que você come. Não deem motivo para os outros falarem mal daquilo que vocês acham bom” (vv.15,16). Pois na verdade o Reino de Deus não é comida e nem bebida, mas vida correta, em paz e com alegria no Espírito Santo (v.17).
Portanto, em nome da paz e da alegria, vale a pena respeitar o diferente e aquele que não pensa da mesma forma que você. Pensar diferente faz parte da grande diversidade que há na Igreja, o Corpo de Cristo. Por isso, viva em paz! Viva com alegria!



Capítulo 14
 1 
Ora, quanto ao que está enfermo na fé, recebei-o, não em contendas sobre dúvidas.

 2 
Porque um crê que de tudo se pode comer, e outro, que é fraco, come legumes.

 3 
O que come não despreze o que não come; e o que não come, não julgue o que come; porque Deus o recebeu por seu.

 4 
Quem és tu, que julgas o servo alheio? Para seu próprio senhor ele está em pé ou cai. Mas estará firme, porque poderoso é Deus para o firmar.

 5 
Um faz diferença entre dia e dia, mas outro julga iguais todos os dias. Cada um esteja inteiramente seguro em sua própria mente.

 6 
Aquele que faz caso do dia, para o Senhor o faz e o que não faz caso do dia para o Senhor o não faz. O que come, para o Senhor come, porque dá graças a Deus; e o que não come, para o Senhor não come, e dá graças a Deus.

 7 
Porque nenhum de nós vive para si, e nenhum morre para si.

 8 
Porque, se vivemos, para o Senhor vivemos; se morremos, para o Senhor morremos. De sorte que, ou vivamos ou morramos, somos do Senhor.

 9 
Porque foi para isto que morreu Cristo, e ressurgiu, e tornou a viver, para ser Senhor, tanto dos mortos, como dos vivos.

 10 
Mas tu, por que julgas teu irmão? Ou tu, também, por que desprezas teu irmão? Pois todos havemos de comparecer ante o tribunal de Cristo.

 11 
Porque está escrito: Como eu vivo, diz o Senhor, que todo o joelho se dobrará a mim, E toda a língua confessará a Deus.

 12 
De maneira que cada um de nós dará conta de si mesmo a Deus.

 13 
Assim que não nos julguemos mais uns aos outros; antes seja o vosso propôsito não pór tropeço ou escándalo ao irmão.

 14 
Eu sei, e estou certo no Senhor Jesus, que nenhuma coisa é de si mesma imunda, a não ser para aquele que a tem por imunda; para esse é imunda.

 15 
Mas, se por causa da comida se contrista teu irmão, já não andas conforme o amor. Não destruas por causa da tua comida aquele por quem Cristo morreu.

 16 
Não seja, pois, blasfemado o vosso bem;

 17 
Porque o reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo.

 18 
Porque quem nisto serve a Cristo agradável é a Deus e aceito aos homens.

 19 
Sigamos, pois, as coisas que servem para a paz e para a edificação de uns para com os outros.

 20 
Não destruas por causa da comida a obra de Deus. É verdade que tudo é limpo, mas mal vai para o homem que come com escándalo.

 21 
Bom é não comer carne, nem beber vinho, nem fazer outras coisas em que teu irmão tropece, ou se escandalize, ou se enfraqueça.

 22 
Tens tu fé? Tem-na em ti mesmo diante de Deus. Bem-aventurado aquele que não se condena a si mesmo naquilo que aprova.

 23 
Mas aquele que tem dúvidas, se come está condenado, porque não come por fé; e tudo o que não é de fé é pecado.

Capítulo 15
 1 
Mas nós, que somos fortes, devemos suportar as fraquezas dos fracos, e não agradar a nós mesmos.

 2 
Portanto cada um de nós agrade ao seu próximo no que é bom para edificação.

 3 
Porque também Cristo não agradou a si mesmo, mas, como está escrito: Sobre mim caíram as injúrias dos que te injuriavam.

 4 
Porque tudo o que dantes foi escrito, para nosso ensino foi escrito, para que pela paciência e consolação das Escrituras tenhamos esperança.

 5 
Ora, o Deus de paciência e consolação vos conceda o mesmo sentimento uns para com os outros, segundo Cristo Jesus.

 6 
Para que concordes, a uma boca, glorifiqueis ao Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo.

 7 
Portanto recebei-vos uns aos outros, como também Cristo nos recebeu para glória de Deus.

 8 
Digo, pois, que Jesus Cristo foi ministro da circuncisão, por causa da verdade de Deus, para que confirmasse as promessas feitas aos pais;

 9 
E para que os gentios glorifiquem a Deus pela sua misericórdia, como está escrito: Portanto eu te louvarei entre os gentios, E cantarei ao teu nome.

 10 
E outra vez diz: Alegrai-vos, gentios, com o seu povo.

 11 
E outra vez: Louvai ao Senhor, todos os gentios, E celebrai-o todos os povos.

 12 
Outra vez diz Isaías: Uma raiz em Jessé haverá, E naquele que se levantar para reger os gentios, Os gentios esperarão.

 13 
Ora o Deus de esperança vos encha de todo o gozo e paz em crença, para que abundeis em esperança pela virtude do Espírito Santo.

 14 
Eu próprio, meus irmãos, certo estou, a respeito de vós, que vós mesmos estais cheios de bondade, cheios de todo o conhecimento, podendo admoestar-vos uns aos outros.

 15 
Mas, irmãos, em parte vos escrevi mais ousadamente, como para vos trazer outra vez isto à memória, pela graça que por Deus me foi dada;

 16 
Que seja ministro de Jesus Cristo para os gentios, ministrando o evangelho de Deus, para que seja agradável a oferta dos gentios, santificada pelo Espírito Santo.

 17 
De sorte que tenho glória em Jesus Cristo nas coisas que pertencem a Deus.

 18 
Porque não ousarei dizer coisa alguma, que Cristo por mim não tenha feito, para fazer obedientes os gentios, por palavra e por obras;

 19 
Pelo poder dos sinais e prodígios, na virtude do Espírito de Deus; de maneira que desde Jerusalém, e arredores, até ao Ilírico, tenho pregado o evangelho de Jesus Cristo.

 20 
E desta maneira me esforcei por anunciar o evangelho, não onde Cristo foi nomeado, para não edificar sobre fundamento alheio;

 21 
Antes, como está escrito: Aqueles a quem não foi anunciado, o verão, E os que não ouviram o entenderão.

 22 
Por isso também muitas vezes tenho sido impedido de ir ter convosco.

 23 
Mas agora, que não tenho mais demora nestes sítios, e tendo já há muitos anos grande desejo de ir ter convosco,

 24 
Quando partir para Espanha irei ter convosco; pois espero que de passagem vos verei, e que para lá seja encaminhado por vós, depois de ter gozado um pouco da vossa companhia.

 25 
Mas agora vou a Jerusalém para ministrar aos santos.

 26 
Porque pareceu bem à Macedónia e à Acaia fazerem uma coleta para os pobres dentre os santos que estão em Jerusalém.

 27 
Isto lhes pareceu bem, como devedores que são para com eles. Porque, se os gentios foram participantes dos seus bens espirituais, devem também ministrar-lhes os temporais.

 28 
Assim que, concluído isto, e havendo-lhes consignado este fruto, de lá, passando por vós, irei à Espanha.

 29 
E bem sei que, indo ter convosco, chegarei com a plenitude da bênção do evangelho de Cristo.

 30 
E rogo-vos, irmãos, por nosso Senhor Jesus Cristo e pelo amor do Espírito, que combatais comigo nas vossas orações por mim a Deus;
 31 
Para que seja livre dos rebeldes que estão na Judéia, e que esta minha administração, que em Jerusalém faço, seja bem aceita pelos santos;

 32 
A fim de que, pela vontade de Deus, chegue a vós com alegria, e possa recrear-me convosco.

 33 
E o Deus de paz seja com todos vós. Amém.