Lições Bíblicas CPAD
Jovens e Adultos
3º Trimestre de 2013
Título: Filipenses — A humildade de Cristo como exemplo para a Igreja
Comentarista: Elienai Cabral
Lição 10: A alegria do salvo em Cristo
Data: 08 de Setembro de 2013
TEXTO ÁUREO
“Regozijai-vos, sempre, no Senhor;
outra vez digo: regozijai-vos” (Fp 4.4).
VERDADE PRÁTICA
Em tempos trabalhosos e difíceis,
somente a alegria do Senhor pode apaziguar a nossa alma.
HINOS SUGERIDOS
139, 141, 186.
LEITURA DIÁRIA
Sl 92.1-5 – A alegria do Senhor traz gratidão
Ne 8.8-12 – A Palavra de Deus traz alegria
Fp 4.4 – Alegrai-vos no Senhor
Fp 4.4-7 – Alegria apesar das circunstâncias
Sl 43.4,5 – O Deus que nos alegra
At 4.24-31 – Alegria em meio à tribulação
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Filipenses 4.1-7.
1 - Portanto, meus amados e mui queridos irmãos,
minha alegria e coroa, estai assim firmes no Senhor, amados.
2 - Rogo a Evódia e rogo a Síntique que sintam o
mesmo no Senhor.
3 - E peço-te também a ti, meu verdadeiro
companheiro, que ajudes essas mulheres que trabalharam comigo no evangelho, e
com Clemente, e com os outros cooperadores, cujos nomes estão no livro da vida.
4 - Regozijai-vos, sempre, no Senhor; outra vez
digo: regozijai-vos.
5 - Seja a vossa equidade notória a todos os
homens. Perto está o Senhor.
6 - Não estejais inquietos por coisa alguma; antes,
as vossas petições sejam em tudo conhecidas diante de Deus, pela oração e
súplicas, com ação de graças.
7 - E a paz de Deus, que excede todo o
entendimento, guardará os vossos corações e os vossos sentimentos em Cristo
Jesus.
INTERAÇÃO
Paulo enfrentou muitas dificuldades e
humilhações no serviço do Mestre. Em 2 Coríntios 11.23-29 ele faz uma pequena
relação de algumas das dores e perigos que teve que encarar por amor a Cristo.
Todavia, o apóstolo não se deixou abater pelas dificuldades. Ele não permitiu
que as aflições roubassem sua alegria. O contentamento de Paulo não dependia
das circunstâncias, pois advinha da sua comunhão com Cristo. Quem tem a Jesus
tem a alegria da salvação e pode se regozijar em toda e qualquer situação. Na
obra do Senhor enfrentamos momentos ruins, mas a alegria concedida pelo Eterno
nos dá forças para seguirmos em frente. Talvez professor, você esteja enfrentando
momentos difíceis em seu ministério de ensino ou em sua família, porém não
perca a força nem o ânimo. Confie no Senhor e permita que a alegria dEle inunde
sua alma trazendo paz e esperança.
OBJETIVOS
Após esta aula, o
aluno deverá estar apto a:
- Exortar a respeito da alegria e firmeza da fé.
- Compreender que a alegria divina sustenta a vida cristã.
- Conscientizar-se a respeito da singularidade da paz de Deus.
ORIENTAÇÃO
PEDAGÓGICA
Professor para introduzir a lição reproduza o
quadro abaixo de maneira que cada aluno tenha uma cópia. Em classe, leia
juntamente com os alunos, o texto bíblico de 2 Coríntios 11.23-29. Enfatize as
muitas provações enfrentadas por Paulo. Depois faça a seguinte indagação: “Como
ter alegria em meio à tribulação?”. Ouça os alunos com atenção e explique que a
nossa alegria independe das circunstâncias externas. Ela é fruto de Cristo em
nós, faz parte da nossa salvação. Em seguida leia o quadro com os alunos explicando
os ensinos bíblicos a respeito da alegria.
OS ENSINOS BÍBLICOS
A RESPEITO DA ALEGRIA INCLUEM:
(1) A alegria está associada à salvação que Deus
concede em Cristo (1Pe 1.3-6; cf. Sl 5.11; Is 35.10).
(2) A alegria flui de Deus como um dos aspectos do
fruto do Espírito (Sl 16.11; Rm 15.13; Gl 5.22). Logo, ela não nos vem
automaticamente. Nós a experimentamos somente à medida que permanecemos em
Cristo (Jo 15.1-11). Nossa alegria se torna maior quando o Espírito Santo nos
transmite um profundo senso da presença e do contato de Deus em nossa vida (cf.
Jo 14.15-21).
(3) A alegria, como deleite na presença de Deus e
nas bênçãos da redenção, não pode ser destruída pela dor, pelo sofrimento, pela
fraqueza nem por circunstâncias difíceis (Mt 5.12; 2Co 12.9).
COMENTÁRIO
introdução
Palavra Chave
Alegria: Estado de viva satisfação, de
vivo contentamento; regozijo, júbilo.
Alegria, regozijo e contentamento são expressões
comuns ao longo da Epístola de Paulo aos Filipenses. Paradoxalmente, elas
revelam o coração do apóstolo na prisão de Roma. Paulo não se desesperou com o
seu cativeiro, mas alegrou-se no Senhor. Ele sabia que estava nas mãos de Deus
e contentava-se com as notícias de que a igreja de Filipos, fruto do seu árduo
ministério, caminhava muito bem. O apóstolo não deixou se abater com as
tribulações do seu ministério, pois nelas, ele via a providência amorosa do Altíssimo.
I.
EXORTAÇÃO À ALEGRIA E FIRMEZA DA FÉ (4.1-3)
1. A alegria de Paulo. O primeiro versículo do capítulo 4
de Filipenses inicia-se com um “portanto”, justamente por ser continuação do
capítulo 3, quando o apóstolo tratara do perigo dos “inimigos da cruz”. Aqui,
Paulo diz que os crentes de Filipos são a sua “alegria e coroa” e aconselha-os
a continuarem firmes no Senhor (v.1). A permanência dos filipenses em Cristo
bastava para encher o coração do apóstolo de alegria. Por isso, ele manifestou
o seu orgulho e os mais íntimos sentimentos de amor e carinho para com os
irmãos de Filipos.
2. A alegria nas relações fraternas. Nem tudo, porém, era maravilhoso e
perfeito na igreja de Filipos. Ali, estava ocorrendo um grande problema de
relacionamento entre duas importantes mulheres que cooperaram na implantação da
igreja filipense: Evódia e Síntique (v.2). Esse problema estava perturbando a
comunhão da igreja e expondo a saúde espiritual do rebanho.
A fim de resolver a questão, Paulo se dirige a um
obreiro local (Timóteo ou Tito, não sabemos) que, com Clemente e os demais
cooperadores, procuraria despertar e restabelecer o relacionamento harmônico e
fraterno entre Evódia e Síntique. Como verdadeiro pastor, o apóstolo tratou as
duas mulheres com o devido cuidado e respeito, pois as tinha em grande estima
pelo fato de ambas terem contribuído muito para o seu apostolado.
3. A alegria de ter os nomes escritos
no Livro da Vida.
O versículo 3 demonstra algo muito precioso para o cristão: a alegria de ter o
nome escrito no livro da vida. Paulo menciona tal certeza, objetivando
reafirmar a felicidade e a glória de se pertencer exclusivamente ao Reino de
Deus.
Os filipenses tinham cidadania romana porque eram
originários de uma colônia do império. Mas quando o apóstolo escreve sobre
cidadania refere-se a uma muito mais importante que a de Roma. Nossa verdadeira
cidadania vem do céu, e o “mesmo Espírito testifica com o nosso espírito que
somos filhos de Deus” (Rm 8.16). Você tem convicção de que o seu nome está
arrolado no Livro da Vida? Você compreende o valor disso?
SINOPSE DO TÓPICO (I)
O apóstolo não deixou se abater com as
tribulações do seu ministério, antes procurou servir ao Senhor com alegria.
II. A ALEGRIA DIVINA SUSTENTA A VIDA
CRISTÃ (4.4,5)
1. Alegria permanente no Senhor. A versão bíblica ARC emprega a
palavra “regozijar” no lugar de “alegria” (v.4). O que é regozijar-se? É
alegrar-se plenamente. A declaração paulina afirma que a fonte da alegria
cristã é o Senhor Jesus, que promoveu a nossa reconciliação com Deus (Rm
5.1,11). Através dEle somos estimulados a permanecer firmes na fé (Rm 5.2). Que
alegria!
É a presença viva do Espírito Santo em nós que
produz essa certeza (Jo 16.7; Rm 14.17; 15.13). Nada neste mundo é capaz de
superar as vicissitudes da vida como a alegria produzida em nosso coração pelo
Senhor (Tg 1.2-4; Rm 5.3). O apóstolo sabia da batalha que os filipenses
enfrentavam contra os falsos mestres. Estes fomentavam heresias capazes de
criar dúvidas quanto à fé. E, por isso, Paulo imperativamente reitera aos
filipenses: “Regozijai-vos sempre, no Senhor; outra vez digo: regozijai-vos”.
2. Uma alegria cuja fonte é Cristo. A alegria cristã tem como fonte a
pessoa bendita do Senhor Jesus. É por isso que, mesmo em meio às adversidades
sofridas em Filipos, o apóstolo teve grandes experiências de alegrias
espirituais (At 16; cf. 1Ts 2.2). Isso só foi possível pelo fato de ele
conhecer pessoalmente Jesus de Nazaré. Quando o apóstolo foi confrontado
interiormente e pediu a Deus para que fosse tirado o “espinho de sua carne”, o
Senhor lhe respondeu: “A minha graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa
na fraqueza” (2Co 12.9a). Após esse episódio, Paulo então pôde afirmar: “De boa
vontade, pois, me gloriarei nas minhas fraquezas, para que em mim habite o
poder de Cristo” (2Co 12.9b).
3. Uma alegria que produz moderação. O texto bíblico recomenda que a
nossa “equidade [deve ser] notória a todos os homens”, pois “perto está o Senhor”
(v.5). Na versão ARA, o termo “equidade” é traduzido como “moderação”. Ambas as
palavras são sinônimas porque dizem respeito à amabilidade, benignidade e
brandura. Levando em conta o contexto de Filipenses, os termos referem-se à
pessoa que nunca usa de retaliação quando é provada ou ameaçada por causa de
sua fé.
O apóstolo Paulo espera dos filipenses autocontrole
e não um comportamento explosivo, próprio de pessoas destemperadas ou sem
domínio próprio. Ele assim o faz, por saber que, aquele que tem a alegria do
Senhor no coração, possui uma disposição amável e honesta para com outras
pessoas, particularmente em relação àquelas inamistosas e más. William Barcklay
escreve que “o homem que tem moderação é aquele que sabe quando não deve
aplicar a letra estrita da lei, quando deve deixar a justiça e introduzir a
misericórdia”.
SINOPSE DO TÓPICO (II)
Nada neste mundo é capaz de superar as
vicissitudes da vida como a alegria produzida em nosso coração pelo Senhor.
III. A SINGULARIDADE DA PAZ DE DEUS
(4.6,7)
1. A alegria desfaz a ansiedade e
produz a paz.
Além de gerar equidade, a alegria do Senhor desfaz a ansiedade, pois esta
contraria a confiança que afirmamos ter em Deus. Nada pode tirar a nossa paz,
perturbando-nos a mente e o coração. As nossas petições devem ser feitas
humildemente, com ação de graças em reconhecimento à misericórdia do Senhor
(v.6), ao mesmo tempo em que confiamos na providência do Pai Celeste.
2. Uma paz que excede todo o
entendimento.
No versículo 7, o apóstolo fala acerca da “paz de Deus, que excede todo o
entendimento”. Ficando claro que a alegria e a paz são recíprocas entre si. Não
há alegria sem paz interior. Esta é decorrência daquela. Essa paz vem do
próprio Jesus: “Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como o
mundo a dá” (Jo 14.27).
Em síntese, a paz de Deus transcende qualquer
compreensão humana, pois não há como discuti-la filosófica ou psicologicamente.
Há casos em que somente a paz de Deus acalma os corações perturbados. É a paz
divina que excede — ultrapassa ou transcende — a todo o entendimento, pois não
depende das circunstâncias.
3. Uma paz que guarda o coração e os
sentimentos do crente.
Ainda no versículo 7, lemos que essa paz, dada por Cristo, “guardará os vossos
corações e os vossos sentimentos em Cristo Jesus”. O texto fala de “coração e
sentimento”, cidadelas dos pensamentos e das emoções que experimentamos no
cotidiano.
A paz de Deus é uma espécie de muro em torno de uma
casa, objetivando protegê-la dos perigos externos. Ela torna-se um guarda fiel
para o crente. Que saibamos, em Cristo, ouvir o belo conselho do sábio: “Sobre
tudo o que se deve guardar, guarda o teu coração, porque dele procedem as
saídas da vida” (Pv 4.23).
SINOPSE DO TÓPICO (III)
A paz divina que o Senhor nos concede
excede a todo o entendimento, pois não depende das circunstâncias.
CONCLUSÃO
A Carta aos Filipenses, em sua completude, destaca
a alegria do Senhor como uma virtude de sustentação da vida cristã. Não se
trata de alegria passageira ou meramente emocional. A alegria do Senhor
alimenta a nossa alma e produz paz e segurança, porque essa “paz é como uma
sentinela celestial” que nos guarda do mal. Ora, a alegria também é “fruto do
Espírito” (Gl 5.22), pois a presença dela em nós produz uma vida interior que
supera todas as nossas vicissitudes.
VOCABULÁRIO
Arrolado: Relacionado em listagem.
ARC: Almeida Revista e Corrigida.
Vicissitude: Instabilidade dos acontecimentos.
Eventualidade, revés.
Inamistosas: Hostis, adversárias.
Cidadela: Local seguro.
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
ZUCK, R. B. Teologia do Novo
Testamento. 1 ed., RJ: CPAD, 2008.
RICHARDS, L. O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. 1 ed., RJ: CPAD, 2007.
RICHARDS, L. O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. 1 ed., RJ: CPAD, 2007.
EXERCÍCIOS
1. A quem o apóstolo Paulo se refere como sua
“alegria e coroa”?
R. Os
crentes de Filipos.
2. Entre quais mulheres estava ocorrendo um problema
de relacionamento na igreja de Filipos?
R. Evódia
e Síntique.
3. Qual era a cidadania dos filipenses? Mas a qual
devemos valorizar?
R. Os
filipenses tinham cidadania romana. A cidadania que vem do céu.
4. Em sua completude, o que a Carta aos Filipenses
destaca sobre a alegria?
R. A
alegria divina sustenta a vida cristã.
5. De acordo com a lição o que a alegria divina é
capaz de desfazer e produzir?
R. A
alegria desfaz a ansiedade e produz a paz.
AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO I
Subsídio Teológico
“Seja a vossa equidade notória a todos os homens.
Perto está o Senhor. O termo grego epieikes, equidade, descreve restrição de
paixões, sobriedade ou aquilo que é apropriado. Pode significar boa disposição
para com as pessoas (cf. Rm 14). Em 1 Timóteo 3.3 e Tito 3.2, a palavra é usada
com um adjetivo que significa ‘não propenso a brigar’. A ideia é de ser
tolerante, não insistindo em direitos próprios, mas agindo com consideração uns
com os outros. Em questões que sejam dispensáveis, os crentes filipenses não
devem ir a extremos, mas evitar o fanatismo e a hostilidade, julgando uns aos
outros com indulgência. Perto está o Senhor pode ser aviso que a igreja
primitiva costumava usar. Neste caso, Paulo está dizendo: ‘Qual é o propósito
das rivalidades? Sede tolerantes uns com os outros para que Deus seja tolerante
convosco quando o Senhor vier’. A frase também era entendida como promessa da
proximidade do Senhor, e interpretada com relação ao versículo seguinte. Não
estejais inquietos por coisa alguma [...] Embora possamos planejar o futuro
(1Tm 5.8), não devemos ficar ansiosos quanto a nada (Mt 6.25). O segredo desta
qualidade de vida é a oração e as súplicas. ‘Cuidado e oração [...] são mais
opostos entre si que fogo e água’. Oração é geral e baseia-se nas promessas
divinas, envolvendo devoção ou adoração. Súplicas são rogos especiais em tempos
de necessidade pessoal e apelam para a misericórdia de Deus” (Comentário
Bíblico Beacon. 1 ed., Vol. 9, RJ: CPAD, 2006, p.277).
AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO II
Subsídio Teológico
“Pessoal (4.2,3)
A advertência de Paulo nestes dois versos marca uma
ocorrência incomum em suas cartas. É comum o apóstolo enfrentar os problemas,
as objeções ou as falsas doutrinas dentro de suas igrejas. Porém, esta é uma
das poucas ocasiões onde ele realmente nomeia as pessoas envolvidas (1 Tm
1.20). Na maioria das vezes, Paulo prefere manter os envolvidos em
controvérsias no anonimato. O fato de mencionar aqui estes indivíduos reflete a
seriedade da situação, seu relacionamento íntimo com os filipenses e sua alta
consideração para com as duas irmãs a quem fez este sincero apelo. Obviamente
ele considera estas mulheres, bem como o restante da congregação, como
suficientemente maduros para lidarem com este assunto publicamente.
Paulo propõe um sério apelo às duas mulheres na
congregação em Filipos, Evódia e Síntique (possivelmente diaconisas naquela
igreja). As mulheres desempenharam um papel muito importante na fundação
daquela igreja na macedônia (veja At 16.14).
[...] Paulo fala com cada uma das mulheres
separadamente, possivelmente para mostrar sua imparcialidade na situação.
[...] Estas mulheres, juntamente com Clemente e
outros cooperadores, têm combatido com Paulo como se estivessem em um combate de
gladiadores (1.27), por amor ao evangelho. Agora, nestas ocasiões em que
existem relacionamentos hostis, Paulo pede a este ‘verdadeiro companheiro’ que
seja um parceiro para estas duas senhoras, a fim de trazer uma solução. É
significativo que os termos ‘cooperadores’, ‘contender’ e ‘ajudar’ contenham a
preposição ‘com’ (syn), enfatizando o papel vital da
comunidade cristã e do trabalho em equipe, no pensamento de Paulo” (Comentário
Bíblico Pentecostal Novo Testamento. 4 ed., RJ: CPAD, 2009, p.505).
SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO
Alegria dos salvos em Cristo
O apóstolo Paulo abriu o capítulo 4 reconhecendo
que os filipenses eram sua alegria e coroa. A alta estima que Paulo tinha à
igreja de Filipos fazia com que o apóstolo não economizasse no vocabulário,
riquíssimo de nobres sentimentos. Por isso, ele exortava os filipenses a
estarem firmes no Senhor, numa espécie de redundância ao assunto exposto no
capítulo anterior.
Em seguida conclama a Evódia e Síntique que
sentisse o mesmo sentimento no Senhor. Amor, carinho, ternura e compaixão eram
sentimentos que deviam está no coração dessas duas irmãs, pois afinal de
contas, elas eram crentes fundadoras daquela comunidade. Estavam no início de
tudo, lado a lado com o apóstolo na labuta da fé. Mas algo de errado ocorrera
com estas duas preciosas irmãs no cotidiano da igreja.
Imediatamente Paulo pede a um obreiro local que
auxilie essas irmãs, mas não somente ele, Clemente também e muitos outros
cooperadores no Evangelho. Aquele era o momento onde os oficiais da comunidade
local deviam socorrer e conciliar o relacionamento daquelas duas irmãs
pioneiras. O objetivo dessa medida pastoral era que ao final de tudo,
juntamente com toda igreja, Evódia e Síntique pudessem atender a convocação
paulina: “Regozijai-vos, sempre, no Senhor; outra vez digo: regozijai-vos”.
Este relato ensina de maneira singular o quanto que
o discípulo de Jesus deve valorizar o bom relacionamento com os irmãos. A
comunhão entre irmãos é um instrumento de Deus para levar alegria ao coração
daqueles que se sentem solitários ou deprimidos. Muitos são os irmãos que não
tem a oportunidade de comungar com o outro irmão da mesma fé. A luz do relato
de Evódia e Síntique, o crente em Jesus é estimulado a resolver a diferença com
o seu próximo e viver a alegria de Deus com os irmãos.
O ambiente que promove união e comunhão é propício
para não haver inquietações das almas e confusão de espírito. Neste ambiente se
torna propício em Deus as petições dos santos serem conhecidas pelos outros com
oração e súplicas e ação de graças. Então a paz de Deus que excede todo o
entendimento guardará os corações e os sentimentos dos discípulos de Cristo
Jesus, o nosso Senhor. A igreja local precisa ser este ambiente. Um lugar de
Comunhão, Paz, Oração e Ação de Graças entre os irmãos.
A
alegria do salvo em Cristo
Uma igreja que vive em unidade é caracterizada pelo sentimento comum
entre os membros.
INTRODUÇÃO: No estudo desta semana daremos
continuidade às recomendações práticas do Apóstolo aos cristãos de Filipos. A
princípio, Paulo, o exemplo a ser imitado, motiva os cristãos filipenses a se
firmarem na fé. Em seguida, mostra-lhes a importância da alegria divina, que
não depende das circunstâncias, mas é produzida pelo Espírito. Posteriormente,
apresenta um antídoto contra a ansiedade, cujo fundamento é a paz de Deus, que
excede todo entendimento.
EXORTAÇÃO À FIRMEZA NA FÉ: Paulo identifica os irmãos da
igreja de Filipos como sua “alegria e coroa” (Fp. 4.1). Em grego há duas
palavras para coroa: diadema, que diz respeito a uma coroa real, e stefanos, à
coroa usada pelos vencedores de atletismo. O termo usado pelo Apóstolo é
stefanos, aludindo, assim, à conquista em uma competição olímpica. Ele sabia
que, ao chegar ao céu, receberia um prêmio pelo seu labor pastoral. Os falsos
mestres, ao contrário, buscavam prêmios terrenais, a vanglória humana. Mas
Paulo busca uma premiação celestial, o reconhecimento do Senhor pelo seu
trabalho. Em seguida, admoesta os cristãos a permanecerem “firmes no Senhor”. O
verbo grego aqui usado é stekete, e está no imperativo, uma espécie de
ordenança dada a um soldado. Nesse caso o lutador deveria permanecer em sua
posição, sem deixar seu lugar estratégico. Muitos cristãos querem abandonar sua
posição por qualquer motivo. Somos instados, pelo mesmo Apóstolo, a sermos
firmes e constantes, abundantes na obra. E mais importante ainda, saber que, no
Senhor, não nos homens, nossa obra não é vã (I Co. 15.58). Adiante Paulo
destaca um problema de relacionamento na igreja de Filipos, que envolvia Evódia
e Síntique. Essas irmãs não deveriam ser descartadas, mas ajudadas a
amadurecerem na fé. Ao invés de buscarem o crescimento da obra, estavam
digladiando-se entre si. Essas mulheres tornaram-se exemplos negativos de
partidarismos nas igrejas, que impedem a maturidade espiritual (I Co. 3.4,5).
Muitas igrejas estão adoecidas por causa das disputas por cargos nos
departamentos. O corpo de Cristo não pode ser fragmentado por causa de vaidades
pessoais, dos interesses particulares. Uma igreja que vive em unidade é
caracterizada pelo sentimento comum entre os membros. Isso não quer dizer que
todos devem ser iguais, uma das belezas da igreja está justamente na diferença.
Existem pessoas de diferentes condições socioeconômicas na igreja, todas salvas
pelo sangue do mesmo Cordeiro (Gl. 3.26-28). A diversidade pode existir, mas
apenas nos aspectos periféricos, no principal, unidade deve prevalecer. A
produção do fruto do Espírito (Gl. 5.22), em amor (I Co. 13), é o elo que
consolida a igreja no Senhor.
ADMOESTAÇÃO À ALEGRIA
DIVINA: O
Apóstolo retoma o tema da alegria, certamente porque os cristãos filipenses
estavam entristecidos. Os judaizantes colocavam um fardo tão pesado sobre os
ombros das pessoas que essas não conseguiam ser alegres (At. 15.28,29). Os
gnósticos apregoavam uma liberdade que era pura libertinagem, tornando as
pessoas escravas dos prazeres. Contra esses caprichos humanos, a resposta de
Paulo é a alegria que vem de Deus (Fp. 4.4). Alegria do Espírito, não é
circunstancial. Ela é resultante da salvação em Cristo Jesus, que lança o ser humano
na liberdade para servir em amor. Jesus atrai para Ele todos os que estão
cansados e sobrecarregados, e coloca sobre eles o seu jugo, que é suave, e o
seu fardo, que é leve (Mt. 11.30). Muitos atualmente querem felicidade, mas não
buscam a verdadeira alegria. Os livros de autoajuda prometem uma felicidade de
bens perecíveis. Mas a alegria que vem de Deus não resulta daquele que anda em
derredor (I Pe. 5.8), mas nAquele que está dentro de nós (I Jo. 4.4). Em
prosseguimento, Paulo orienta os filipenses quanto à moderação, epieikeia em
grego. Esse é um termo bastante amplo, que diz respeito não apenas ao que é
legal, mas ao que é certo. As leis são produções humanas, nem sempre estão
corretas. Os cristãos vivem a partir de uma Lei maior, a de Cristo, exercitada
em graça e amor (Rm. 13.10). O mundo se pauta pelas leis humanas, que merecem
respeito, e na maioria dos casos, obediência. Mas existe uma lei que está acima
de todas as leis, é a Lei de Deus, revelada em Sua palavra. É a partir dessa
que o cristão deve viver, e mais importante, que essa sirva de testemunho da
nossa fé em Cristo. Todos os homens devem reconhecer, pelas nossas práticas,
que somos filhos de Deus (Tg. 2.14; I Jo. 3.7,8). Uma das motivações para o
exercício da moderação é que o Senhor está perto. A dimensão escatológica é
condição ética para o viver cristão, pois virá o dia em que todos prestaremos
contas pelo que fizemos no corpo (Rm. 14.10). Muitos acham que o Senhor está
demorando para voltar, por isso estão vivendo dissolutamente, mas Ele é
longânimo (II Pe. 3.8,9). Ao Seu tempo Ele voltará para levar a Sua igreja,
conforme prometeu (Jo. 14.1; I Pe. 2.9). Essa é a bendita esperança da igreja
cristã (Rm. 8.23; I Co. 15.51,52; I Ts. 4.16,17; Tt. 2.13), não a ganância
terrena, como muitos tem apregoado atualmente. Todos aqueles que têm essa
esperança não vivem como bem entendem, mas de acordo com a vontade de Deus (I
Jo. 3.3), perfeita, boa e agradável (Rm. 12.1,2).
A PAZ DE DEUS PARA VENCER A
ANSIEDADE: A
ansiedade é um problema crônico na sociedade contemporânea, por falta de
alegria espiritual, não poucos estão angustiados. Essa ansiedade, pode resultar
dos problemas de olharmos para as circunstâncias. A preocupação com as coisas
materiais podem nos distanciar do foco, que é o céu. O mundo moderno, ao
esquecer-se de Deus, perdeu a tranquilidade. O reino de Mammon é cruel, e
desgraçado, não permite que as pessoas tenham paz. Por causa disso as muitas
pessoas são destroçadas, sendo puxadas em direções opostas. Jesus advertiu a
respeito dos perigos de viver em ansiedade constante (Mt. 5.19-34). O problema
da ansiedade é que ela faz com que deixemos de confiar em Deus, e percamos a
paz. O antídoto contra a ansiedade é a oração, este é o melhor remédio. Ao
invés de andarmos ansiosos, devemos levar nossas preocupações para Deus (Fp.
4.6). Infelizmente tudo hoje em dia contribui para que deixemos de orar,
até mesmo o excesso de atividades eclesiásticas. Essa geração esqueceu-se de
orar porque se tornou dependente do pragmatismo. As pessoas querem resultados
rápidos, negam-se a esperar com paciência pelo Senhor, tal como fez o salmista
(Sl. 40.1). Como resultado, não conseguem desfrutar da paz de Deus, que excede
“todo o entendimento” (Fp. 4.7). Somente a paz de Deus é capaz de guardar a
nossa mente, nossos corações e sentimentos em Cristo. As adversidades,
principalmente as perseguições, não conseguem abater o coração cuja mente está
em Cristo. É essa paz, que nos guarda dos ataques circunstanciais. Nossas
mentes precisam estar protegidas dos pensamentos mundanos. Para isso devemos
levar cativo todo entendimento à obediência de Cristo (II Co. 10.5).
CONCLUSÃO: Os ensinamentos deste mundo,
repassados pelos falsos mestres, levam as pessoas ao desespero. Muitos não
conseguem desfrutar da alegria que vem de Jesus, produzida pelo Espírito Santo
(Jo. 15.11). Os cristãos em Cristo permanecem firmes na fé, naquilo nos foi
revelado pela Palavra, por isso estão sempre alegres, independentemente das
circunstâncias. Esses, por sua vez, têm suas mentes guardadas por Deus, que
lhes dá a paz que o mundo desconhece (Jo. 14.27), e que excede a todo
entendimento. PENSE NISSO!
Deus é Fiel e Justo!