quinta-feira, 28 de abril de 2016

JUSTIFICAÇÃO SOMENTE PELA FÉ EM JESUS CRISTO



Lições Bíblicas CPAD – Adultos – 2º Trimestre de 2016
Título: Maravilhosa Graça — O Evangelho de Jesus Cristo revelado na carta aos Romanos – Comentarista: José Gonçalves
Lição 3: Justificação, somente pela fé em Jesus Cristo
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TEXTO ÁUREO
E não duvidou da promessa de Deus por incredulidade, mas foi fortificado na fé, dando glória a Deus(Rm 4.20).

VERDADE PRÁTICA
A justificação dos pecados diante de Deus ocorre somente pela fé.

LEITURA DIÁRIA
Rm 4.2 – Abraão foi justificado pela fé e não pelas obras da carne
Rm 4.3 – Abraão creu em Deus e por isso Ele o aceitou e justificou
Rm 4.6 – Feliz é o homem a quem Deus imputa a sua justiça
Rm 4.7 – Felizes são aqueles a quem o Senhor perdoa as iniquidades
Rm 4.9 – A Palavra de Deus afirma que a fé foi imputada como justiça a Abraão
Rm 4.16 – Salvação somente pela fé, mediante a graça divina

4.1. Que diremos, pois, ter alcançado Abraão, nosso pai segundo a carne?
4.2. Porque, se Abraão foi justificado pelas obras, tem de que se gloriar, mas não diante de Deus.
4.3. Pois, que diz a Escritura? Creu Abraão a Deus, e isso lhe foi imputado como justiça.
4.4. Ora, àquele que faz qualquer obra não lhe é imputado o galardão segundo a graça, mas segundo a dívida.
4.5. Mas, àquele que não pratica, mas crê naquele que justifica o ímpio, a sua fé lhe é imputada como justiça.
4.6. Assim também Davi declara bem-aventurado o homem a quem Deus imputa a justiça sem as obras, dizendo:
4.7 Bem-aventurados aqueles cujas maldades são perdoadas,E cujos pecados são cobertos.
4.8. Bem-aventurado o homem a quem o Senhor não imputa o pecado.
4.9. Vem, pois, esta bem-aventurança sobre a circuncisão somente, ou também sobre a incircuncisão? Porque dizemos que a fé foi imputada como justiça a Abraão.
4.10. Como lhe foi, pois, imputada? Estando na circuncisão ou na incircuncisão? Não na circuncisão, mas na incircuncisão.
10 Como lhe foi, pois, imputada? Estando na circuncisão ou na incircuncisão? Não na circuncisão, mas na incircuncisão.
11 E recebeu o sinal da circuncisão, selo da justiça da fé quando estava na incircuncisão, para que fosse pai de todos os que crêem, estando eles também na incircuncisão; a fim de que também a justiça lhes seja imputada;
4.12. E fosse pai da circuncisão, daqueles que não somente são da circuncisão, mas que também andam nas pisadas daquela fé que teve nosso pai Abraão, que tivera na incircuncisão.
4.13. Porque a promessa de que havia de ser herdeiro do mundo não foi feita pela lei a Abraão, ou à sua posteridade, mas pela justiça da fé.
4.14. Porque, se os que são da lei são herdeiros, logo a fé é vã e a promessa é aniquilada.
4.15. Porque a lei opera a ira. Porque onde não há lei também não há transgressão.
4.16. Portanto, é pela fé, para que seja segundo a graça, a fim de que a promessa seja firme a toda a posteridade, não somente à que é da lei, mas também à que é da fé que teve Abraão, o qual é pai de todos nós,
4.17. (Como está escrito: Por pai de muitas nações te constituí) perante aquele no qual creu, a saber, Deus, o qual vivifica os mortos, e chama as coisas que não são como se já fossem.
O qual, em esperança, creu contra a esperança, tanto que ele tornou-se pai de muitas nações, conforme o que lhe fora dito: Assim será a tua descendência.
E não enfraquecendo na fé, nào atentou para o seu próprio corpo já amortecido, pois era já de quase cem anos, nem tampouco para o amortecimento do ventre de Sara.
E não duvidou da promessa de Deus por incredulidade, mas foi fortificado na fé, dando glória a Deus,
E estando certíssimo de que o que ele tinha prometido também era poderoso para o fazer.
Assim isso lhe foi também imputado como justiça.
4.23. Ora, não só por causa dele está escrito, que lhe fosse tomado em conta,
4.24. Mas também por nós, a quem será tomado em conta, os que cremos naquele que dentre os mortos ressuscitou a Jesus nosso Senhor;
4.25. O qual por nossos pecados foi entregue, e ressuscitou para nossa justificação.
Romanos 4:1-25

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Romanos 4.17-22.
17 — (como está escrito: Por pai de muitas nações te constituí), perante aquele no qual creu, a saber, Deus, o qual vivifica os mortos e chama as coisas que não são como se já fossem.
18 — O qual, em esperança, creu contra a esperança que seria feito pai de muitas nações, conforme o que lhe fora dito: Assim será a tua descendência.
19 — E não enfraqueceu na fé, nem atentou para o seu próprio corpo já amortecido (pois era já de quase cem anos), nem tampouco para o amortecimento do ventre de Sara.
20 — E não duvidou da promessa de Deus por incredulidade, mas foi fortificado na fé, dando glória a Deus;
21 — e estando certíssimo de que o que ele tinha prometido também era poderoso para o fazer.
22 — Pelo que isso lhe foi também imputado como justiça.

HINOS SUGERIDOS
27, 156 e 464 da Harpa Cristã.

OBJETIVO GERAL
Explicar que somos justificados diante de Deus somente pela fé e não pelas obras da carne.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS
 Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.

  • I. Abalizar que a justificação manifestada em Jesus Cristo veio para salvar judeus e gentios;
  • II. Mostrar que Paulo procurou responder, de forma bíblica, as contestações que seus interlocutores faziam quanto à justificação;
  • III. Explicar como Paulo utilizou o exemplo de Abraão para tratar a respeito da justificação pela fé.


INTERAGINDO COM O PROFESSOR
Professor, a lição de hoje trata a respeito de uma das doutrinas mais importantes apresentadas por Paulo na Epístola de Romanos — a justificação pela fé. Ressalte, no decorrer de toda a lição, que ninguém pode ser justificado diante de Deus pela Lei ou pelas obras da carne. O caminho da justificação é somente pela fé na obra expiatória de Jesus Cristo. Paulo mostra que Cristo é o único caminho para que judeus e gentios sejam absolvidos da penalidade do pecado. O apóstolo, de maneira sábia, utiliza o exemplo do patriarca Abraão para desfazer a ideia errada que os judeus tinham de que a aceitação de Deus era obtida mediante as obras da Lei.
Glória a Deus, pois na Nova Aliança, tudo que recebemos da parte do Senhor, inclusive a salvação, é decorrente única e exclusivamente da graça de Deus.
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COMENTÁRIO / INTRODUÇÃO

Na lição de hoje, estudaremos a doutrina bíblica da justificação pela fé, conforme a Carta aos Romanos nos capítulos 3.1- 4.25. Esses textos contêm uma das mais contundentes defesas de Paulo em favor da justificação pela fé, independente das obras. Para uma melhor compreensão deste tema tão relevante, a argumentação do apóstolo será dividida em três partes:
a justificação manifestada,
a justificação contestada e
a justificação exemplificada.

A chamada de Abraão, o grande patriarca de Israel, será a base da argumentação de Paulo para provar a doutrina da justificação somente pela fé. O argumento de Paulo é que todas as bênçãos de Deus e todas as suas promessas são frutos da sua graça para conosco.

Capítulo 3     http://www.bibliaonline.net/imagens/audio_green.gif
 1 
Qual é pois, a vantagem do judeu? Ou qual a utilidade da circuncisão?

 2 
Muita, em toda a maneira, porque, primeiramente, as palavras de Deus lhe foram confiadas.

 3 
Pois quê? Se alguns foram incrédulos, a sua incredulidade aniquilará a fidelidade de Deus?

 4 
De maneira nenhuma; sempre seja Deus verdadeiro, e todo o homem mentiroso; como está escrito: Para que sejas justificado em tuas palavras, E venças quando fores julgado.

 5 
E, se a nossa injustiça for causa da justiça de Deus, que diremos? Porventura será Deus injusto, trazendo ira sobre nós? (Falo como homem.)

 6 
De maneira nenhuma; de outro modo, como julgará Deus o mundo?

 7 
Mas, se pela minha mentira abundou mais a verdade de Deus para glória sua, por que sou eu ainda julgado também como pecador?

 8 
E por que não dizemos (como somos blasfemados, e como alguns dizem que dizemos): Façamos males, para que venham bens? A condenação desses é justa.

 9 
Pois quê? Somos nós mais excelentes? De maneira nenhuma, pois já dantes demonstramos que, tanto judeus como gregos, todos estão debaixo do pecado;

 10 
Como está escrito: Não há um justo, nem um sequer.

 11 
Não há ninguém que entenda; Não há ninguém que busque a Deus.

 12 
Todos se extraviaram, e juntamente se fizeram inúteis. Não há quem faça o bem, não há nem um só.

 13 
A sua garganta é um sepulcro aberto; Com as suas línguas tratam enganosamente; Peçonha de áspides está debaixo de seus lábios;

 14 
Cuja boca está cheia de maldição e amargura.

 15 
Os seus pés são ligeiros para derramar sangue.

 16 
Em seus caminhos há destruição e miséria;

 17 
E não conheceram o caminho da paz.

 18 
Não há temor de Deus diante de seus olhos.

 19 
Ora, nós sabemos que tudo o que a lei diz, aos que estão debaixo da lei o diz, para que toda a boca esteja fechada e todo o mundo seja condenável diante de Deus.

 20 
Por isso nenhuma carne será justificada diante dele pelas obras da lei, porque pela lei vem o conhecimento do pecado.

 21 
Mas agora se manifestou sem a lei a justiça de Deus, tendo o testemunho da lei e dos profetas;

 22 
Isto é, a justiça de Deus pela fé em Jesus Cristo para todos e sobre todos os que crêem; porque não há diferença.

 23 
Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus;

 24 
Sendo justificados gratuitamente pela sua graça, pela redenção que há em Cristo Jesus.

 25 
Ao qual Deus propôs para propiciação pela fé no seu sangue, para demonstrar a sua justiça pela remissão dos pecados dantes cometidos, sob a paciência de Deus;

 26 
Para demonstração da sua justiça neste tempo presente, para que ele seja justo e justificador daquele que tem fé em Jesus.

 27 
Onde está logo a jactáncia? É excluída. Por qual lei? Das obras? Não; mas pela lei da fé.

 28 
Concluímos, pois, que o homem é justificado pela fé sem as obras da lei.

 29 
É porventura Deus somente dos judeus? E não o é também dos gentios? Também dos gentios, certamente,
 30 
Visto que Deus é um só, que justifica pela fé a circuncisão, e por meio da fé a incircuncisão.

 31 
Anulamos, pois, a lei pela fé? De maneira nenhuma, antes estabelecemos a lei.

Capítulo 4  
 1 
Que diremos, pois, ter alcançado Abraão, nosso pai segundo a carne?

 2 
Porque, se Abraão foi justificado pelas obras, tem de que se gloriar, mas não diante de Deus.

 3 
Pois, que diz a Escritura? Creu Abraão em Deus, e isso lhe foi imputado como justiça.

 4 
Ora, àquele que faz qualquer obra não lhe é imputado o galardão segundo a graça, mas segundo a dívida.

 5 
Mas, àquele que não pratica, mas crê naquele que justifica o ímpio, a sua fé lhe é imputada como justiça.

 6 
Assim também Davi declara bem-aventurado o homem a quem Deus imputa a justiça sem as obras, dizendo:

 7 
Bem-aventurados aqueles cujas maldades são perdoadas, E cujos pecados são cobertos.

 8 
Bem-aventurado o homem a quem o Senhor não imputa o pecado.

 9 
Vem, pois, esta bem-aventurança sobre a circuncisão somente, ou também sobre a incircuncisão? Porque dizemos que a fé foi imputada como justiça a Abraão.

 10 
Como lhe foi, pois, imputada? Estando na circuncisão ou na incircuncisão? Não na circuncisão, mas na incircuncisão.

 11 
E recebeu o sinal da circuncisão, selo da justiça da fé, quando estava na incircuncisão, para que fosse pai de todos os que crêem, estando eles também na incircuncisão; a fim de que também a justiça lhes seja imputada;

 12 
E fosse pai da circuncisão, daqueles que não somente são da circuncisão, mas que também andam nas pisadas daquela fé que teve nosso pai Abraão, que tivera na incircuncisão.

 13 
Porque a promessa de que havia de ser herdeiro do mundo não foi feita pela lei a Abraão, ou à sua posteridade, mas pela justiça da fé.

 14 
Porque, se os que são da lei são herdeiros, logo a fé é vã e a promessa é aniquilada.

 15 
Porque a lei opera a ira. Porque onde não há lei também não há transgressão.

 16 
Portanto, é pela fé, para que seja segundo a graça, a fim de que a promessa seja firme a toda a posteridade, não somente à que é da lei, mas também à que é da fé que teve Abraão, o qual é pai de todos nós,

 17 
(Como está escrito: Por pai de muitas nações te constituí) perante aquele no qual creu, a saber, Deus, o qual vivifica os mortos, e chama as coisas que não são como se já fossem.

 18 
O qual, em esperança, creu contra a esperança, tanto que ele tornou-se pai de muitas nações, conforme o que lhe fora dito: Assim será a tua descendência.

 19 
E não enfraquecendo na fé, não atentou para o seu próprio corpo já amortecido, pois era já de quase cem anos, nem tampouco para o amortecimento do ventre de Sara.

 20 
E não duvidou da promessa de Deus por incredulidade, mas foi fortificado na fé, dando glória a Deus,

 21 
E estando certíssimo de que o que ele tinha prometido também era poderoso para o fazer.

 22 
Assim isso lhe foi também imputado como justiça.

 23 
Ora, não só por causa dele está escrito, que lhe fosse tomado em conta,

 24 
Mas também por nós, a quem será tomado em conta, os que cremos naquele que dentre os mortos ressuscitou a Jesus nosso Senhor;

 25 
O qual por nossos pecados foi entregue, e ressuscitou para nossa justificação.

PONTO CENTRAL
A justificação diante de Deus é somente pela fé.





I. A JUSTIFICAÇÃO MANIFESTADA (Rm 3.21-26)
 21 
Mas agora Deus já mostrou que o meio pelo qual ele aceita as pessoas não tem nada a ver com lei. A Lei de Moisés e os Profetas dão testemunho do seguinte:

 22 
Deus aceita as pessoas por meio da fé que elas têm em Jesus Cristo. É assim que ele trata todos os que crêem, pois não existe nenhuma diferença entre as pessoas.

 23 
Todos pecaram e estão afastados da presença gloriosa de Deus.

 24 
Mas, pela sua graça e sem exigir nada, Deus aceita todos por meio de Cristo Jesus, que os salva.

 25 
Deus ofereceu Cristo como sacrifício para que, pela sua morte na cruz, Cristo se tornasse o meio de as pessoas receberem o perdão dos seus pecados, pela fé nele. Deus quis mostrar com isso que ele é justo. No passado ele foi paciente e não castigou as pessoas por causa dos seus pecados; mas agora, pelo sacrifício de Cristo, Deus mostra que é justo. Assim ele é justo e aceita os que crêem em Jesus.

1. Um culpado que é inocentado. Em Romanos 3.21, lemos: “Mas, agora, se manifestou, sem a lei, a justiça de Deus, tendo o testemunho da Lei e dos Profetas”. Paulo nos mostra como Deus se revelou para alcançar os gentios e judeus. Os gentios estavam debaixo da ira de Deus, porque falharam em conhecê-lo. Os judeus também estavam debaixo da ira divina, por não conseguirem guardar a Palavra do Senhor. O vocábulo manifestou, no grego, vem de uma raiz cujo significado é tornar manifesto ou visível ou conhecido o que estava escondido ou era desconhecido. Deus, na pessoa de Jesus Cristo, tornou conhecido o seu grande amor para com os pecadores. Encontramos Paulo recorrendo a uma figura extraída do mundo jurídico para esclarecer o seu pensamento. O termo justiça traduz a palavra grega dikaiosyne, muito comum no contexto de um tribunal. A imagem é de alguém que é inocentado por um juiz, mesmo sendo culpado pelos seus atos. Concluímos então que, mesmo culpados, Deus quis nos justificar e perdoar.

2. Um prisioneiro que é libertado. Em Romanos 3.24, Paulo usa o verbo grego apolytroseo para se referir à redenção efetuada por Jesus Cristo. Essa palavra, conforme definem os léxicos da língua grega, tem o sentido de redenção, resgate ou libertação. No contexto neotestamentário tem o sentido de libertar mediante o preço de um resgate. No mundo antigo um escravo podia ser resgatado mediante o pagamento de um preço. É exatamente isso que Deus fez. Enviou Jesus Cristo para resgatar o homem que estava preso em seus delitos e pecados (Ef 2.1,2:
Capítulo 2
 1 
Vocês estavam mortos em suas transgressões e pecados,

 2 
nos quais costumavam viver, quando seguiam a presente ordem[7] deste mundo e o príncipe do poder do ar, o espírito que agora está atuando nos que vivem na desobediência.
[7] Grego: era.
). Tanto judeus como gentios deveriam se conscientizar dessa realidade. Ninguém pode se autolibertar.

3. Um inocente que é culpado. Se o sistema judicial foi útil para elucidar o pensamento do apóstolo, da mesma forma a figura extraída do sistema de sacrifícios levítico também o auxiliou. Isso pode ser visto no texto: “Ao qual Deus propôs para propiciação pela fé no seu sangue, para demonstrar a sua justiça pela remissão dos pecados dantes cometidos, sob a paciência de Deus” (Rm 3.25).
25 
Deus o ofereceu como sacrifício para propiciação[17] mediante a fé, pelo seu sangue, demonstrando a sua justiça. Em sua tolerância, havia deixado impunes os pecados anteriormente cometidos;
[17] Ou como sacrifício que desviava a sua ira, removendo o pecado
A palavra propiciação (gr. hülasterion), que está relacionada ao termo propiciatório é uma terminologia muito utilizada no Antigo Testamento para se referir aos sacrifícios pelo pecado. No sistema levítico, quando alguém pecava tornava-se culpado de algo, e um animal inocente era sacrificado para que a culpa fosse expiada. Paulo mostra que tanto os gentios como os judeus não podem chegar a Deus pelos seus esforços ou obras, mas única e exclusivamente pelo sangue de Jesus: o inocente Cordeiro de Deus que foi sacrificado por nós.


SÍNTESE DO TÓPICO (I)

Paulo nos mostra como Deus manifestou a sua justificação para alcançar os gentios e judeus.





















SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO

“A Doutrina da Justificação
A estudarmos a Doutrina do Pecado descobrimos que ninguém pode ser justificado pela justiça humana. Entretanto, é na doutrina da justificação, no texto de 3.1 a 5.21, que o pecador encontra o caminho da justificação, através da obra expiatória de Cristo. No primeiro estado, o pecador está perdido e sem possibilidade alguma de se justificar diante de Deus. No segundo estado, o pecador encontra Cristo que o justifica.
É a partir do capítulo 3.21 que o pecador, judeu ou gentio, encontra um novo caminho através dos méritos de Cristo Jesus. É aqui que ele pode ser perdoado e declarado livre da pena do seu pecado, perante Deus.
Justificação significa absolvição da culpa, cuja pena foi satisfeita. Significa ser declarado livre de toda culpa tendo cumprido todos os requisitos da lei.
Justificação é um termo forense que denota um ato judicial da administração da lei. Esse ato judicial legaliza a situação do transgressor perante a lei e o torna justo, isto é, livre de toda a condenação. Cristo assumiu a pena do pecador e foi sentenciado no lugar do pecador. Ele sofreu a pena contra o pecador. Cumprida a pena, o veredicto final da justiça divina é a justificação do pecador. Entende-se então que ser justificado não significa que a justiça tenha sido adiada, ou que ela não tenha sido cumprida” (CABRAL, Elienai. Romanos: O Evangelho da Justiça de Deus. 5ª Edição. RJ: CPAD, 2005, p.52).

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 Capítulo 5     http://www.bibliaonline.net/imagens/audio_green.gif
 1 
Tendo sido, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo;

 2 
Pelo qual também temos entrada pela fé a esta graça, na qual estamos firmes, e nos gloriamos na esperança da glória de Deus.

Capítulo 8     http://www.bibliaonline.net/imagens/audio_green.gif
 1 
Portanto, agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo o Espírito.










II. A JUSTIFICAÇÃO CONTESTADA (Rm 3.27-31)

27 
Onde está, então, o motivo de vanglória? É excluído. Baseado em que princípio? No da obediência à Lei? Não, mas no princípio da fé.

 28 
Pois sustentamos que o homem é justificado pela fé, independente da obediência à Lei.

 29 
Deus é Deus apenas dos judeus? Ele não é também o Deus dos gentios? Sim, dos gentios também,
 30 
visto que existe um só Deus, que pela fé justificará os circuncisos e os incircuncisos.

 31 
Anulamos então a Lei pela fé? De maneira nenhuma! Ao contrário, confirmamos a Lei.

1. A justificação se opõe à salvação meritória. Paulo desejava que o seu ensino não fosse mal interpretado, então recorrendo ao método da diatribe, se adiantando em responder as contestações que seus interlocutores poderiam fazer-lhe. “Onde está, logo, a jactância? É excluída. Por qual lei? Das obras? Não! Mas pela lei da fé” (Rm 3.27). A lei dizia faça e o judeu devoto estava convicto de que Deus o justificaria pelo que fazia. No entanto, a graça que Paulo ensinava dizia não faça, mas aceite o que Jesus já fez. O que seria feito então do orgulho judaico que se vangloriava em ser o povo eleito de Deus e das boas obras que praticavam? Não levaria Deus isso em conta nessa nova doutrina de Paulo? Nas palavras do apóstolo, não! É bem fácil imaginar que para um judeu devoto, guardador da lei e praticante de boas obras, que o ensino da justificação “pela fé somente” era bem difícil de digerir. Não é fácil abrirmos mão do nosso orgulho e deixarmos de nos vangloriarmos pelos nossos feitos. Todavia, a doutrina da justificação pela fé diz que não há mérito humano quando a graça de Deus se manifesta. A conclusão de Paulo é que “o homem é justificado pela fé, sem as obras da lei” (Rm 3.28).

2. A justificação se opõe ao orgulho nacionalista. A segunda indagação que Paulo procura responder é a seguinte: “É, porventura, Deus somente dos judeus? E não o é também dos gentios? Também dos gentios, certamente” (Rm 3.29). Esse é outro ponto que contrastava com a crença do judaísmo do primeiro século — o exclusivismo. A doutrina da justificação pela fé revela que Deus não é somente dos judeus, que se achavam privilegiados pelo legalismo em relação à Torá, mas dos gentios também. Deus não é uma divindade nacionalista, mas Ele é o Deus de toda a Terra. Não há dúvidas de que Paulo tinha em mente o shema judaico quando argumentou sobre esse assunto: “Ouve, Israel, o SENHOR, nosso Deus, é o único SENHOR” (Dt 6.4). Se Deus é o único Deus, como de fato afirma o monoteísmo judaico, então Ele é o Deus dos gentios também. Não podemos cair no erro de achar que Deus é nossa propriedade exclusiva.

3. A justificação se opõe ao antinomismo. “Anulamos, pois, a lei pela fé? De maneira nenhuma! Antes estabelecemos a lei” (Rm 3.31). Essa é última pergunta a ser respondida por Paulo dentro dessa seção. Os judeus legalistas defendiam a observância dos preceitos da lei e acusavam Paulo de ser antinomista, isto é, ensinar que a lei não tem mais nenhum sentido. Paulo estaria ensinando que a justificação pela fé tornara a lei desprezível? A resposta de Paulo é não! O problema não era com a Lei, que tinha a função de servir de condutora até Cristo, mas com os homens que se mostraram incapazes de cumpri-la. Nem judeu nem tampouco gentio algum foi capaz de cumprir a Lei. Somente Jesus Cristo a cumpriu em nosso lugar. Qualquer tentativa de cumprir a Lei hoje é nula, além de ser uma afronta àquEle que se mostrou o único habilitado a fazê-lo — Jesus Cristo, nosso Senhor.

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SÍNTESE DO TÓPICO (II)

A justificação anunciada por Paulo se opunha a ideia que os judeus tinham da salvação por méritos religiosos.

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SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO

Professor, o subtópico três mostra que o antinomismo se opõe a justificação. Antes de discorrer a respeito do assunto faça a seguinte indagação: “O que é antinomismo?”. Ouça os alunos com atenção e explique que “literalmente significa contra a lei. Doutrina que assevera não haver mais necessidade de se pregar nem de se observar as leis morais do Antigo Testamento. Calibrando esta assertiva, alegam os antimonistas que, salvos pela fé em Cristo Jesus, já estamos livres da tutela de Moisés.
Ignoram porém, serem as ordenanças morais do Antigo Testamento pertencentes ao elenco do direito natural que o Criador incrustara na alma de Adão. Como podemos desprezar os Dez Mandamentos? Todo crente piedoso os observa, pois o Cristo não veio revogá-los; veio cumpri-los e sublimá-los. Além do mais, as legislações modernas estão alicerçadas justamente no Decálogo” (ANDRADE, Claudionor Corrêa de. Dicionário Teológico. 8ª Edição. RJ: CPAD, 1999, p.44).


 III. A JUSTIFICAÇÃO EXEMPLIFICADA (Rm 4.1-25)
 Capítulo 4
 1 
Portanto, que diremos do nosso antepassado Abraão?

 2 
Se de fato Abraão foi justificado pelas obras, ele tem do que se gloriar, mas não diante de Deus.

 3 
Que diz a Escritura? “Abraão creu em Deus, e isso lhe foi creditado como justiça.” [18]
[18] Gn 15.6

 4 
Ora, o salário do homem que trabalha não é considerado como favor, mas como dívida.

 5 
Todavia, àquele que não trabalha, mas confia em Deus, que justifica o ímpio, sua fé lhe é creditada como justiça.

 6 
Davi diz a mesma coisa, quando fala da felicidade do homem a quem Deus credita justiça independente de obras:

 7 
Como são felizes aqueles que têm suas transgressões perdoadas, cujos pecados são apagados!
[19] Sl 32.1,2

 8 
Como é feliz aquele a quem o Senhor não atribui culpa! [19]

 9 
Destina-se esta felicidade apenas aos circuncisos ou também aos incircuncisos? Já dissemos que, no caso de Abraão, a fé lhe foi creditada como justiça.

 10 
Sob quais circunstâncias? Antes ou depois de ter sido circuncidado? Não foi depois, mas antes!

 11 
Assim ele recebeu a circuncisão como sinal, como selo da justiça que ele tinha pela fé, quando ainda não fora circuncidado. Portanto, ele é o pai de todos os que crêem, sem terem sido circuncidados, a fim de que a justiça fosse creditada também a eles;

 12 
e é igualmente o pai dos circuncisos que não somente são circuncisos, mas também andam nos passos da fé que teve nosso pai Abraão antes de passar pela circuncisão.

 13 
Não foi mediante a Lei que Abraão e a sua descendência receberam a promessa de que ele seria herdeiro do mundo, mas mediante a justiça que vem da fé.

 14 
Pois se os que vivem pela Lei são herdeiros, a fé não tem valor, e a promessa é inútil;

 15 
porque a Lei produz a ira. E onde não há Lei, não há transgressão.

 16 
Portanto, a promessa vem pela fé, para que seja de acordo com a graça e seja assim garantida a toda a descendência de Abraão; não apenas aos que estão sob o regime da Lei, mas também aos que têm a fé que Abraão teve. Ele é o pai de todos nós.

 17 
Como está escrito: “Eu o constituí pai de muitas nações” [20]. Ele é nosso pai aos olhos de Deus, em quem creu, o Deus que dá vida aos mortos e chama à existência coisas que não existem, como se existissem.
[20] Gn 17.5

 18 
Abraão, contra toda esperança, em esperança creu, tornando-se assim pai de muitas nações, como foi dito a seu respeito: “Assim será a sua descendência” [21].
[21] Gn 15.5

 19 
Sem se enfraquecer na fé, reconheceu que o seu corpo já estava sem vitalidade, pois já contava cerca de cem anos de idade, e que também o ventre de Sara já estava sem vigor.

 20 
Mesmo assim não duvidou nem foi incrédulo em relação à promessa de Deus, mas foi fortalecido em sua fé e deu glória a Deus,

 21 
estando plenamente convencido de que ele era poderoso para cumprir o que havia prometido.

 22 
Em conseqüência, “isso lhe foi creditado como justiça” [22].
[22] Gn 15.6

 23 
As palavras “lhe foi creditado” não foram escritas apenas para ele,

 24 
mas também para nós, a quem Deus creditará justiça, a nós, que cremos naquele que ressuscitou dos mortos a Jesus, nosso Senhor.

 25 
Ele foi entregue à morte por nossos pecados e ressuscitado para nossa justificação.

1. Abraão, circuncisão e justificação (Rm 4.1-8). Na seção de Romanos 4.1-8, o apóstolo Paulo toma o exemplo do patriarca Abraão para fazer um contraste entre a justificação pela fé e pelas obras. A antiga tradição judaica afirmava que Abraão já guardava a Torá, mesmo tendo vivido séculos antes dela. Ele a teria guardado por “antecipação”, pois segundo o judaísmo, apoiando-se em Gênesis 17.23, Abraão é circuncidado como sinal da aliança entre ele e Deus. Da mesma forma o sacrifício de Isaque confirmaria tal crença (Gn 22). Em outras palavras, as obras justificaram Abraão. Contra essa argumentação, Paulo mostra que Abraão não poderia ter sido aceito por Deus em virtude da circuncisão, pois ele creu em Deus, tendo sido isso imputado como justiça, antes dele ser circuncidado e pelo menos quatro séculos antes do advento da Lei. O que justificou Abraão não foi o que ele fez, mas o que Deus fez por ele. Esse é o princípio do Evangelho — somos aceitos não pelo que fizemos, mas pelo que Cristo fez por nós.

2. Abraão, promessa e justificação (Rm 4.9-17). Na Aliança Abraâmica, Deus prometeu fazer dos descendentes de Abraão uma grande nação. Ele também prometeu ao patriarca que lhe daria como herança a terra e faria do seu servo uma bênção para todos os povos (Gn 12.1-3). Fazendo referência a essa promessa divina, Paulo argumenta que a justificação não poderia decorrer da obediência à lei pelo fato de que quando Deus fez a promessa a Abraão, este nem mesmo era circuncidado (Rm 4.10-15). A própria crença judaica dizia que a fé obediente de Abraão nas promessas de Deus lhe foi imputada como justiça (Gn 15.5,6). Para Paulo, se as bênçãos divinas prometidas a Abraão dependessem da obediência ao código mosaico, então as promessas de Deus teriam falhado, visto que ninguém fora capaz de cumprir ou guardar a lei.

3. Abraão, ressurreição e justificação (Rm 4.18-25). Na teologia de Paulo em Romanos 4.18-25 há um paralelismo entre a fé de Abraão e a fé do cristão — ambos creram em um Deus que torna possível as coisas impossíveis. Paulo mostra que Deus tornou possível a concretização das promessas a Abraão, mesmo sendo seu corpo já “amortecido” pelo fato de sua idade avançada, e dessa forma recompensou a sua fé. A sua fé, mesmo contra as evidências externas, garantiu-lhe a concretização das promessas (Rm 4.16-22). Da mesma forma, a fé do cristão na morte e ressureição de Jesus, o Filho de Deus, é a garantia de que as promessas de Deus em sua vida também serão cumpridas (Rm 4.23,25).

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SÍNTESE DO TÓPICO (III)

Paulo se utiliza do exemplo do patriarca Abraão para mostrar que a justificação é somente pela fé.

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SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO

“Paulo diz que, se Abraão, o pai dos judeus segundo a carne, tivesse sido julgado por obras ou justiça própria, teria que gloriar-se diante de Deus. Porém o que aprendemos é que Abraão foi como qualquer outro homem, pecador e sem justiça nenhuma. Ele foi declarado justo por meio da fé (Rm 4.3). Os judeus vangloriavam-se em Abraão e criam que isto lhes garantiria a justificação, apenas por serem ‘filhos de Abraão segundo a carne’. Os versículos 4 e 5, apresentam dois modos de justificação: por méritos e por graça.
A justificação por méritos se baseia nas obras do homem para obter a sua salvação. A justificação por graça baseia-se sobre o princípio da fé. Deus justifica o pecador pela fé. Ele imputa justiça ao que crê, isto é pela graça de Deus” (CABRAL, Elienai. Romanos: O Evangelho da Justiça de Deus. 5ª Edição. RJ: CPAD, 2005, p.59).

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CONCLUSÃO

Chegamos ao final de uma importante lição sobre a doutrina da justificação pela fé. Nesta lição aprendemos que Paulo recorreu a experiência do patriarca Abraão para argumentar contra a crença judaica que associava a aceitação das obras como garantia de justificação diante de Deus. Para Paulo isso não poderia ser verdade já que o velho patriarca não possuía mérito algum quando recebeu as promessas de Deus. As bênçãos recebidas por ele, assim como as da Nova Aliança, decorrem exclusivamente da graça de Deus em resposta a fé.
 PARA REFLETIR
A respeito da Carta aos Romanos, responda:

Segundo a lição, por que os gentios estavam debaixo da ira de Deus?
Os gentios estavam debaixo da ira de Deus, porque falharam em conhecê-lo.

Na pessoa de quem Deus tornou conhecido o seu grande amor para com os pecadores?
Na pessoa de Jesus Cristo.

Existem méritos humanos quando a graça de Deus se manifesta?
A doutrina da justificação pela fé diz que não há mérito humano quando a graça de Deus se manifesta.

A justificação pela fé torna a lei desprezível?
A resposta de Paulo é não! Porém, judeu nem tampouco gentio algum foi capaz de cumprir a Lei.

Qual era a função da lei?
A Lei tinha a função de servir de condutora até Cristo.






SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO

Justificação, somente pela fé em Jesus Cristo

Para explicar a doutrina da Justificação pela Fé, o apóstolo Paulo usa dois tipos de linguagem na carta: a do judiciário e a do sistema de sacrifício levítico. Como o apóstolo pretende convencer o seu público leitor, os judeus, bem como os gentios, de que mais do que observar o sistema de Lei como requisito para a salvação, Deus havia manifestado a sua graça justificadora lá no tempo da Antiga Aliança por intermédio do pai da fé, Abraão, o apóstolo afirma com todas as letras: “Portanto, é pela fé, para que seja segundo a graça, a fim de que a promessa seja firme a toda a posteridade, não somente à que é da lei, mas também à que é da fé de Abraão, o qual é pai de todos nós. [...] Pelo que isso lhe foi também imputado como justiça” (Rm 4.16,22). Dessa forma, o apóstolo argumentava ao judeu de que, mesmo o gentio não tendo a Lei, a condição do gentio em relação a Deus em nada é inferior ao do judeu. Em Jesus, pela fé mediante a Graça de Deus, o gentio é filho de Abraão por intermédio da fé, que é pai tanto do judeu quanto do gentio achado por Deus (Rm 4.9-13).

A linguagem judiciária da Justificação
Ser justificado por Deus é ser inocentado por Ele mesmo da condição de culpado pelos atos. Ou seja, o indivíduo não tem quaisquer condições de se auto- declarar inocente ou de aliviar a sua consciência, pois sabe que nada poderá apagar a sua culpa. Por isso, Deus, em Cristo, na cruz do Calvário, nos reconciliou para sempre (2Co 5.19). De modo que o apóstolo Paulo ratifica esse milagre: “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isso não vem de vós; é dom de Deus” (Ef 2.8).

A linguagem sacrifical da Justificação
Trocar o culpado pelo inocente. O sangue de Jesus Cristo foi derramado no lugar do sangue da humanidade. Foi a substituição vicária de Cristo Jesus por nós. Éramos culpados, mas Cristo se tornou culpado por nós; éramos malditos, Cristo se tornou maldito por nós; éramos dignos de morte, Cristo morreu em nosso lugar e por nós (Rm 3.25).
A linguagem judiciária e sacrifical da justificação nos mostra um Deus amoroso e misericordioso, que não faz acepção de pessoas e que deixa clara a real condição do ser humano, seja ele judeu ou gentio: somos todos carentes da graça e da misericórdia do Pai.
Caro professor, esse trecho bíblico [3.1 — 4.25] é importante para o desenvolvimento do argumento do apóstolo em sua epístola. Estude-o com rigor.
Capítulo 3
 1 
Então qual é a vantagem de ser judeu? Será que ser circuncidado tem algum valor?

 2 
Tem, sim, e de muitas maneiras! E a primeira vantagem é que Deus entregou a sua mensagem aos cuidados dos judeus.

 3 
Mas, se alguns não foram fiéis, será que por isso Deus vai ser infiel?

 4 
De modo nenhum! Que Deus continue a ser verdadeiro, mesmo que todas as pessoas sejam mentirosas. Como dizem as Escrituras Sagradas a respeito dele: "Que fique provado que tu tens razão quando falas e que sejas vencedor quando fores julgado."

 5 
Mas, se as injustiças que cometemos servem para mostrar que Deus age com justiça, o que é que podemos dizer? Que Deus é injusto quando nos castiga? (Eu falo aqui como as pessoas costumam falar.)

 6 
É claro que não! Se Deus não fosse justo, como poderia julgar o mundo?

 7 
Mas digamos que a minha mentira faz com que a verdade de Deus fique mais clara, aumentando assim a glória dele. Nesse caso, por que é que devo ainda ser condenado como pecador?

 8 
Então por que não dizer: "Façamos o mal para que desse mal venha o bem"? Na verdade alguns têm me caluniado, dizendo que eu afirmo isso. Porém eles serão condenados como merecem.

 9 
Então será que nós, os judeus, estamos em melhor situação do que os não-judeus? De modo nenhum! Já mostrei que todos, judeus e não-judeus, estão debaixo do poder do pecado.

 10 
Como dizem as Escrituras Sagradas: "Não há uma só pessoa que faça o que é certo;

 11 
não há ninguém que tenha juízo; não há ninguém que adore a Deus.

 12 
Todos se desviaram do caminho certo, todos se perderam. Não há mais ninguém que faça o bem, não há ninguém mesmo.

 13 
Todos mentem e enganam sem parar. Da língua deles saem mentiras perversas, e dos seus lábios saem palavras de morte, como se fossem veneno de cobra.

 14 
A boca deles está cheia de terríveis maldições.

 15 
Eles se apressam para matar.

 16 
Por onde passam, deixam a destruição e a desgraça.

 17 
Não conhecem o caminho da paz

 18 
e não aprenderam a temer a Deus."

 19 
Nós sabemos que tudo o que a lei diz é dito para os que vivem debaixo da lei. Isso a fim de que todos parem de se justificar e a fim de que todas as pessoas do mundo fiquem debaixo do julgamento de Deus.

 20 
Pois ninguém é aceito por Deus por fazer o que a lei manda, porque a lei faz com que as pessoas saibam que são pecadoras.

 21 
Mas agora Deus já mostrou que o meio pelo qual ele aceita as pessoas não tem nada a ver com lei. A Lei de Moisés e os Profetas dão testemunho do seguinte:

 22 
Deus aceita as pessoas por meio da fé que elas têm em Jesus Cristo. É assim que ele trata todos os que crêem, pois não existe nenhuma diferença entre as pessoas.

 23 
Todos pecaram e estão afastados da presença gloriosa de Deus.

 24 
Mas, pela sua graça e sem exigir nada, Deus aceita todos por meio de Cristo Jesus, que os salva.

 25 
Deus ofereceu Cristo como sacrifício para que, pela sua morte na cruz, Cristo se tornasse o meio de as pessoas receberem o perdão dos seus pecados, pela fé nele. Deus quis mostrar com isso que ele é justo. No passado ele foi paciente e não castigou as pessoas por causa dos seus pecados; mas agora, pelo sacrifício de Cristo, Deus mostra que é justo. Assim ele é justo e aceita os que crêem em Jesus.

 27 
Será que temos motivo para ficarmos orgulhosos? De modo nenhum! E por que não? Será que é porque obedecemos à lei? Não; não é. É porque cremos em Cristo.

 28 
Assim percebemos que a pessoa é aceita por Deus pela fé e não por fazer o que a lei manda.

 29 
Ou será que Deus é somente Deus dos judeus? Será que não é também Deus dos não-judeus? Claro que é!

 30 
Deus é um só e aceitará os judeus na base da sua fé e também aceitará os não-judeus por meio da fé que eles têm.

 31 
Será que isso quer dizer que, por causa da fé, nós tratamos a lei como se ela não valesse nada? Não; de modo nenhum! Pelo contrário, afirmamos que a lei tem valor.

Capítulo 4
 1 
Então o que é que podemos dizer de Abraão, o antepassado de nossa raça? O que foi que ele conseguiu?

 2 
Se foi por causa das coisas que ele fez que Deus o aceitou, então ele teria motivo para se orgulhar, mas não para se orgulhar diante de Deus.

 3 
Pois o que é que as Escrituras Sagradas dizem? Elas dizem: "Abraão creu em Deus, e por isso Deus o aceitou."

 4 
O salário que o trabalhador recebe não é um presente, mas é o pagamento a que ele tem direito por causa do trabalho que fez.

 5 
Porém a pessoa que não põe a sua esperança nas coisas que faz, mas simplesmente crê em Deus, é a fé dessa pessoa que faz com que ela seja aceita por Deus, o Deus que trata o culpado como se ele fosse inocente.

 6 
E isso foi o que Davi queria dizer quando falou da felicidade daqueles que Deus aceita, sem levar em conta o que eles fazem.

 7 
Davi disse: "Feliz aquele cujas maldades Deus perdoa e cujos pecados ele apaga!

 8 
Feliz aquele que o Senhor não acusa de cometer pecado!"

 9 
Será que essa felicidade de que Davi falou existe somente para os que são circuncidados? É claro que não! Ela existe também para os que não são circuncidados. Pois já citamos as Escrituras Sagradas, que dizem: "Abraão creu em Deus, e por isso Deus o aceitou."

 10 
Quando foi que isso aconteceu? Foi antes ou depois de Abraão ser circuncidado? Foi antes e não depois.

 11 
Ele foi circuncidado mais tarde. E a sua circuncisão foi um sinal para provar que Deus aceitou Abraão porque ele tinha fé; e isso aconteceu quando ele ainda não havia sido circuncidado. Assim Abraão é o pai espiritual de todos os que crêem em Deus e são aceitos por ele, mesmo que não sejam circuncidados.

 12 
Ele é também o pai dos que são circuncidados. Não apenas porque são circuncidados, mas porque vivem a mesma vida de fé que Abraão, o nosso pai, viveu antes de ter sido circuncidado.

 13 
Deus prometeu a Abraão e aos seus descendentes que o mundo ia pertencer a eles. Essa promessa foi feita não porque Abraão tinha obedecido à lei, mas porque ele havia crido em Deus e havia sido aceito por ele.

 14 
Pois, se aqueles que obedecem à lei vão receber o que Deus prometeu, então a fé é inútil, e a promessa de Deus não tem valor.

 15 
Pois a lei traz o castigo de Deus. Mas, onde não existe lei, também não existe desobediência à lei.

 16 
Portanto, a promessa de Deus depende da fé, a fim de que a promessa seja garantida como presente de Deus a todos os descendentes de Abraão. Ela não é somente para os que obedecem à lei, mas também para os que crêem em Deus como Abraão creu, pois ele é o pai espiritual de todos nós.

 17 
Como dizem as Escrituras Sagradas: "Eu fiz de você o pai de muitas nações." Assim a promessa depende de Deus, em quem Abraão creu, o Deus que ressuscita os mortos e faz com que exista o que não existia.

 18 
Abraão teve fé e esperança, mesmo quando não havia motivo para ter esperança, e por isso ele se tornou "o pai de muitas nações". Como dizem as Escrituras: "Os seus descendentes serão muitos."

 19 
Abraão tinha quase cem anos. Mas, mesmo quando ele pensou a respeito do seu corpo, que já estava como morto, ou quando lembrou que Sara não podia ter filhos, a sua fé não enfraqueceu.

 20 
Abraão não perdeu a fé, nem duvidou da promessa de Deus. A sua fé o encheu de poder, e ele louvou a Deus

 21 
porque tinha toda a certeza de que Deus podia fazer o que havia prometido.

 22 
Por isso Abraão, por meio da fé, "foi aceito por Deus."

 23 
As palavras "foi aceito" não falam somente dele.

 24 
Falam também de nós, que seremos aceitos, nós os que cremos em Deus, o qual ressuscitou Jesus, o nosso Senhor.

 25 
Jesus foi entregue para morrer por causa dos nossos pecados e foi ressuscitado a fim de que nós fôssemos aceitos por Deus.

Lição 3 - Justificação, somente pela fé em Jesus Cristo (Subsídio Para Lição Adulto)
https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiSi004t7dI8Dq0y91JZF00WhrPVeePhPr_4iwiEtJdM2R0OYuDIDT2ixxAbG5_QuT_SMX_pkHNlzXtw5a1objwXGOeDxax9CSO5XB1pwmAj_Sjh5zag6OC4tc5AcMre1ZHbN-r9Yd12xVx/s640/ESCULDO.png


Para explicar a doutrina da Justificação pela Fé, o apóstolo Paulo usa dois tipos de linguagem na carta: a do judiciário e a do sistema de sacrifício levítico. Como o apóstolo pretende convencer o seu público leitor, os judeus, bem como os gentios, de que mais do que observar o sistema de Lei como requisito para a salvação, Deus havia manifestado a sua graça justificadora lá no tempo da Antiga Aliança por intermédio do pai da fé, Abraão, o apóstolo afirma com todas as letras: "Portanto, é pela fé, para que seja segundo a graça, a fim de que a promessa seja firme a toda a posteridade, não somente à que é da lei, mas também à que é da fé de Abraão, o qual é pai de todos nós. [...] Pelo que isso lhe foi também imputado como justiça" (Rm 4.16,22). Dessa forma, o apóstolo argumentava ao judeu de que, mesmo o gentio não tendo a Lei, a condição do gentio em relação a Deus em nada é inferior ao do judeu. Em Jesus, pela fé mediante a Graça de Deus, o gentio é filho de Abraão por intermédio da fé, que é pai tanto do judeu quanto do gentio achado por Deus (Rm 4.9-13).

A linguagem judiciária da Justificação

Ser justificado por Deus é ser inocentado por Ele mesmo da condição de culpado pelos atos. Ou seja, o indivíduo não tem quaisquer condições de se auto- declarar inocente ou de aliviar a sua consciência, pois sabe que nada poderá apagar a sua culpa. Por isso, Deus, em Cristo, na cruz do Calvário, nos reconciliou para sempre (2 Co 5.19). De modo que o apóstolo Paulo ratifica esse milagre: "Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isso não vem de vós; é dom de Deus" (Ef 2.8).

A linguagem sacrifical da Justificação

Trocar o culpado pelo inocente. O sangue de Jesus Cristo foi derramado no lugar do sangue da humanidade. Foi a substituição vicária de Cristo Jesus por nós. Éramos culpados, mas Cristo se tornou culpado por nós; éramos malditos, Cristo se tornou maldito por nós; éramos dignos de morte, Cristo morreu em nosso lugar e por nós (Rm 3.25).
A linguagem judiciária e sacrifical da justificação nos mostra um Deus amoroso e misericordioso, que não faz acepção de pessoas e que deixa clara a real condição do ser humano, seja ele judeu ou gentio: somos todos carentes da graça e da misericórdia do Pai.
Caro professor, esse trecho bíblico [3.1—4.25] é importante para o desenvolvimento do argumento do apóstolo em sua epístola. Estude-o com rigor.

Texto acima extraído da revista Ensinado Cristão  nº 66 pagina 37


A Baixo Complemento ao conteúdo extraído da lição do 1º Trimestre de 2006 Título: Salvação e Justificação — Os pilares da vida cristã Comentarista: Eliezer Lira

Lição 4: A justificação pela fé em Cristo Data: 22 de Janeiro de 2006

ORIENTAÇÃO DIDÁTICA

O gráfico abaixo apresenta essa correspondência em relação às bênçãos advindas da justificação. Este recurso deve ser preferencialmente usado no final do tópico “Características da Justificação Divina”.

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A JUSTIFICAÇÃO

1. A justificação é um ato divino. A justificação é uma declaração de Deus, segundo a qual todos os processos da lei divina são plenamente satisfeitos, por meio da justiça de Cristo, em benefício do pecador que o recebe como salvador. Justificação significa mudança de posição espiritual diante de Deus: de condenados para justificados. Esta é a única maneira do homem ter comunhão com Deus, apresentando-se a Ele sem culpa.
A obra redentora resultante do sacrifício expiatório, efetuado por Cristo na cruz, propiciou a maior de todas as dádivas de Deus — a salvação do indigno e miserável pecador.

2. A justificação testificada pela lei e pelos profetas (v.21). A justificação do pecador, mediante o sacrifício vicário de Cristo, pode ser percebida por meio de várias profecias no Antigo Testamento (Is 53.11; 45.22-25; 61.10; Jr 23.6; 33.16; Sl 85.10; Gl 3.7). Em Gênesis 3.21, por exemplo, encontramos uma nítida figura do propósito divino neste sentido. Deus cobrira graciosamente a nudez de nossos primeiros pais, Adão e Eva, após terem pecado. Outro exemplo digno de nota é o de Abraão que foi justificado por Deus somente pela fé (Gn 15.6); fato transcendental que a Bíblia confirma em Romanos 4.3.
A lei mosaica não tinha a intenção de alcançar a justiça pelo esforço humano, mas de revelar a justiça de Deus (Rm 8.4; 10.4,10; At 10.39). Os sacrifícios da lei não visavam retirar os pecados, mas cobri-los temporariamente até que Cristo viesse como o sacrifício perfeito e substitutivo (Êx 12.1-23; Jo 1.29). As ordenanças, rituais, sacrifícios e princípios de vida piedosa ensinados no Antigo Testamento, embora divinamente inspirados, não podiam quitar as “dívidas” da humanidade, e muito menos, transformar o perdido pecador num justo.

 A JUSTIÇA DE DEUS

1. A justiça de Deus na dispensação da graça. A expressão “justiça de Deus”, na Epístola aos Romanos (1.17; 3.21,22) e em outras passagens, refere-se ao tipo de justiça que o Senhor aceita para que o homem tenha comunhão com Ele. Essa justiça resulta da nossa fé em Cristo segundo o evangelho. Em outras palavras, a justiça é o próprio Cristo (1Co 1.30; 2Co 5.21; Fp 3.9).
Por ter sido um ardoroso representante do legalismo, Paulo não cessava de enaltecer a manifestação da justiça divina em sua vida (Fp 3.4-6). Não perdia a chance de enfatizar que é impossível ao homem justificar-se diante de Deus através de suas próprias obras (Fp 3.9; Gn 2.16; Tt 3.5).


2. A justiça de Deus pela fé. Na Epístola aos Romanos, capítulos 3 e 4, Paulo ensina que não há outro meio pelo qual o homem alcance a salvação senão pela fé em Cristo. Por sua vez, o escritor aos Hebreus, no capítulo 11 de sua epístola, mostra que somente pela fé o crente será vitorioso em todos os sentidos.
Este mesmo princípio é encontrado em Romanos 4.5, onde a Bíblia declara que quem “não pratica (boas obras), porém crê nAquele que justifica o ímpio, a sua fé lhe é imputada como justiça”.

III. CARACTERÍSTICAS DA JUSTIFICAÇÃO DIVINA

1. A justiça divina alcança a todos. Assim como o pecado tornou-se universal, a justificação destina-se a todos quantos queiram ser salvos (Tt 2.11). A expressão “para que todo aquele que nele crê não pereça” (Jo 3.16) abrange a todos, indistintamente.
Todos os que se arrependem de seus pecados e crêem em Jesus como Salvador não perecerão, mas terão a vida eterna. E é tudo pela graça de Deus, conforme está escrito: “Onde abundou o pecado, superabundou a graça” (Rm 5.20). Esta “multiforme graça” alcança de igual modo todas as pessoas de todas as raças, culturas, níveis sociais, idades e circunstâncias (Jo 6.37). Ninguém é bom o suficiente para se salvar, como também não é tão mau que não possa ser salvo por Jesus.

2. A justiça de Deus é concedida gratuitamente mediante a graça. Desde que Adão e Eva pecaram contra o Senhor, a lei não tem feito outra coisa senão revelar a culpa universal do ser humano e a justiça do Todo-Poderoso. A graça que procede do amor do Pai reina por meio da justiça, como afirma Romanos 5.21.

É mediante o sacrifício de Cristo sobre a cruz, como perfeito substituto do culpado, que Deus justifica o pecador, quando, arrependido, crê em seu Filho para a salvação (Gn 3.13; 1 Pe 2.24; Rm 10.10). Esta é a maior demonstração da justiça divina. O Altíssimo continua sendo justo mesmo justificando um pecador (Rm 3.26).

3. É propiciada por Cristo (v.25). “Ao qual Deus propôs para propiciação no seu sangue”. Propor significa “apresentar perante todos”, ou seja, o Pai constituiu o Filho, feito homem perante o mundo, como Salvador da humanidade (Jo 1.14; Mt 1.20-23; Gl 4.4,5).
“Propiciação” (v.25) é Cristo morrendo em lugar dos perdidos a fim de salvá-los. É a remoção da ira divina por meio de uma oferta, de uma dádiva.

O Tabernáculo com seus objetos, sacrifícios e sacerdócio prefigurou como sombra, entre outros elementos da salvação, a propiciação. Onde há sombra há realidade (Cl 2.16,17; Hb 10.1). Examine também: Sl 32.2; Mt 20.28; Jo 1.29; Rm 4.7,8; 1Co 15.3; 2Co 5.19,2; 1Jo 2.2; 4.10. Propiciação é uma referência ao propiciatório. Este encontrava-se no Lugar Santíssimo do Tabernáculo onde o sumo sacerdote entrava apenas uma vez por ano, no Dia da Expiação, para sacrificar em favor do povo. Ali, ele aspergia o sangue expiador do sacrifício como símbolo da quitação ou remissão correspondente ao castigo de seus pecados e dos pecados do povo.

Jesus é o verdadeiro Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo (Is 53; Jo 1.29; Lc 23.46; Gl 4.4,5). Foi Deus que estabeleceu todas as coisas concernentes a Jesus, a fim de salvar-nos (At 2.23). Expiação tem a ver com o pecado; propiciação, com a atitude de Deus para com o pecador arrependido; e redenção, com a pessoa do pecador. Tudo efetuado por Deus em Cristo (1Tm 2.6; 1Pe 1.18,19; At 20.28).

4. É outorgada por Deus. A justificação do pecador perante Deus procede da sua graça (Rm 3.24) . Ela foi efetuada e é garantida pelo sangue de Jesus, como sua base (Rm 5.9). É obtida através da nossa fé em Cristo (Rm 3.28); a fé sem as obras humanas é o meio estipulado por Deus para nossa justificação (Gl 2.16). A ressurreição de Cristo é a garantia da perenidade de nossa justificação (Rm 4.25). Se alguém deseja ser justificado e sair da lista dos que estão sob a ira de Deus, deve crer em Cristo (Rm 1.16,17; 3.3,21,22). O único requisito estabelecido por Deus para que o pecador seja justificado é que venha a Cristo pela fé, aceitando-o como seu único Salvador.

A MENSAGEM PROVENIENTE DA CRUZ DE CRISTO

1. Salvação sem vanglória e méritos humanos. Visto que a nossa salvação consiste somente na obra redentora de Cristo consumada na cruz, o homem não tem motivo algum para se vangloriar porque “nenhum outro nome há, dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos”, a não ser o nome de Jesus (At 4.12).

2. Salvação oferecida a todos. A preservação da vida de Raabe e sua família (Hb 11.31); a bênção sobre a vida de Rute (Rt 4.13-22); e a cura de Naamã (2 Rs 5.1-14), são apenas alguns exemplos de que Deus é Senhor e abençoador de todos. Ele quer salvar a todos (Tt 2.11; Mt 11.28; Jo 6.37; Ef 4.6). O profeta Jonas testificou que Deus é misericordioso para aceitar a qualquer um que se arrependa de seus pecados (Jn 4.2). O Evangelho de João 1.12 confirma este propósito de Deus: salvar a todos (Jo 1.12). Jesus também o declarou (Jo 3.17; 5.24). Infelizmente, muitos são os que rejeitam o convite da graça de Deus e acabam por desprezar a Cristo, acarretando sobre si a ira divina.

CONCLUSÃO

O castigo divino pelo pecado não poderia ser protelado indefinidamente. A justiça divina concernente aos delitos do homem deveria ser satisfeita. Assim, Cristo veio e satisfez em definitivo nossa dívida no Calvário, tornando-nos, a todos os que cremos nEle, justificados perante Deus.

Subsídio Teológico

“A Justificação
Assim como a regeneração leva a efeito uma mudança em nossa natureza, a justificação modifica a nossa situação diante de Deus. O termo ‘justificação’ refere-se ao ato mediante o qual, com base na obra infinitamente justa e satisfatória de Cristo na cruz, Deus declara os pecadores condenados livres de toda a culpa do pecado e de suas conseqüências eternas, declarando-os plenamente justos aos seus olhos. O Deus que detesta ‘o que justifica o ímpio’ (Pv 17.15) mantém sua própria justiça ao justificá-lo, porque Cristo já pagou a penalidade integral do pecado (Rm 3.21-26). Constatamos, portanto, diante de Deus como plenamente absolvidos.

Para descrever a ação de Deus ao justificar-nos, os termos empregados pelo Antigo Testamento (heb. tsaddiq: Êx 23.7; Dt 25.1; 1Rs 8.32; Pv 17.15) e pelo Novo Testamento (gr. dikaio: Mt 12.37; Rm 3.20; 8.33,34) sugerem um contexto judicial e forense. Não devemos, no entanto, considerá-la uma ficção jurídica, como se estivéssemos justos sem, contudo, sê-lo. Por estarmos nEle (Ef 1.4,7,11), Jesus Cristo tornou-se a nossa justiça (1Co 1.30). Deus credita ou contabiliza (gr. logizomai) sua justiça em nosso favor. Ela é imputada a nós.

Em Romanos 4, Paulo cita dois exemplos do Antigo Testamento como argumento em favor da justiça imputada. A respeito de Abraão, diz que ‘creu ele no Senhor, e foi-lhe imputado [heb. chashav] isto por justiça’ (Gn 15.6). Isto ocorreu antes de Abraão ter obedecido a Deus no tocante a circuncisão, sinal da aliança. De modo talvez ainda mais dramático, Paulo cita Salmos 32.2, no qual Davi pronuncia uma bênção sobre ‘o homem a quem o Senhor não imputa maldade’ (Rm 4.8; 2Co 5.19) [...]” (PECOTA, Daniel B. A obra salvífica de Cristo. In HORTON, S. M. Teologia Sistemática. RJ: CPAD, 1996, p.372).
















Lição 5: A justificação pela fé

TEXTO DO DIA
[...] isto é, a justiça de Deus pela fé em Jesus Cristo para todos e sobre todos os que creem; porque não há diferença(Rm 3.22). [Comentário: A justiça de Deus vem ao pecador pela fé. “Mas agora se manifestou sem a lei a justiça de Deus, tendo o testemunho da lei e dos profetas; Isto é, a justiça de Deus pela fé em Jesus Cristo para todos e sobre todos os que crêem; porque não há diferença” (Rm 3.21,22). “Porque o fim da lei é Cristo para justiça de todo aquele que crê” (Rm 10.4 21). “Àquele que não conheceu pecado, o fez pecado por nós; para que nele fôssemos feitos justiça de Deus” (2Co 5.21).]

SÍNTESE
Abraão foi a figura didática adequada para a explicação paulina da justificação pela fé, pois foi justificado antes da circuncisão e da lei, sem obras meritórias, mas somente pela fé.

AGENDA DE LEITURA
SEGUNDA — Rm 3.21 - Somos justificados pela fé
TERÇA — Gl 1.6,9 - Alguns dos gálatas depois de justificados, foram tentados a retroceder
QUARTA — Rm 4.1-8 - A justificação de Abraão foi um presente de Deus
QUINTA — Rm 4.9-16 - Abraão foi justificado antes da circuncisão e da lei
SEXTA — Hb 11.18 - Abraão acreditava que Deus poderia ressuscitar Isaque
SÁBADO — Gn 12.1-9 - A justificação de Abraão foi um protótipo da fé cristã

OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
  • APRESENTAR a doutrina da justificação pela fé;
  • CONSCIENTIZAR da insuficiência da lei para a justificação;
  • EXPLICAR porquê Paulo utilizou a figura de Abraão para esclarecer a doutrina da justificação pela fé.

INTERAÇÃO
Chegamos ao ponto central da Epístola aos Romanos, o momento em que Paulo cuidadosamente preparou para apresentar a grande novidade, a revelação da verdadeira justiça de Deus, que se constitui na doutrina da justificação pela fé, já indicada em Romanos 1.17. Até este momento, Paulo teve o cuidado para demonstrar que o judeu e o gentio estavam em situação de igualdade, que todos pecaram e destituídos estavam da glória de Deus. Ele conscientizou seus destinatários da dependência de uma alternativa para salvação, de outra forma, estariam condenados. No auge da expectativa, apresenta a solução, a salvação somente é possível por meio do sacrifício de Cristo, pois os sacrifícios do Antigo Testamento foram transitórios e somente encobriam os pecados. Qual o preço então? Paulo afirma que o ser humano precisa apenas ter fé e aceitar o pagamento de sua dívida por Cristo. Para comprovar aos judeu-cristãos ou cristãos judaizantes, utiliza o maior argumento deles, a figura de Abraão. Ele era utilizado pelos judeus como modelo da justificação pelas obras, mas, com base em Gênesis 15.6, Paulo demonstra que Abraão não foi justificado pelas obras, mas pela fé, antes da circuncisão e da lei. Com isso, o apresenta como pai de todo aquele que crê como ele, no Deus do impossível e com poder para ressuscitar (Hb 11.18). O capítulo 4 é uma obra prima do apóstolo.

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Sugerimos a simulação de um júri. Para isso, você precisará dedicar pelo menos uns 25 minutos de sua aula. Os alunos devem ler a parábola do fariseu e do publicano que se encontra em Lucas 18.9-14. Divida a turma em dois grupos, um grupo para defender os argumentos do fariseu e o outro para defender os argumentos do publicano. Dê uns 5 minutos para os grupos se organizarem e definirem um representante de cada grupo para defender (advogado) seu personagem escolhido (fariseu ou publicano) diante do juiz, que será você professor(a). Dê oportunidade para que cada um argumentar e depois contra-argumentar. No final, dê o veredito final, conforme registrado em Lucas 18.9-14. Aproveite para explorar os conceitos da doutrina da justificação pela fé.

TEXTO BÍBLICO
Romanos 3.21-31.
21 — Mas, agora, se manifestou, sem a lei, a justiça de Deus, tendo o testemunho da Lei e dos Profetas,
22 — isto é, a justiça de Deus pela fé em Jesus Cristo para todos e sobre todos os que creem; porque não há diferença.
23 — Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus,
24 — sendo justificados gratuitamente pela sua graça, pela redenção que há em Cristo Jesus,
25 — ao qual Deus propôs para propiciação pela fé no seu sangue, para demonstrar a sua justiça pela remissão dos pecados dantes cometidos, sob a paciência de Deus;
26 — para demonstração da sua justiça neste tempo presente, para que ele seja justo e justificador daquele que tem fé em Jesus.
27 — Onde está, logo, a jactância? É excluída. Por qual lei? Das obras? Não! Mas pela lei da fé.
28 — Concluímos, pois, que o homem é justificado pela fé, sem as obras da lei.
29 — É, porventura, Deus somente dos judeus? E não o é também dos gentios? Também dos gentios, certamente.
30 — Se Deus é um só, que justifica, pela fé, a circuncisão e, por meio da fé, a incircuncisão,
31 — anulamos, pois, a lei pela fé? De maneira nenhuma! Antes, estabelecemos a lei.

COMENTÁRIO DA LIÇÃO
INTRODUÇÃO
Nesta lição, iremos estudar a doutrina da justificação pela fé, que foi o grande fundamento teológico utilizado por Lutero na Reforma Protestante. Paulo vai esclarecer o que ele já havia indicado no primeiro capítulo (Rm 1.17). [Comentário: É fato que hoje, esta doutrina é desconhecida ou mal-compreendida por muitos cristãos. Foi a questão central levantada pela Reforma Protestante do século 16, pelo Reformador Lutero. Assim como o “sola Scriptura” foi denominado o “princípio formal” da Reforma, porque a Bíblia é a fonte de onde procedem todas as autênticas doutrinas cristãs, a justificação mediante a fé é o seu “princípio material”, porque envolve a própria substância ou essência do que se deve crer para a salvação. No passado, a ausência e a incompreensão desta doutrina trouxeram muitos prejuízos como a escravidão da consciência, conceitos errados acerca de Deus e Sua justiça, comprometendo toda a Soteriologia, além de deturpar o Cristianismo. Isso mostra que ela é uma das colunas do Cristianismo. Sendo assim, compreender o verdadeiro significado dessa doutrina é algo indispensável a todo cristão.] Let's think maturely Christian faith?


I. A DOUTRINA DA JUSTIFICAÇÃO PELA FÉ (Rm 3.21-26)
1. O que é a doutrina da justificação pela fé? A doutrina da justificação pela fé é o cerne da teologia paulina, utilizada especialmente quando em confronto direto com o ensino judaico ou dos judeu-cristãos, que defendiam que o homem encontra a graça de Deus quando cumpre a vontade divina por meio da lei judaica. Paulo contra-argumenta que basta ao ser humano ter fé na eficácia do sacrifício de Cristo na cruz para Deus o declarar justo. Os gálatas são chamados à atenção por Paulo por desprezar este sacrifício e misturar a justificação com a santificação, confiando nas obras de justiça (Gl 1.6,9), o que Paulo chama de “outro evangelho”. Martinho Lutero quando traduziu Romanos 3.28, acrescentou “somente” para dar ênfase, ficando assim o texto: “[...] pela fé somente”. Do ponto de vista linguístico, Lutero tinha razão de traduzir assim, pois apesar de o fato das palavras “somente” e “só” terem sido omitidas, esse é realmente o sentido do texto. [Comentário: No Antigo Testamento, embora o termo “justificar” tenha, às vezes, uma conotação moral ou ética, grande parte de sua ocorrência deixa evidente o aspecto forense do termo, onde uma pessoa é declarada judicialmente justa por ter uma vida coerente com as exigências da lei (Ex 23.7; Is 5.23; Dt 25.1; Pv 17.15). O sentido no Novo Testamento do termo “justificar” é mais amplo, pois se trata de uma pessoa declarada justa ante o tribunal de Deus, com base na justiça de Cristo. É importante ressaltar que o homem justificado não se torna justo, mas é declarado justo, tratando-se de duas afirmações diferentes. Um dos erros da tradição escolástica, no período pré-reforma, foi interpretar o termo “justificar” como sendo “tornar justo”. Mas, com a Reforma, Lutero reafirmou o sentido legal do termo. A justificação é o direito legal de se ter acesso e comunhão com Deus. Não se trata de uma justiça infundida no homem.]

2. O aspecto forense da doutrina da justificação pela fé. O termo forense está relacionado ao sistema e práticas judiciais. Neste caso, tem a ver com o conceito da declaração judicial divina. Para facilitar o entendimento, vamos ilustrar a figura do supremo tribunal de Deus. Neste tribunal, toda a humanidade tem uma dívida impagável. Entretanto, Cristo por meio de sua morte na cruz deposita no “Banco do Céu” o valor suficiente para saldar a dívida de toda a humanidade. Desse modo, individualmente, quem reconhece o depósito efetuado por Cristo, pela fé, requisita a Deus, o Supremo Juiz, a absolvição pelos pecados (dívida) cometidos, indicando para pagamento o depósito feito por Jesus. O juiz divino, ciente do depósito realizado, credita na conta do réu (Gn 15.6) e o declara justo. Assim, aquele(a) que inicialmente estava condenado(a) pela ira de Deus, com a justificação, passa a ter a sentença divina retirada, reconciliado com Deus gratuitamente, em Cristo. [Comentário: A justificação tem como base a justiça de Cristo. Sendo o homem incapaz de se auto-justificar, Deus o justifica. Surge então a questão: como Deus, sendo absolutamente justo, pode justificar o homem injusto e pecador? Paulo responde e deixa claro que Cristo se fez justiça por nós (Rm 3.24-26; 4.5; 1Co 1.30). Portanto, Deus não é injusto ao justificar o injusto, pois o fundamento é a justiça de Cristo e Deus considera a justiça dEle pertencente ao homem. Biblicamente, a justificação é um conceito jurídico ou forense, e tem o significado de “declarar justo”. É o ato de Deus mediante o qual ele, em sua graça, declara justo o pecador, isentando-o de qualquer condenação. Infelizmente, a palavra portuguesa “justificação”, originária do latim, dá a idéia de “tornar justo”, no sentido de produzir justiça no justificado. Mas o termo grego original dikaiosyne não se refere a uma mudança intrínseca no indivíduo, e sim a uma declaração feita por Deus. Visto que não temos justiça própria e somos culpados diante de Deus, ele nos declara justos com base na expiação de nossos pecados por Cristo e na sua justiça imputada a nós.]

3. Jesus e a doutrina da justificação pela fé. A doutrina da justificação pela fé está presente na mensagem propagada por Jesus, como pode ser constatada em diversas parábolas e também no seu próprio estilo de vida. Paulo apresenta uma compreensão da mensagem de Jesus maior do que qualquer outro autor do Novo Testamento. Um ensinamento tão crucial como a doutrina da justificação não poderia estar ausente nos ensinamentos do “Mestre dos mestres”, o Senhor Jesus Cristo. Os conceitos permeavam toda sua pregação do evangelho. Um dos exemplos clássicos é o relato do encontro de Jesus com o ladrão que estava ao seu lado na cruz. Por meio de sua fé em Cristo, o ladrão recebeu a promessa de que estaria com Ele no paraíso (Lc 23.43), sem exigir nenhum sacramento, obra ou ritual para que alcançasse a justificação. Outro exemplo é a parábola do fariseu e do samaritano (Lc 18.9-14), que será analisada no tópico seguinte. [Comentário: A justificação está claramente associada à expiação. Talvez a demonstração mais clara da conexão entre expiação e justificação seja aquela feita por Paulo em Romanos 4.25. Cristo “…foi entregue por causa das nossas transgressões e ressuscitou por causa da nossa justificação”. A justificação pela fé é a doutrina que marca o rompimento dos reformadores com a Igreja de Roma. A justificação, de acordo com o ensino de Roma, era pelas obras. Esse ensino escravizava a mente e o coração das pessoas, que nunca podiam descansar em Deus, tendo a necessidade de praticar constantemente as obras recomendadas pela igreja.]

Pense!
A doutrina da justificação pela fé foi o princípio fundamental da Reforma.

Ponto Importante
Apesar de Jesus não falar especificamente ou de forma sistematizada sobre a doutrina da justificação pela fé, seus conceitos permeiam seus ensinos e modo de vida.

II. A INSUFICIÊNCIA DA LEI PARA A JUSTIFICAÇÃO (Rm 3.27-31; Lc 18.9-14)
1. A justiça do homem é como trapo de imundícia (vv.27-30). Como poderia um pecador, um ser humano decaído e miserável, sobreviver diante do tribunal de um Deus absolutamente santo e justo? A justiça inerente do homem é insuficiente para a justificação, considerada como trapos de imundícia (Is 64.6; Fp 3.8,9), sendo necessária uma justiça superior que está fora do homem e que lhe seja atribuída. A essência da justificação é de que o homem é perdoado com justiça, entretanto, é preciso entender que tal justiça alcançada por Cristo por sua perfeita obediência e o sacrifício de si mesmo, sendo posteriormente atribuída ao crente. Essa justificação traz como efeito o perdão, a paz com Deus e a certeza da salvação. As boas obras não são consideradas como causa, mas como consequências da justificação. Antes da justificação, Deus é um juiz irado que mantém a condenação da lei, mas após a justificação inocenta e trata o pecador como filho. [Comentário: A morte expiatória de Cristo assegura uma parte de nossa justificação, ou seja, aquela que diz respeito ao perdão, enquanto sua ressurreição obtém para nós o outro elemento, o da justiça. Como morte e ressurreição permanecem juntas como aspectos gêmeos da realização central de Cristo, o mes­mo acontece com a expiação e a justificação. A morte na cruz não foi o final para Jesus. Sua morte foi o cumprimento de uma importante etapa de sua obra, que teve continuidade em sua ressurreição, ascensão, sessão à destra do Pai e em sua obra permanente como Profeta, Sacerdote e Rei. Por sua vez, foi a ressurreição que deu significado à morte e lançou luz para os discípulos sobre tudo o que havia ocorrido anteriormente. Foi sua ressurreição que deixou claro para os discípulos e para todos aqueles que o viram pregado na cruz que ele realmente era quem dizia ser: o Messias prometido. Além do mais, a própria ideia da ressurreição exige a morte primeiro, ou isso não é ressurreição. Da mesma forma como morte e ressurreição são inseparáveis e mutuamente necessárias, assim também a justificação não pode ocorrer sem a expiação pelos pecados, pois as pessoas não podem ser consideradas justas se elas estão sob a ira de Deus. Por outro lado, a expiação também não pode ser entendida sem seu com­panheiro inseparável, o recebimento da justiça, que nos capacita não apenas a sermos trazidos a um estado de inocência, mas nos faz aptos para entrarmos em comunhão com um Deus justo e santo. Relativo à ‘trapos de imundícia’, os “atos de justiça” que Isaías tinha em mente eram, muito provavelmente, os rituais superficiais oferecidos por Israel, desprovidos de uma fé e de uma obediência sinceras. m Isaías 65.1-7, o Senhor rejeita os sacrifícios pecaminosos de Israel. Eles são um insulto ao Senhor, fumaça para seu nariz, assim como a “obediência” ritualista de Isaías 58 não impressionou ao Senhor porque seu povo continuava oprimindo o pobre. Os “atos de justiça” eram “trapos imundos” porque não eram nem um pouco justos. Tinham aparência boa, mas não passavam de farsa, literalmente uma cortina de fumaça para acobertar a incredulidade e a desobediência deles. Então, não é correto pensar que todo “ato de justiça” do crente são trapos imundos aos olhos de Deus. Aliás, no versículo anterior, Isaías 64.5, Isaías declara: “Vens ajudar aqueles que praticam a justiça com alegria, que se lembram de ti e dos teus caminhos”. Não é impossível o povo de Deus praticar atos de justiça que agradam a Deus. Sobre isso, John Piper explica: “Às vezes as pessoas são descuidadas e falam de forma negligente sobre toda a justiça humana, como se não houvesse nada que agradasse a Deus. Muitas vezes elas citam Isaías 64.6 que diz que nossa justiça é como ‘trapo de imundícia’. É verdadeiro – gloriosamente verdadeiro – que ninguém do povo de Deus, antes ou depois da cruz, seria aceito pelo Deus imaculadamente santo se a justiça perfeita de Cristo não nos fosse imputada (Romanos 5.19; 1 Coríntios 1.30; 2 Coríntios 5.21). Mas isso não quer dizer que Deus não produza nessas pessoas ‘justificadas’ (antes e depois da cruz) uma justiça experiencial que não é ‘trapo de imundícia’. Ao contrário, ele o faz; e essa justiça é preciosa a Deus e é exigida, não como fundamento da justificação (que é a justiça de Cristo somente) mas como evidência de sermos filhos verdadeiramente justificados de Deus”. John Piper, Graça Futura (São Paulo, SP: Shedd Publicações, 2009), pág. 148. Os que geram fruto em cada boa obra e crescem no conhecimento de Deus são totalmente agradáveis a Deus (Cl 1.10). Apresentar nosso corpo como sacrifício vivo agrada a Deus (Rm 12.1). Cuidarmos de nosso irmão mais fraco agrada a Deus (Rm 14.18). Obedecer nossos pais agrada a Deus (Cl 3.20). Ensinar a Palavra de forma autêntica agrada a Deus (1 Ts 2.4). Orar por autoridades de governo agrada a Deus (1 Tm 2.1-3). Sustentar familiares em necessidade agrada a Deus (1 Tm 5.4). Partilhar recursos financeiros com outros agrada a Deus (Hb 13.16). Agrada a Deus quando guardamos os seus mandamentos (1 João 3.22). Em linhas gerais, sempre que você confia em Deus e o obedece, ele se agrada disso.  Wayne Grudem, “Pleasing God by Our Obedience”, em For the Fame of God’s Name: Essays in Honor of John Piper, ed. Sam Storms and Justin Taykir (Wheaton, IL: Crossway, 2010), pág. 277..]

2. A parábola do fariseu e do publicano (Lc 18.9-14). Os fariseus observavam os mais rigorosos padrões legalistas com jejuns, orações, esmolas e outros rituais que excediam as leis cerimoniais mosaicas. Jesus apresenta por meio da parábola algo que chocou seus ouvintes: colocar um cobrador de impostos, considerado traidor pelos judeus, em melhor posição, quanto à justificação, do que um fariseu. A lição de Jesus é clara: O publicano reconhecia que sua dívida era muito alta e não tinha condições de pagá-la, a única coisa que poderia fazer era rogar pela misericórdia de Deus. Não recorreu a obras que havia realizado, nem ofereceu fazer nada, simplesmente rogou que Deus fizesse por ele o que ele próprio não podia fazer, somente baseado na fé e misericórdia divinas. Por outro lado, o fariseu demonstrou arrogância, confiando que os jejuns realizados, dízimos e outras obras consideradas justas, o tornariam aceito por Deus. Uma cobrança de retribuição. Porém Jesus afirma que dos dois, somente o publicano foi justificado. [Comentário: Esta parábola sobre dois grandes pecadores foi contada pelo Senhor Jesus. Um dos homens sabia que era pecador e o confessou diante de Deus. O outro não sabia que era pecador e gabava-se de sua justiça. É a história de um homem que pensava ser bom, mas que foi para o inferno e de outro que sabia ser mau e foi para o céu. A aplicação desta parábola é clara: Quando consideramos nossa própria atitude na oração, é ela mais parecida com a do fariseu ou com a do coletor de impostos? Humilhamo-nos na presença de Deus ou achamo-nos agradecendo-lhe porque não somos como outras pessoas pecadoras? Humilhamo-nos ou agradecemo-lhe por nossa força e o fato que não caímos como outros caíram? Sentimos a necessidade de exclamar, como o fez o coletor de impostos: "Ó Deus, sê propício a mim, pecador"?]

3. A justificação pela fé e a santificação (v.31). O apóstolo tem o cuidado para não ser entendido como um libertino, sem regras e disciplina. A justificação pela fé não significa que uma vez justificado, o crente pode fazer o que bem entender. Precisa-se tomar cuidado com algumas afirmações teológicas, como por exemplo, a que ensina que “uma vez salvo, salvo para sempre”. A justificação, como já vimos, é imediata, instantânea. No entanto, uma vez justificado, o crente deve manter sua vida de comunhão com Deus e desenvolver a santificação, que é progressiva. Alguns críticos da Bíblia afirmam que Paulo contradiz Tiago, porque este assegura que a fé é comprovada pelas obras. Isto é um equívoco, pois eles tratam de momentos diferentes da salvação. Paulo fala da justificação, que é mediante a fé e acontece instantaneamente na conversão (ato estático), enquanto Tiago fala da santificação que vai sendo desenvolvida após a conversão (processo contínuo). [Comentário: É verdade que, depois de serem justificados, os crentes continuam sendo pecadores, isto é, continuam cometendo pecados (Tg 3.2; 1Jo 1.8). Aliás, a Escritura nos mostra claramente que os redimidos muitas vezes cometem pecados bastante graves. O próprio Cristo ensinou os discípulos a orarem diariamente pelo perdão de pecados (Mt 6.12) e as pessoas piedosas mencionadas na Bíblia estão sempre pedindo perdão pelos seus pecados (Sl 32.5; 51.1-4; 130.3-4). Na verdade, na justificação, Deus realmente remove de nós a culpa pelo pecado, isto é, a sujeição do pecador à punição eterna devida ao pecado (a morte eterna), mas não a culpabilidade inerente a qualquer pecado que seja praticado. Essa culpabilidade permanece e sempre produz nos crentes um sentimento de culpa, de separação de Deus, de tristeza, de arrependimento, de frustração e assim por diante. Por isso eles sentem necessidade de confessar os seus pecados, até mesmo os pecados antigos que porventura ainda os incomodem (Sl 25.7; 51.5-9). O crente tem, no íntimo, consciência de seu pecado e essa consciência o leva a confessá-lo e a buscar em Deus a consoladora segurança do perdão. A consciência do perdão e de um renovado relacionamento filial com Deus muitas vezes é perturbada e obscurecida pelo pecado, mas é novamente despertada e fortalecida pela confissão e pela oração. (...) Os crentes são, antes de tudo, filhos de Deus por adoção. Isso significa, naturalmente, que eles não são filhos de Deus por natureza. Nem todos os seres humanos são filhos de Deus. Somente aqueles que possuem um relacionamento filial com Deus, por meio de Cristo, são fi­lhos de Deus. Por intermédio dessa adoção, Deus coloca o pecador no estado de filho e passa a tratá-lo como filho. Em virtude de sua adoção, os crentes são inseridos na família de Deus, ficam sob a lei da obediência filial e passam a ter direito a todos os privilégios da filiação. A adoção como filhos e a filiação moral dos crentes andam de mãos dadas. Por um lado, eles são adotados por Deus como filhos. Por outro, eles passam a se comportar como filhos de Deus. Paulo nos mostra esses dois elementos da adoção funcionando lado a lado: “…Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei, para resgatar os que estavam sob a lei, a fim de que recebêssemos a adoção de filhos. E, porque vós sois filhos, enviou Deus ao nosso coração o Espírito de seu Filho, que clama: Aba, Pai” (Gl 4.4-6). O Espírito de Cristo nos regenera e nos san­tifica e nos estimula a nos dirigirmos a Deus cheios de confiança, vendo-o como nosso Pai. Somos adotados por Deus e tratados como seus filhos. Por isso, devemos assumir nossa relação filial com Deus e nos comportarmos como seus filhos. http://ultimato.com.br/sites/estudos-biblicos/assunto/igreja/justificacao-o-ponto-de-partida-da-reforma/]

Pense!
Jovem, já pensou em quão grandiosa é a misericórdia de Deus e quão infinito é seu amor, a ponto de dar seu único filho para morrer e pagar o preço pela dívida que era sua?

Ponto Importante
Não se pode confundir justificação com santificação.

III. ABRAÃO COMO EXEMPLO DA JUSTIFICAÇÃO PELA FÉ (Rm 4.1-25)
1. A justificação de Abraão não foi por obras meritórias (vv.1-8). Paulo não evita o campo escolhido pelos seus adversários, mas refreia os judeus que se gloriavam por serem filhos de Abraão. Ele cita Gênesis 15.6 por fazer parte da Escritura hebraica, totalmente aceita pelos judeus, para demonstrar que Abraão foi justificado, pela fé e não por qualquer obra efetuada. Paulo passa a trabalhar com o significado de “creditar” usado pela primeira vez na epístola para demonstrar que Abraão foi justificado não porque tinha crédito com Deus, mas porque a fé demonstrada de que Deus pode justificar o ímpio gratuitamente foi creditada em sua conta, o suficiente para sua justificação. Para reforçar o argumento, Paulo utiliza também a figura de Davi, citando o Salmos 32.1,2 Portanto, a justificação vem a nós gratuitamente como um presente. [Comentário: Os judaizantes do passado pregavam que a justiça provinha das obras (At 15.1; Gl 2.21). apóstolo Paulo diz pela inspiração que somos salvos pela fé e não pelas obras. (Ef 2.8-10). A salvação pela fé, e não pelas obras, isto é, pela guarda da Lei, não é uma doutrina peculiar do Novo Testamento; é, também, característica do Antigo Pacto. Paulo retrocede no tempo, para além de Moisés, e toma Abraão como exemplo de fé. Abraão tinha fé em Deus, isto é, cultivava um dedicado e leal relacionamento com seu Deus, cria nas suas promessas (Rm 4.20,21; Gn 12.1-3; 15.5,6) e vivia em obediência ao Senhor (Gn 12.1-4; 22.1-19; Hb 11.8-19; Tg 2.21,22;). A fé de Abraão foi "imputada" por justiça. "Imputar" significa creditar na conta da pessoa. Isso significa que a fé salvífica do cristão é tida como equivalente à justiça no tocante ao seu efeito. A Escritura nos ensina que somos justificados pela fé (Rm 3.28,30) ou mediante a fé (Rm 5.1; Gl 2.16; Fp 3.9), mostrando, assim, que existe uma estreita relação entre a justificação e a fé.]

2. A justificação de Abraão não foi por meio da circuncisão (vv.9-16). Um dos argumentos mais fortes utilizados pela epístola aos Romanos é da paternidade de Abraão de todos aqueles que creem, desenvolvido em Romanos 4.9-12. O período em que Abraão foi declarado justo pela sua fé na palavra de Deus, conforme descrito em Gênesis 15.6, correspondia a uma época bem anterior à sua circuncisão. Se a fé e a justificação de Abraão ocorrem antes da circuncisão, ele também é pai dos gentios, que creem independentes de circuncisão. Os versículos 13 a 16 trazem um novo elemento, a antítese entre a lei e a promessa. Esclarece que a lei mosaica foi estabelecida depois da promessa e justificação de Abraão pela fé (430 anos depois). Portanto, não influenciou na justificação. Dessa forma, Abraão foi justificado antes da circuncisão e do estabelecimento da Lei, por não serem requisitos necessários para a justificação. [Comentário: Paulo encerrou o capítulo 3 com a afirmação que a fé confirma e não anula a lei. Ele continua o seu argumento, citando o exemplo do pai do povo da aliança, Abraão. Todos os judeus respeitavam profundamente o pai de sua nação. Mostrando que Abraão foi justificado por fé, e não por obras de lei, Paulo reforça a sua defesa do evangelho entre os judeus. Abraão recebeu a graça de Deus pela fé antes de ser circuncidado (veja Gênesis 12, onde recebeu as promessas, e Gênesis 17, onde recebeu a ordenança da circuncisão 24 anos depois). A circuncisão por si só não serve para nada diante de Deus. É necessária a obediência, andando “nas pisadas da fé que teve Abraão...antes de ser circuncidado” (Rm 4.12).]

Pense!
Abraão demonstrou uma fé ainda maior, pois creu na ressurreição de seu filho (Hb 11.18), mesmo antes de haver qualquer menção de ressureição na Bíblia.

Ponto Importante
Se tivesse alguém que pudesse ser justificado por obras, Abraão o seria, com toda certeza. Mas o apóstolo contrapõe a justificação pelas obras citando o livro de Gênesis 15.6 que afirma ter sido Abraão justificado pela fé, e não pelas obras.

CONCLUSÃO
Aprendemos que a justificação pela fé é uma doutrina bíblica que acertadamente exclui a necessidade de obras meritórias para a salvação do ser humano, porém não abre possibilidade para o antinomismo e precede a santificação. [Comentário: Com a Reforma Protestante no século 16, o resgate da doutrina da justificação pela fé trouxe nova vida para a igreja de Cristo. A redescoberta desta doutrina provocou a rejeição da justificação pelas obras. A justificação pela fé continua trazendo novidade de vida hoje. Sempre que um pecador descobre em Cristo o perdão para os seus pecados, é adotado como filho de Deus e se torna herdeiro do reino de Deus.] “NaquEle que me garante: "Pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus" (Ef 2.8)”,


ESTANTE DO PROFESSOR
GILBERTO, Antônio. O Fruto do Espírito: A plenitude de Cristo na vida do crente. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2004.

HORA DA REVISÃO
1. Conceitue a da doutrina da justificação pela fé.
A doutrina da justificação pela fé é o cerne da teologia paulina, utilizada especialmente quando em confronto direto com o ensino judaico ou dos judeu-cristãos, que defendiam que o homem encontra a graça de Deus quando cumpre a vontade divina por meio da lei judaica.
2. De acordo com a lição, qual é a situação final da pessoa que está condenado pela ira de Deus e reconhece o sacrifício vicário de Cristo e requisita sua justificação ao Supremo Juiz?
Aquele(a) que inicialmente estava condenado(a) pela ira de Deus, com a justificação é retirada a sentença divina (declarado justo), reconciliado com Deus gratuitamente, em Cristo.
3. Cite uma parábola de Jesus que demonstra que a lei e as obras são insuficientes para a justificação diante de Deus.
A parábola do fariseu e do samaritano (Lc 18.9-14).
4. Explique qual a diferença entre a justificação e a santificação (Paulo x Tiago).
A justificação se dá mediante a fé e acontece instantaneamente na conversão (ato estático), enquanto a santificação que vai sendo desenvolvida após a conversão (processo contínuo).
5. Por que Paulo utilizou a figura de Abraão para exemplificar a doutrina da justificação pela fé?
Porque o exemplo de Abraão demonstra que ele foi justificado antes da circuncisão e da lei, e sua fé constitui um protótipo da fé cristã, por crer incondicionalmente em Deus e no seu poder de ressuscitar.

SUBSÍDIO I
Caro professor, “Deus nos ordena que ensinemos os jovens. Os jovens de hoje são os líderes de amanhã. Eles estabelecem metas, fazem escolhas e vivem a vida levando em conta suas decisões. O ministério de ensino de jovens deve ser excelente.
Os jovens encontram-se numa encruzilhada. As pessoas que estão em contato com as crianças de hoje têm a sensação agourenta de uma crise acelerada e problemática. Algo deve ser feito. Há uma urgência sobre o ministério da mocidade, e aqueles que a consideram de baixa prioridade.
Ensinar os jovens é importante para a nossa igreja, por causa do período em que se encontram na vida. Decisões cruciais são tomadas à medida que passam para a maioridade. Nós os ensinamos, não apenas para ampará-los como jovens, mas também para ajudá-los a se tornar líderes adultos.
Procuramos formar neles as qualidades e características da maioridade cristã. Nosso mais profundo desejo é que o andar cristão dos jovens torne-se um estilo de vida, no conhecimento da Palavra de Deus e de Jesus Cristo, nosso Salvador.
Os jovens procuram respostas, e, na maioria das vezes, seguem seus líderes” (GANGEL, Kenneth O; HENDRICKS, Howard, G. Manual de Ensino para o Educador Cristão. 1ª Edição. RJ: CPAD, 1999, p.149).

SUBSÍDIO II
“Por Jesus Cristo, somos libertos da antiga lei, para andarmos ‘em novidade de vida’ (Rm 6.4; veja também Jr 31.31-34). O que quer isso dizer? Que por estarmos livres da Lei, podemos viver como bem quisermos? Certamente que não! Significa que agora o Espírito de Cristo em nós habita e que a nossa nova natureza da parte de Deus está no controle. Esta nova natureza nada tem a ver com a satisfação de desejos maus ou egoístas; seu propósito e prazer é obedecer e agradar a Deus. A nova natureza possibilita ao crente obedecer a Deus e viver uma vida que agrada ao Senhor. [...]. Quanto mais o crente viver e andar segundo o Espírito, e tendo a Palavra de Deus como a sua regra de fé e modo de proceder, ele viverá vitoriosamente neste mundo, vitória esta sobre os adversários de nossa alma, a saber: o pecado, o mundo, nós mesmos (a carne) e o Diabo e seus poderes (veja Gl 5.16-18,25; Rm 8.1-16). [...] Resumamos o que isto significa: 1) A pessoa que é salva pela fé em Jesus Cristo e assim permanece já não está sob o jugo da lei do Antigo Testamento; 2) A partir de sua conversão a Cristo, o Espírito Santo passa a habitar no crente e lhe comunica uma nova natureza espiritual; 3) Enquanto o crente entrega incondicionalmente o controle de sua vida ao Espírito Santo, ele vive uma vida cristã vitoriosa sobre o pecado, o mundo, o Diabo e o ‘eu’; 4) O que determina a conduta do crente doravante é o controle do Espírito sobre sua vida, à medida que ele o permite. Em Cristo, o crente, como nova criatura espiritual, não está mais sob o domínio da Lei, nem da velha natureza e suas inclinações” (GILBERTO, Antônio. O Fruto do Espírito: A plenitude de Cristo na vida do crente. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2004, p.148)





































Lições Bíblicas CPAD - Jovens e Adultos - 1º Trimestre de 2006
Título: Salvação e Justificação — Os pilares da vida cristã – Coment.: Eliezer Lira
Lição 4: A justificação pela fé em Cristo

TEXTO ÁUREO
Bem-aventurado o homem a quem o Senhor não imputa o pecado(Rm 4.8).

VERDADE PRÁTICA
 A justificação é mais do que perdão. O perdão remove a condenação do pecado; a justificação nos declara justos, como se nunca houvéssemos pecado contra Deus.

LEITURA DIÁRIA
 Is 64.6 Nossa justiça — trapo de imundícia

Sl 49.8 Justificação — um recurso divino

Sl 32.2 A justificação gera felicidade verdadeira

Rm 8.1 A justificação gera paz com Deus

Is 53.11 Cristo crucificado trouxe a justificação

Ef 2.8,9 A glória pela nossa salvação é só de Deus



LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
 Romanos 3.21-31.
21 — Mas, agora, se manifestou, sem a lei, a justiça de Deus, tendo o testemunho da Lei e dos Profetas,
22 — isto é, a justiça de Deus pela fé em Jesus Cristo para todos e sobre todos os que crêem, porque não há diferença.
23 — Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus,
24 — sendo justificados gratuitamente pela sua graça, pela redenção que há em Cristo Jesus,
25 — ao qual Deus propôs para propiciação no seu sangue, para demonstrar sua justiça pela remissão dos pecados dantes cometidos, sob a paciência de Deus;
26 — para demonstração de sua justiça neste tempo presente, para que ele seja justo e justificador daquele que tem fé em Jesus.
27 — Onde está, logo, a jactância? É excluída. Por qual lei? Das obras? Não! Mas pela lei da fé.
28 — Concluímos, pois, que o homem é justificado pela fé, sem as obras da lei.
29 — É, porventura, Deus somente dos judeus? E não é também dos gentios? Também dos gentios, certamente.
30 — Se Deus é um só, que justifica, pela fé, a circuncisão e, por meio da fé, a incircuncisão,
31 — anulamos, pois, a lei pela fé? De maneira nenhuma! Antes, estabelecemos a lei.

PONTO DE CONTATO
 Professor, prepare para a introdução desta aula uma narração sobre a experiência de Lutero com o tema tratado nesta lição. Use o texto a seguir como referência: Martinho Lutero, enquanto professor de Teologia na Universidade de Wittemberg, lecionou a Carta aos Romanos de novembro de 1515 a setembro de 1516. À proporção que se aprofundava na epístola, apreciava cada vez mais a doutrina bíblica da justificação pela fé. Segundo Lutero, ele ‘ansiava por compreender a Epístola de Paulo aos Romanos’, mas o tema da ‘justiça de Deus’ o incomodava. O reformador considerava a doutrina da justiça divina como a punição de Deus sobre o injusto. Até que, depois de muito refletir sobre o assunto, entendeu tratar-se da ‘justiça pela qual, mediante a graça e a misericórdia, Deus nos justifica pela fé’. Desde então, afirmou Lutero, “senti-me renascer e atravessar os portais abertos do paraíso. Toda a Escritura ganhou novo significado e, ao passo que antes a justiça de Deus me enchia de ódio, agora se tornava indizivelmente bela e me enchia de amor. Este texto veio a ser uma porta para o céu”.

OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
  • Definir a justificação de acordo com a Bíblia Sagrada.
  • Distinguir a justiça divina da humana.
  • Descrever as características da justificação divina.

SÍNTESE TEXTUAL
O texto da Leitura Bíblica em Classe divide-se em duas seções: Exposição da doutrina da justificação (vv.21-26) e, insuficiência humana para justificar-se (vv.27-31). Segue abaixo dez sentenças extraídas do texto bíblico que sumarizam a doutrina da justificação.
1. A justiça manifestada no Antigo Testamento independe da lei (vv.21,31);
2. A justiça de Deus se realiza mediante a fé em Cristo, a favor de todos os que crêem (vv.22,29,30);
3. Todos pecaram, logo, todos necessitam da justificação em Cristo (vv.23,24);
4. A justificação é gratuita por meio da graça e da redenção que há em Cristo (v.24);
5. A base inamovível da justificação é a morte substituta e expiatória de Cristo (v.25);
6. A morte vicária de Cristo satisfez a justiça de Deus (v.25);
7. Deus é justo ao justificar quem vive da fé em Jesus (v.26);
8. A fé é o meio pelo qual o homem alcança a justificação em Cristo (vv.26-28);
9. Ninguém tem qualquer mérito para ser justificado à parte da fé em Cristo (v.27);
10. A fé não anula a lei, mas a estabelece (v.31).

ORIENTAÇÃO DIDÁTICA
Professor, como recurso didático para esta lição, use a tabela de “efeito global” a respeito das bênçãos decorrentes da justificação. Esse recurso é usado quando se deseja apresentar a relação de diversos fatores com um mesmo tema. Na lição, temos um tema geral, a justificação, e, vários assuntos vinculados ao mesmo. O gráfico abaixo apresenta essa correspondência em relação às bênçãos advindas da justificação. Este recurso deve ser preferencialmente usado no final do tópico “Características da Justificação Divina”.

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COMENTÁRIO / INTRODUÇÃO

Nesta lição, estaremos em contato com uma das mais sublimes doutrinas das Sagradas Escrituras — a justificação pela fé em Cristo.
Em atitude de profundo agradecimento a Deus, curvemo-nos ante Aquele, cuja morte justificou-nos diante do trono divino. E, agora, justificados pela fé, temos paz com Deus através de nosso Senhor Jesus Cristo (Rm 5.1).

I. A JUSTIFICAÇÃO
1. A justificação é um ato divino. A justificação é uma declaração de Deus, segundo a qual todos os processos da lei divina são plenamente satisfeitos, por meio da justiça de Cristo, em benefício do pecador que o recebe como salvador. Justificação significa mudança de posição espiritual diante de Deus: de condenados para justificados. Esta é a única maneira do homem ter comunhão com Deus, apresentando-se a Ele sem culpa.
A obra redentora resultante do sacrifício expiatório, efetuado por Cristo na cruz, propiciou a maior de todas as dádivas de Deus — a salvação do indigno e miserável pecador.
2. A justificação testificada pela lei e pelos profetas (v.21). A justificação do pecador, mediante o sacrifício vicário de Cristo, pode ser percebida por meio de várias profecias no Antigo Testamento (Is 53.11; 45.22-25; 61.10; Jr 23.6; 33.16; Sl 85.10; Gl 3.7). Em Gênesis 3.21, por exemplo, encontramos uma nítida figura do propósito divino neste sentido. Deus cobrira graciosamente a nudez de nossos primeiros pais, Adão e Eva, após terem pecado. Outro exemplo digno de nota é o de Abraão que foi justificado por Deus somente pela fé (Gn 15.6); fato transcendental que a Bíblia confirma em Romanos 4.3.
A lei mosaica não tinha a intenção de alcançar a justiça pelo esforço humano, mas de revelar a justiça de Deus (Rm 8.4; 10.4,10; At 10.39). Os sacrifícios da lei não visavam retirar os pecados, mas cobri-los temporariamente até que Cristo viesse como o sacrifício perfeito e substitutivo (Êx 12.1-23; Jo 1.29). As ordenanças, rituais, sacrifícios e princípios de vida piedosa ensinados no Antigo Testamento, embora divinamente inspirados, não podiam quitar as “dívidas” da humanidade, e muito menos, transformar o perdido pecador num justo.

II. A JUSTIÇA DE DEUS
1. A justiça de Deus na dispensação da graça. A expressão “justiça de Deus”, na Epístola aos Romanos (1.17; 3.21,22) e em outras passagens, refere-se ao tipo de justiça que o Senhor aceita para que o homem tenha comunhão com Ele. Essa justiça resulta da nossa fé em Cristo segundo o evangelho. Em outras palavras, a justiça é o próprio Cristo (1Co 1.30; 2Co 5.21; Fp 3.9).
Por ter sido um ardoroso representante do legalismo, Paulo não cessava de enaltecer a manifestação da justiça divina em sua vida (Fp 3.4-6). Não perdia a chance de enfatizar que é impossível ao homem justificar-se diante de Deus através de suas próprias obras (Fp 3.9; Gn 2.16; Tt 3.5).
2. A justiça de Deus pela fé. Na Epístola aos Romanos, capítulos 3 e 4, Paulo ensina que não há outro meio pelo qual o homem alcance a salvação senão pela fé em Cristo. Por sua vez, o escritor aos Hebreus, no capítulo 11 de sua epístola, mostra que somente pela fé o crente será vitorioso em todos os sentidos.
Este mesmo princípio é encontrado em Romanos 4.5, onde a Bíblia declara que quem “não pratica (boas obras), porém crê nAquele que justifica o ímpio, a sua fé lhe é imputada como justiça”.

III. CARACTERÍSTICAS DA JUSTIFICAÇÃO DIVINA
1. A justiça divina alcança a todos. Assim como o pecado tornou-se universal, a justificação destina-se a todos quantos queiram ser salvos (Tt 2.11). A expressão “para que todo aquele que nele crê não pereça” (Jo 3.16) abrange a todos, indistintamente.
Todos os que se arrependem de seus pecados e crêem em Jesus como Salvador não perecerão, mas terão a vida eterna. E é tudo pela graça de Deus, conforme está escrito: “Onde abundou o pecado, superabundou a graça” (Rm 5.20). Esta “multiforme graça” alcança de igual modo todas as pessoas de todas as raças, culturas, níveis sociais, idades e circunstâncias (Jo 6.37). Ninguém é bom o suficiente para se salvar, como também não é tão mau que não possa ser salvo por Jesus.
2. A justiça de Deus é concedida gratuitamente mediante a graça. Desde que Adão e Eva pecaram contra o Senhor, a lei não tem feito outra coisa senão revelar a culpa universal do ser humano e a justiça do Todo-Poderoso. A graça que procede do amor do Pai reina por meio da justiça, como afirma Romanos 5.21.
É mediante o sacrifício de Cristo sobre a cruz, como perfeito substituto do culpado, que Deus justifica o pecador, quando, arrependido, crê em seu Filho para a salvação (Gn 3.13; 1 Pe 2.24; Rm 10.10). Esta é a maior demonstração da justiça divina. O Altíssimo continua sendo justo mesmo justificando um pecador (Rm 3.26).
3. É propiciada por Cristo (v.25). “Ao qual Deus propôs para propiciação no seu sangue”. Propor significa “apresentar perante todos”, ou seja, o Pai constituiu o Filho, feito homem perante o mundo, como Salvador da humanidade (Jo 1.14; Mt 1.20-23; Gl 4.4,5).
“Propiciação” (v.25) é Cristo morrendo em lugar dos perdidos a fim de salvá-los. É a remoção da ira divina por meio de uma oferta, de uma dádiva.
O Tabernáculo com seus objetos, sacrifícios e sacerdócio prefigurou como sombra, entre outros elementos da salvação, a propiciação. Onde há sombra há realidade (Cl 2.16,17; Hb 10.1). Examine também: Sl 32.2; Mt 20.28; Jo 1.29; Rm 4.7,8; 1Co 15.3; 2Co 5.19,2; 1Jo 2.2; 4.10. Propiciação é uma referência ao propiciatório. Este encontrava-se no Lugar Santíssimo do Tabernáculo onde o sumo sacerdote entrava apenas uma vez por ano, no Dia da Expiação, para sacrificar em favor do povo. Ali, ele aspergia o sangue expiador do sacrifício como símbolo da quitação ou remissão correspondente ao castigo de seus pecados e dos pecados do povo.
Jesus é o verdadeiro Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo (Is 53; Jo 1.29; Lc 23.46; Gl 4.4,5). Foi Deus que estabeleceu todas as coisas concernentes a Jesus, a fim de salvar-nos (At 2.23). Expiação tem a ver com o pecado; propiciação, com a atitude de Deus para com o pecador arrependido; e redenção, com a pessoa do pecador. Tudo efetuado por Deus em Cristo (1Tm 2.6; 1Pe 1.18,19; At 20.28).
4. É outorgada por Deus. A justificação do pecador perante Deus procede da sua graça (Rm 3.24) . Ela foi efetuada e é garantida pelo sangue de Jesus, como sua base (Rm 5.9). É obtida através da nossa fé em Cristo (Rm 3.28); a fé sem as obras humanas é o meio estipulado por Deus para nossa justificação (Gl 2.16). A ressurreição de Cristo é a garantia da perenidade de nossa justificação (Rm 4.25). Se alguém deseja ser justificado e sair da lista dos que estão sob a ira de Deus, deve crer em Cristo (Rm 1.16,17; 3.3,21,22). O único requisito estabelecido por Deus para que o pecador seja justificado é que venha a Cristo pela fé, aceitando-o como seu único Salvador.

IV. A MENSAGEM PROVENIENTE DA CRUZ DE CRISTO
1. Salvação sem vanglória e méritos humanos. Visto que a nossa salvação consiste somente na obra redentora de Cristo consumada na cruz, o homem não tem motivo algum para se vangloriar porque “nenhum outro nome há, dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos”, a não ser o nome de Jesus (At 4.12).
2. Salvação oferecida a todos. A preservação da vida de Raabe e sua família (Hb 11.31); a bênção sobre a vida de Rute (Rt 4.13-22); e a cura de Naamã (2 Rs 5.1-14), são apenas alguns exemplos de que Deus é Senhor e abençoador de todos. Ele quer salvar a todos (Tt 2.11; Mt 11.28; Jo 6.37; Ef 4.6). O profeta Jonas testificou que Deus é misericordioso para aceitar a qualquer um que se arrependa de seus pecados (Jn 4.2). O Evangelho de João 1.12 confirma este propósito de Deus: salvar a todos (Jo 1.12). Jesus também o declarou (Jo 3.17; 5.24). Infelizmente, muitos são os que rejeitam o convite da graça de Deus e acabam por desprezar a Cristo, acarretando sobre si a ira divina.

CONCLUSÃO
O castigo divino pelo pecado não poderia ser protelado indefinidamente. A justiça divina concernente aos delitos do homem deveria ser satisfeita. Assim, Cristo veio e satisfez em definitivo nossa dívida no Calvário, tornando-nos, a todos os que cremos nEle, justificados perante Deus.

VOCABULÁRIO
Perenidade: Que não acaba; eterno.
Transcendental: Muito elevado, que ultrapassa a nossa capacidade de conhecer.

BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
HORTON, S. M. Teologia Sistemática. RJ: CPAD, 1996.











EXERCÍCIOS

1. O que é a justificação?
R. A justificação é uma declaração de Deus, segundo a qual todos os processos da lei divina são plenamente satisfeitos, por meio da justiça de Cristo.

2. Como se obtém a justificação diante de Deus?
R. Pela fé em Cristo Jesus.

3. Quais as características da justificação divina?
R. Alcança a todos; é concedida gratuitamente mediante a graça, propiciada por Cristo e outorgada por Deus.

4. Que significa dizer que a justificação é propiciada por Cristo?
R. Significa dizer que Cristo morreu em nosso lugar, a fim de salvar-nos.

5. Por que a salvação não pode ser obtida por méritos humanos?
R. Para que o homem não tenha motivo para se vangloriar.









AUXÍLIOS SUPLEMENTARES

Subsídio Teológico

“A Justificação
Assim como a regeneração leva a efeito uma mudança em nossa natureza, a justificação modifica a nossa situação diante de Deus. O termo ‘justificação’ refere-se ao ato mediante o qual, com base na obra infinitamente justa e satisfatória de Cristo na cruz, Deus declara os pecadores condenados livres de toda a culpa do pecado e de suas conseqüências eternas, declarando-os plenamente justos aos seus olhos. O Deus que detesta ‘o que justifica o ímpio’ (Pv 17.15) mantém sua própria justiça ao justificá-lo, porque Cristo já pagou a penalidade integral do pecado (Rm 3.21-26). Constatamos, portanto, diante de Deus como plenamente absolvidos.
Para descrever a ação de Deus ao justificar-nos, os termos empregados pelo Antigo Testamento (heb. tsaddiq: Êx 23.7; Dt 25.1; 1Rs 8.32; Pv 17.15) e pelo Novo Testamento (gr. dikaio: Mt 12.37; Rm 3.20; 8.33,34) sugerem um contexto judicial e forense. Não devemos, no entanto, considerá-la uma ficção jurídica, como se estivéssemos justos sem, contudo, sê-lo. Por estarmos nEle (Ef 1.4,7,11), Jesus Cristo tornou-se a nossa justiça (1Co 1.30). Deus credita ou contabiliza (gr. logizomai) sua justiça em nosso favor. Ela é imputada a nós.
Em Romanos 4, Paulo cita dois exemplos do Antigo Testamento como argumento em favor da justiça imputada. A respeito de Abraão, diz que ‘creu ele no Senhor, e foi-lhe imputado [heb. chashav] isto por justiça’ (Gn 15.6). Isto ocorreu antes de Abraão ter obedecido a Deus no tocante a circuncisão, sinal da aliança. De modo talvez ainda mais dramático, Paulo cita Salmos 32.2, no qual Davi pronuncia uma bênção sobre ‘o homem a quem o Senhor não imputa maldade’ (Rm 4.8; 2Co 5.19) [...]” (PECOTA, Daniel B. A obra salvífica de Cristo. In HORTON, S. M. Teologia Sistemática. RJ: CPAD, 1996, p.372).














Texto Áureo: Bem-aventurado o homem a quem o Senhor não imputa o pecado” – Rm 4.8


Introdução
Nesta lição, estaremos em contato com uma das mais sublimes doutrinas das Sagradas Escrituras – a justificação pela fé em Cristo. Em atitude de profundo agradecimento a Deus, curvemo-nos ante Aquele, cuja morte justificou-nos diante do trono divino. “E, agora, justificados pela fé, temos paz com Deus através de nosso Senhor Jesus Cristo” (Rm 5.1).

I.      A JUSTIFICAÇÃO
1.    A justificação é um ato divino. A justificação é uma declaração de Deus, segundo a qual todos os processos da Lei divina são plenamente satisfeitos, por meio da justiça de Cristo, em benefício do pecador que o recebe como Salvador. Justificação significa mudança de posição espiritual diante de Deus: de condenados para justificados. A justificação é mais do que perdão. O perdão remove a condenação do pecado; a justificação nos declara justos, como se nunca houvéssemos pecado contra Deus. Deus tomou a Lei e a substituiu pela fé. Crer é a única lei que Deus exige do homem pecador. Se esse crê em Cristo, tal fé lhe é imputada por justiça.
2.    A justificação testificada pela lei e pelos profetas (3.21).
A justificação do pecador, mediante o sacrifício vicário de Cristo, pode ser percebida por meio de várias profecias no Antigo Testamento (Is 53.11; 45.22-23; Jr 23.6; Sl 85.10).
Os sacrifícios da lei não visavam retirar os pecados, mas cobri-los temporariamente até que Cristo viesse como o sacrifício perfeito e substitutivo ( Jo 1.29).

II.    A JUSTIÇA DE DEUS
1.    A justiça de Deus na dispensação da graça. A expressão “justiça de Deus”, na Epístola aos Romanos (3.21-22) e em outras passagens, refere-se ao tipo de justiça que o Senhor aceita para que o homem tenha comunhão com Ele. Essa justiça resulta da nossa fé em Cristo segundo o evangelho. Em outras palavras, a justiça é o próprio Cristo (1 Co 1.30). Por ter sido um ardoroso representante do legalismo, Paulo não cessava de enaltecer a manifestação da justiça divida em sua vida. (Fp 3.4-5).
2.    O meio da justificação: a fé (3. 22,25, 26).
A justificação é pela fé apenas. Hoje o homem é declarado justo quando crê na redenção de Cristo. O verso 22 nos mostra que até mesmo a fé que temos não é nossa, mas de Cristo. Hebreus 12.2 diz que Ele é o autor e consumador da fé. (Não é o pecado que te leva ao inferno e, sim, o não crer em Jesus Cristo).



CARACTERÍSTICAS DA JUSTIFICAÇÃO DIVINA
1.    A justiça divina alcança a todos. Assim como o pecado tornou-se universal, a justificação destina-se a todos quantos queiram ser salvos (Tt 2.11). A expressão “para que todo aquele que nele crê não pereça” (Jo 3.16) abrange a todos, indistintamente.
Todos os que se arrependem de seu pecado e crêem em Jesus como Salvador não perecerão, mas terão a vida eterna. E é tudo pela graça de Deus, conforme está escrito: “Onde abundou o pecado, superabundou a graça” (Rm 5.20). Ninguém é bom o suficiente para se salvar, como também não é tão mau que não possa ser salvo por Jesus.
2.    A diferença entre justificação e santificação
A justificação não é perdão e nem santificação. Entenda que justificação é ser declarado justo: tem a ver com o nosso passado. Mas a santificação é nos fazer justos em nosso modo de viver, e assim é algo relacionado ao presente e ao futuro. Uma vez que fui justificado (isso é justificação), eu preciso agora andar nessa justiça (isso é santificação).
3.    A fonte da justificação: a graça da redenção
O fundamento do Evangelho é que a salvação começa e termina com Deus. Na salvação não há lugar para a obra humana. Somente a graça de Deus é a fonte da nossa salvação.
A maior expressão dessa graça está na redenção.
 – Redenção
A palavra redimir significa comprar de volta algo que foi originalmente perdido. A redenção não apenas nos leva de volta a Deus, como nos livra da escravidão do diabo, pois não lhe pertencemos mais. Cristo morreu na cruz para, através de seu sangue, obter eterna redenção para nós (Gl 3.13).
4.    É propiciada por Cristo (3.25).Ao qual Deus propôs para propiciação no seu sangue”. Propor significa “apresentar perante todos”, ou seja, o Pai constituiu o Filho, feito homem perante o mundo, como Salvador da humanidade (Jo 1.14). “Propiciação” (v.25) é Cristo morrendo em lugar dos perdidos a fim de salvá-lo. É a remoção da ira divina por meio de uma oferta, de uma dádiva.
Jesus é o verdadeiro Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo (Jo 1.29; Gl 4.4,5).
O ato da propiciação é chamado expiação, que é o pagamento da dívida. Se houver expiação, a propiciação acontecerá. A morte de Jesus foi a expiação e, pelo Seu sangue, temos a propiciação, ou seja, a reaproximação e comunhão com Deus.
É outorgada por Deus. A justificação do pecador perante Deus procede da sua graça (Rm 3.24). Ela foi efetuada e é garantida pelo sangue de Jesus, como sua base (Rm 5.9). É obtida através da nossa fé em Cristo (Rm 3.28); a fé sem as obras humanas é o meio estipulado por Deus para nossa justificação (Gl 2.16). A ressurreição de Cristo é a garantia da perenidade de nossa justificação (Rm 4.25). Se alguém deseja ser justificado e sair da lista dos que estão sob a ira de Deus, deve crer em Cristo. O único requisito estabelecido por Deus para que o pecador seja justificado é que venha a Cristo pela fé, aceitando-o como seu único Salvador.

III.  A MENSAGEM PROVENIENTE DA CRUZ DE CRISTO
1.    Salvação sem vanglória e méritos humanos. Visto que a nossa salvação consiste somente da obra redentora de Cristo consumada na cruz, o homem não tem motivo algum para se vangloriar porque “nenhum outro nome há, dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos”, a não ser o nome de Jesus (At 4.12). Não há soberba alguma, pois fomos justificados pela fé, independente das obras da Lei (3.28).
2.    Salvação oferecida a todos. A preservação da vida de Raabe e sua família (Hb 11.31); a benção sobre a vida de Rute (Rt 4.13-22); e a cura de Naamã (2 Rs 5.1-14), são apenas alguns exemplos de que Deus é o Senhor e abençoador de todos.
     O Evangelho de João 1.12 confirma este propósito de Deus: salvar a todos. Jesus também o declarou (Jo 3.17; 5.24). Infelizmente, muitos são os que rejeitam o convite da graça de Deus e acabam por desprezar a Cristo, acarretando sobre si a ira divina.

Conclusão
            O castigo divino pelo pecado não poderia ser protelado indefinidamente. A justiça divina concernente aos delitos do homem deveria ser satisfeita. Assim, Cristo veio e satisfez em definitivo nossa dívida no Calvário, tornando-nos, a todos os que cremos nEle, justificados perante Deus.



VITAMINAS ESPIRITUAIS/DOSES MÍNIMAS DIÁRIAS
Domingo: Nossa justiça – trapo de imundícia - Is 64.6
Segunda: Justificação – um recurso divino - Sl 49.8
Terça: A justificação gera felicidade verdadeira - Sl 32.2
Quarta: A justificação gera paz com Deus - Rm 5.1
Quinta: Cristo crucificado trouxe a justificação - Is 53.11
Sexta: A glória pela nossa salvação é só de Deus - Ef 2.8,9
Sábado: O meio da justificação: a fé - Rm 3.26























Estudo Textual: Gálatas 2:11 - 3:5 
A Justificação Vem pela Fé
O erro de Pedro (2:11-21). Quando o apóstolo Pedro (Cefas, veja João 1:41-42) visitou Antioquia, Paulo viu que ele não praticava a mesma coisa que pregava (2:11-14). Até o fiel Barnabé (veja Atos 11:22-24) começou a praticar erro devido ao mau exemplo de Pedro (2:13). Se esses homens erraram, pessoas honestas podem errar em questões de fé hoje em dia.
Pedro errou porque temia “os da circuncisão”. O foco dele estava em homens e não em Deus. Deus revelou o evangelho e nos julgará por ele (João 12:47-49). Muitas pessoas praticam erro porque querem agradar seus cônjuges, pais, amigos ou pastores ao invés de focalizar Deus e sua palavra (1:10; veja Mateus 10:28).
Os judeus procuraram ser justificados por Deus devido às suas obras da lei (o Velho Testamento). Mas o evangelho de Cristo revela que homens não são justificados por obras da lei, e sim pela fé em Cristo Jesus (2:16). Enquanto Pedro tinha sido justificado pela fé em Cristo, ele voltou à prática da lei como se a sua justificação pela fé não fosse suficiente. Muitos hoje que alegam ter fé em Cristo caem no mesmo erro de Pedro: guardando o sábado, pagando o dízimo, procurando intercessão de sacerdotes e praticando outras obras baseadas na justiça da lei. Mas voltando à lei nega a graça de Cristo, e invalida a morte dele (2:21).
Obras da lei podem justificar uma pessoa somente se ela guardar perfeitamente toda a lei (veja Tiago 2:10). Cristo morreu porque todos são pecadores —tanto judeus como gentios. Todos têm desobedecido a lei de Deus (2:17; veja Romanos 3:23). Aquele que foi justificado pela fé em Cristo tem morrido para a lei, “a fim de viver para Deus” (2:19). Morrer relativamente à lei não quer dizer viver sem lei (veja 1 Coríntios 9:19-21). Antes, quer dizer fazer as obras de Deus (Efésios 2:10) como pessoa justificada, não como pessoa que procura se justificar pelas suas próprias obras. Viver pela fé exige uma vida de sacrifícios diários, para que possamos nos entregar àquele que nos justificou (2:19-20; veja Romanos 12:1-2).
Obras da lei ou pregação da fé? (3:1-5). Os gálatas haviam sido justificados pela fé em Cristo Jesus sem saber nada sobre a lei de Moisés. Seria tolice para eles voltarem a uma lei que não justifica, uma vez que já foram justificados em Cristo (3:1).
Os gálatas haviam recebido o Espírito Santo como a confirmação do evangelho (3:2; veja Marcos 16:15-20; 2 Coríntios 12:12; Hebreus 2:4). Se Deus lhes tinha confir-mado o evangelho pelo Espírito, como é que eles procuraram o aperfeiçoamento através de leis que pertencem à carne: circuncisão, restrições sobre alimentos, etc. (3:3-5)?
Muitos, hoje em dia, ainda procuram a perfeição por meios carnais, impondo regras baseadas no Velho Testamento. Mas, a justificação vem somente pela fé em Cristo e obediência ao evangelho dele (veja Colossenses 2:20-23; 2 João 9).
Perguntas para mais estudo:
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A fé é meramente uma questão de "opinião" ou "interpretação", ou é questão de fato sobre a qual eu poderia errar? (2:11)
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Dê exemplos de maneiras que algumas pessoas hoje estão voltando para a lei ao invés de viver pela fé em Cristo? Qual o resultado de voltar para a lei? (2:21)
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O evangelho de Cristo trata do aperfeiçoamento físico ou o espiritual? (3:3)





































Justificação pela fé: o coração do evangelho


Em nossos dias, a verdade bíblica da justificação pela fé é desconhecida ou mal-compreendida por muitos evangélicos. No entanto, ela foi a questão central levantada pela Reforma Protestante do século 16. Assim como o “sola Scriptura” foi denominado o “princípio formal” da Reforma, porque a Bíblia é a fonte de onde procedem todas as autênticas doutrinas cristãs, a justificação mediante a fé é o seu “princípio material”, porque envolve a própria substância ou essência do que se deve crer para a salvação.

João Calvino, o pai espiritual das igrejas reformadas, referiu-se a essa doutrina como “o principal ponto de apoio sobre o qual se articula a religião” (Institutas 3.11.1). Ele tratou desse conceito em uma das seções mais longas da sua obra principal (Livro III, Caps. XI-XIX), onde lhe deu a seguinte definição: “Interpretamos a justificação simplesmente como a aceitação pela qual Deus nos recebe em seu favor como homens justos, e dizemos que ela consiste na remissão dos pecados e na imputação da justiça de Cristo” (3.11.1).

Thomas Cranmer, o arquiteto do anglicanismo, disse que a justificação pela fé era “a forte rocha e o fundamento da religião cristã” e Martinho Lutero afirmou que ela é “o tema principal do qual fluem todas as outras doutrinas”. Na realidade, a experiência religiosa fundamental de Lutero e as ênfases mais importantes da sua teologia e da sua obra como reformador pioneiro decorreram da descoberta dessa majestosa verdade bíblica.

A justificação é a resposta de Deus à mais importante de todas as questões humanas: Como uma pessoa pode se tornar aceitável diante de Deus? A resposta está clara no Novo Testamento, especialmente nos escritos de Paulo, como a passagem clássica de Romanos 3.21-25. Biblicamente, a justificação é um conceito jurídico ou forense, e tem o significado de “declarar justo”. É o ato de Deus mediante o qual ele, em sua graça, declara justo o pecador, isentando-o de qualquer condenação. Infelizmente, a palavra portuguesa “justificação”, originária do latim, dá a idéia de “tornar justo”, no sentido de produzir justiça no justificado. Mas o termo grego original dikaiosyne não se refere a uma mudança intrínseca no indivíduo, e sim a uma declaração feita por Deus. Visto que não temos justiça própria e somos culpados diante de Deus, ele nos declara justos com base na expiação de nossos pecados por Cristo e na sua justiça imputada a nós.

Pode-se dizer que a justificação está estreitamente relacionada com três princípios da Reforma: “sola gratia”, “sola fides” e “solo Christo”. Daí, James Montgomery Boyce a define como “um ato de Deus pelo qual ele declara os pecadores justos somente pela graça, somente por meio da fé, somente por causa de Cristo”. Assim, a fonte da justificação é a graça de Deus, o fundamento da justificação é a obra de Cristo e o meio da justificação é a fé. A fé é o canal através do qual a justificação é concedida ao pecador que crê; é o meio pelo qual ele toma posse das bênçãos obtidas por Cristo (como a paz com Deus, Rm 5.1). Ela não é uma boa obra, mas um dom de Deus, como Paulo ensina em Efésios 2.8-9. É o único meio de receber o que Deus fez por nós (“sola fides”), ficando excluídos todos os outros atos ou obras.

Isto significa que a justiça do crente é somente uma justiça imputada, atribuída a ele, sem incluir uma transformação moral e espiritual? Não, a justificação é seguida de uma justiça real e efetiva – tão de perto que, se não seguir, a pessoa não está justificada. Mas a justificação em si ainda não se refere a essa mudança. Deus nunca nos torna justos antes de nos declarar justos. Estando justificados pela graça e reconciliados com Deus mediante a fé, com base somente nos méritos de Cristo, estamos capacitados para crescer em santificação (Ef 2.10). Em suma, Deus não somente nos declara justos (justificação), mas posteriormente nos torna justos (santificação).

Tristemente, muitos evangélicos têm deixado de confessar de modo convicto essa verdade que está no coração do evangelho. Muitos líderes e movimentos têm voltado a insistir na prática de certas ações ou na exibição de determinadas virtudes como condição para que as pessoas sejam aceitas, perdoadas e abençoadas por Deus. Volta-se, assim, ao sistema de salvação pelas obras ou pelos méritos humanos contra o qual se insurgiram os reformadores. Com isso exalta-se o ser humano, suas escolhas, decisões e iniciativas, e se desvaloriza a Deus, sua graça, sua soberania, sua obra de expiação por meio de Cristo. Tenhamos a coragem e a coerência bíblica de reafirmar a verdade solene da justificação pela fé somente, que é, no dizer dos reformadores, o articulus stantis et cadentis ecclesiae, “o artigo pelo qual a igreja se sustenta ou cai”.





Justificação pela Fé

Introdução

Como pode o pecador ser justificado perante Deus? Não há verdadeira paz ou alegria enquanto nossa consciência nos acusar de pecado. Para esclarecer questão de tão grande inportância, veremos qual é o fundamento geral da doutrina da justificação, o que é justificação, quais são os justificados e em que termos eles são justificados. E por fim, quais são as obras da fé.

Textos bíblicos

• Romanos 5:1-11: Deus providencia o meio de pagar nossa dívida em relação a Ele, pelo sacrifício de Jesus Cristo. Aceitar, crer, receber, apropriar-se dessa misericórdia de Deus, é ter fé. E somente pela fé podemos ser justificados.

• Efésios 2:1-10: Estávamos condenados a morte, ao tormento e à escravidão do pecado. Deus nos tira dessa terrível situação porque nos amou, mesmo sendo nós ainda pecadores.

• Romanos 3:21: O texto mostra que o ser humano poderia cumprir toda a lei e não ser salvo se não tivesse fé que Deus o justifica através de Jesus Cristo.

• Hebreus 11:6: O texto desse livro bíblico relata fatos ocorridos com várias pessoas movidas por um fator em comum: a fé. Elas criam no poder de Deus. Por isso foram até Ele, andaram, viveram e participaram do seu poder.

a - Fundamento geral da doutrina da justificação: A pessoa humana foi criada à imagem de Deus: santa, pura, misericordiosa, perfeita, incorruptível como o próprio Deus. A ela Deus deu uma lei perfeita, exigindo plena obediência a ela. Mas o ser humano desobedeceu a Deus. O pecado, então, destrói a comunhão com Deus, faz o ser humano decair da graça divina e estar sujeito ao juízo e à ira de seu Criador.

Aí está o fundamento da doutrina da justificação: "o juízo veio sobre todos os homens para a condenação". Porém, Deus providencia um meio de reconciliação, mediante o sacrifício do "segundo Adão", nosso representante, Jesus Cristo. Pela redenção que há em Cristo, fica preenchida a condição imposta. Não há mais condenação.
b - O que é justificação: A clara noção bíblica da justificação é o perdão de pecados. É o ato de Deus Pai, pelo qual, em atenção ao sacrifício de Jesus por nós, mostra sua justiça (ou misericórdia), perdoando-nos os pecados. Estes pecados são cancelados. Cristo tomou sobre si as nossas culpas. Sofreu, imerecidamente, em nosso lugar. Assim, estamos reconciliados com Deus mediante o sangue de Cristo.

c - Quais são os justificados? Jesus disse que os justos não precisam de arrependimento. Somente aos pecadores cabe o perdão. Deus justifica o pecador de toda espécie e categoria. É para com a nossa injustiça que o Deus perdoador é misericordioso, é de nossa iniquidade que Ele não se lembra mais.

5 - EM QUE TERMOS OU COMO SÃO OS PECADORES JUSTIFICADOS?

Sob uma condição o ser humano pecador é justificado: pela fé. Ele precisa crer naquele que justifica o pecador, pois "aquele que crer não é condenado"pois já "passou da morte para a vida".

A fé implica não só na convicção de que Deus reconcilia o ser humano consigo mesmo através de Jesus Cristo, mas também na confiança de que Cristo morreu pelos nossos pecados, já que ele amou a cada um de nós e se entregou ao sacrifício e em nosso lugar. Deus por amor de seu filho, perdoa e absolve o ser humano que até então nada pudera apresentar de bom.

O arrependimento, que antecede a fé, é um profundo sentimento da ausência do bem e a consciência da presença do mal. Só a fé traz o bem. Primeiro a árvore se torna boa; depois os frutos se fazem bons.

6 - AS OBRAS DA FÉ

Nenhuma obra, de que excelência for, pode tirar os nossos pecados, nem suportar a retidão dos juizos de Deus. Nós, metodistas, cremos que a justificação de nossos pecados se dá pela fé em Cristo Jesus. E não aceitamos que as boas obras substituam esta atuação de Cristo. As obras para este fim são inúteis (Lc 17:7-10; Rm 27:31).

No entanto, uma vez justificados, nossa fé em cristo é testemunhada em obras (=serviços). Como parte do Corpo de Cristo somos chamados e preparados para dar bons frutos. São estes que revelam a natureza, a profundidade e a extensão da nossa fé.

Os protestantes, em geral, enfatizam de tal modo a justificação só pela fé, que tendem a esquecer ou menosprezar a importância do serviço, do engajamento do crente.

7 - OUTROS PONTOS A SEREM CONSIDERADOS:

a) Se as nossas obras, sejam quais forem, buscam no íntimo o louvor e a glória para o nosso próprio nome, ou acúmulo de méritos pessoais, nenhum valor têm, pois não foram feitas NO e PARA o Senhor. Não vêm d'Ele. Ele não as aceita.

b) Nenhum esforço ou empenho feito através das obras (serviço), consegue satisfazer todas as exigências da lei.

c) Não existe contradição entre os ensinos de Paulo e Tiago, em suas colocações sobre a fé e obras. Os ensinos se completam e nos ajudam a reconhecer que a nossa salvação é pela fé e que esta fé se manifesta, se dá a conhecer, em obras de amor.

Não se concebe o cristianismo sem fé e sem obras (o serviço agradável a Deus e ao próximo).

A justificação pela fé em Romanos
http://www.napec.org/wp-content/uploads/2013/03/justifica%C3%A7%C3%A3oromanos.jpg
A disputa e distorção acerca da Doutrina da Justificação pela Fé não é algo novo. Não é algo iniciado e propagado pelo Movimento da Fé e suas igrejas neopentecostais. Na verdade, essa doutrina tem sido atacada e distorcida ao longo dos anos, e esse ataque não é, em essência, uma agressão contra personagens evangélicos que defendem tal doutrina. Antes, é um ataque direto contra o coração do próprio Evangelho de Cristo. E é exatamente isso que Charles Haddon Spurgeon, conhecido como o príncipe dos pregadores, em seu sermão de número 1239, afirma ao fazer uma defesa da doutrina apresentada por Moody e por Sankey, com a seguinte afirmação:
Por favor, notem que esta não é uma disputa destes senhores contra os nossos amigos senhores Moody e Sankey sozinhos! É uma disputa entre esses opositores e todos nós que pregamos o Evangelho! [1]
Alderi Souza de Matos fez a seguinte declaração, sobre essa doutrina:
Em nossos dias, a verdade bíblica da justificação pela fé é desconhecida ou mal-compreendida por muitos evangélicos. No entanto, ela foi a questão central levantada pela Reforma Protestante do século 16. Assim como o “sola Scriptura” foi denominado o “princípio formal” da Reforma, porque a Bíblia é a fonte de onde procedem todas as autênticas doutrinas cristãs, a justificação mediante a fé é o seu “princípio material”, porque envolve a própria substância ou essência do que se deve crer para a salvação. [2]
Com isso, podemos afirmar que o correto entendimento e aplicação dessa doutrina é fundamental para a correta compreensão sobre a salvação. Muito embora vivamos em um país que se orgulha pelo fato da comunidade evangélica estar crescendo, ao mesmo tempo, boa parte dessa mesma comunidade nunca ouviu falar sobre essa doutrina e outro tanto tem um entendimento distorcido ou inadequado da mesma.
John Piper, sobre essa doutrina, afirmou que “este é o centro do cristianismo”.
Isso é diferente de todo islam, todo xintoísmo, todo budismo, todo hinduísmo, todo secularismo, todo animismo, ninguém, nenhuma religião tem isso: um filho de Deus e algo chamado justificação pela fé somente. Aqui estamos, então, nesse tribunal, culpados, pecadores, todos nós, e o juiz dá o veredicto: JUSTO! [3]
A justificação pela fé é uma das principais doutrinas existentes na Sagrada Escritura, se não for a mais importante. Nessa doutrina encontramos várias outras interligadas. A sua importância é tal, que importantes homens de Deus na história se referiram a ela da seguinte maneira:
“o tema principal do qual fluem todas as outras doutrinas” (Martinho Lutero)
“o principal ponto de apoio sobre o qual se articula a religião […] Interpretamos a justificação simplesmente como a aceitação pela qual Deus nos recebe em seu favor como homens justos, e dizemos que ela consiste na remissão dos pecados e na imputação da justiça de Cristo” (João Calvino – Institutas 3.11.1)
“a forte rocha e o fundamento da religião cristã”  (Thomas Cranmer)
“um ato de Deus pelo qual ele declara os pecadores justos somente pela graça, somente por meio da fé, somente por causa de Cristo” (James Montgomery Boyce)
“o articulus stantis et cadentis ecclesiae  – o artigo pelo qual a igreja se sustenta ou cai” (Reformadores Protestantes)
A Reforma Protestante ficou conhecida pelos cinco “solas” (Sola Scriptura: Somente a Escritura; Sola Gratia: Somente a Graça; Sola Fide: Somente a Fé; Solus Christus: Somente Cristo; Soli Deo Gloria: Somente Glória a Deus).
Desses cinco “solas”, que são considerados os princípios da Reforma Protestante, três estão diretamente relacionados com a Doutrina da Justificação pela Fé. Vejamos:
  • SOLA GRATIA. A Graça é fonte da justificação de Deus.
  • SOLA FIDE. A Fé é o instrumento, o meio, dessa justificação.
  • SOLUS CHRISTUS. Jesus Cristo é o fundamento sobre o qual esta justificação está alicerçada.
Assim sendo, o homem é justificado mediante a Fé, que é derramada pela Graça de Deus, por meio de Jesus Cristo somente.
Ainda, os outros dois princípios da Reforma estão, indiretamente, relacionados com esta doutrina. Vejamos:
  • SOLA SCRIPTURA. Somente a Escritura revela o meio, a fonte, o fundamento e o objetivo desta Doutrina.
  • SOLI DEO GLORIA. Somente Deus é glorificado por essa Doutrina.
Talvez pelo fato de considerável parte da igreja estar afastada da Escritura é que esta doutrina seja atacada, incompreendida e esquecida. E por essa razão, Deus não tem sido glorificado como deveria na obra da salvação.
Se lembrarmos que a fé é um dom de Deus (Rm 12:3,6) e o conceito de Graça é de um presente dado sem o merecimento de quem recebe (Ef 2:8,9), perceberemos que tanto a fé como a graça, essenciais e imprescindíveis à salvação, são dádivas de Deus e por isso só o Senhor é merecedor de glória pela salvação humana. Porém, como o homem é orgulhoso por natureza, sempre busca criar novos meios e fórmulas religiosas para se chegar à salvação.
O conceito de justificação, apresentado no livro aos Romanos, é diferente do conceito popular de justificação. Na ideia popular, justificado é alguém que esteve diante de um tribunal e foi considerado inocente pelo fato de não haver cometido crime. Então, tal pessoa é inocentada porque é inocente. Todavia, o conceito de bíblico de justificação traz, em si, a ideia de “ser declarado justo”. E ser declarado justo é diferente de ser justo. Aqui, encontramos a ideia de uma declaração, e não de uma mudança interior. A mudança interior é o segundo passo que o Senhor trata de resolver, e a isto chama-se de santificação posicional.
Deus, em Sua graça, declara justo o pecador. Então, não é uma mudança do estado interno, mas uma declaração da parte de Deus.
Em Romanos, podemos utilizar duas passagens para ilustrar o sentido de justificação. São elas Romanos 4:25 e 5:16,18.
  • Rm 4:25, 5:18 (dikaivwsin – dikaíosin): Justificação, vindicação, absolvição que traz vida.
A culpa do pecado do homem gerada pela herança de Adão, que lhe proporcionou uma natureza caída, recai em forma de castigo sobre Jesus (Is 53). A isso chamamos de morte substitutiva (Rm 4:25; Ef 5:2).
  • Rm 5:16-21 (dikaivwma – dikaíoma): Justificação, veredito de inocência.
A justificação é declarada por meio da transferência da culpa para Cristo e pela consumação da justificação realizada pelo próprio Jesus, ao ressuscitar incorruptível (Rm 3:21-25).
É importante destacar, mais uma vez, que a justificação não ocorre por meio de boas obras, mas é um dom gratuito de Deus (Efésios 2:8,9). Por isso, afirma-se que a justiça do salvo é imputada (atribuída a ele) mediante a declaração de Deus (justificação).
Primeiro o Senhor nos declara justos (justificação) e depois Ele nos torna justos (santificação).
O QUE A EPÍSTOLA AOS ROMANOS NOS ENSINA
“sendo justificados gratuitamente, por sua graça, mediante a redenção que há em Cristo Jesus” (Romanos 3:24)
“Concluímos, pois, que o homem é justificado pela fé, independentemente das obras da lei” (Romanos 3:28)
“Justificados, pois, mediante a fé, temos paz com Deus por meio de nosso Senhor Jesus Cristo” (Romanos 5:1)
“porquanto quem morreu está justificado do pecado” (Romanos 6:7)
“Quem intentará acusação contra os eleitos de Deus? É Deus quem os justifica” (Romanos 8:33)
NOTAS:
[1] Uma defesa da Doutrina da Justificação pela Fé. Disponível em: < http://www.projetospurgeon.com.br/2012/01/uma-defesa-da-doutrina-da-justificacao-pela-fe-moody-sankey/>. Acesso em: 13 nov 2012.
[2] Justificação pela fé: o coração do evangelho. Disponível em: < http://www.mackenzie.br/7136.html>. Acesso em: 13 nov 2012.
[3] Justificados Pela Fé Somente. Disponível em: . Acesso em: 13 nov 2012.















Justificação pela fé, ato exclusivo de Deus
A justificação pela fé foi um dos pilares da Reforma do século dezesseis. O conceito de que a salvação é uma somatória do esforço humano e da disposição divina, uma parceria entre a fé e as obras está em total desacordo com o ensino das Escrituras. A salvação é pela graça mediante a fé e não o resultado das obras nem mesmo da adição de fé mais obras. A salvação não é uma conquista do homem, é um presente de Deus. Não é uma medalha de honra ao mérito, mas uma manifestação do favor imerecido de Deus.
O sinergismo, a ideia de que a salvação é uma conjugação de fé mais obras, não tem amparo nas Escrituras. A verdade meridianamente clara é que a salvação é recebida mediante a fé independentemente das obras. As obras não são a causa da salvação, mas seu resultado. Não somos salvos pelas obras, mas para as obras. A fé é a raiz, as obras são os frutos. A fé produz obras; as obras revelam a fé. Não estamos com isso desprezando as obras nem diminuindo seu valor. As obras são absolutamente importantes. Elas são a evidência da salvação. Não praticamos boas obras para sermos salvos, mas porque fomos salvos pela fé.
A fé, porém, não é a causa meritória da justificação. Não somos justificados com base naquilo que fazemos para Deus, mas no que Deus fez por nós. Não há mérito na fé. A fé é dom de Deus. Não fomos escolhidos por Deus porque cremos; cremos porque fomos escolhidos por Deus. A fé é resultado da escolha divina e não sua causa. Se a fé fosse a causa da escolha divina, ela seria meritória. Então, a causa da eleição para a salvação estaria em nós e não em Deus. A verdade inconteste, entretanto, é que Deus nos escolheu para a salvação em Cristo não por causa de qualquer mérito em nós, mas apesar dos nossos deméritos. A causa do amor de Deus por nós não está em nós, mas no próprio Deus. Ele nos amou quando éramos ímpios, fracos, pecadores e inimigos.
A justificação é um ato legal, forense e judicial de Deus. É feita no tribunal de Deus e não em nosso coração. Realiza-se fora de nós e não em nós, no céu e não na terra. Por causa da morte substitutiva de Cristo, somos declarados inculpáveis diante de Deus. Estamos quites com sua santa lei. Todas as demandas da justiça divina foram satisfeitas mediante o sacrifício substitutivo de Cristo. Deus, assim, justifica não o justo, mas o injusto, que crê naquele que é Justo. Consequentemente, nossa justificação não está fundamentada em nossa justiça pessoal, mas na justiça de Cristo imputada a nós. Cristo morreu como nosso representante e fiador. Ele carregou em seu corpo, no madeiro, os nossos pecados. Nossas transgressões foram lançadas sobre ele. Ele morreu pelos nossos pecados. Ele quitou nossa dívida. Não pesa mais sobre nós, que estamos em Cristo, nenhuma condenação, e isso, porque nossa dívida não foi colocada em nossa conta. Nossa dívida foi colocada na conta de Cristo e ele, na cruz, rasgou esse escrito de dívida que era contra nós e pagou toda essa dívida com o seu sangue, dando um brado de vitória: “Está consumado”. Mais, a justiça de Cristo foi depositada em nossa conta. Agora, estamos vestidos com vestes de justiça. Fomos justificados!
Concluímos, enfatizando que, quando afirmamos que somos justificados pela fé, não estamos dizendo que a fé é a base da justificação. A fé é apenas a causa instrumental. A causa meritória é o sacrifício de Cristo na cruz. Tomamos posse dos benefícios da morte de Cristo pela fé. A fé não é a causa, é o meio. A fé é a mão estendida de um mendigo que recebe o presente de um rei. Essa fé salvadora não é meritória nem mesmo procede do homem. O mesmo Deus que dá o fim, a salvação, também dá o meio, a fé salvadora. De tal forma que, a salvação é obra exclusiva de Deus de ponta a ponta, sem qualquer mérito do homem. Na verdade, tudo provém de Deus, tudo é feito por Deus e tudo é consumado por Deus para que ele mesmo receba toda a glória, agora e eternamente!
















Justificação pela Fé em Cristo
Justificação pela Fé em CristoJustificação pela Fé em Cristo
Justificação pela Fé em Cristo. A justificação pela “Fé” esta ligada à importantíssima questão de saber “como o homem pode ser justo para com DEUS?” Por três vezes tal pergunta é feita no livro de Jó (4.17;9.2;25.4;cp.15.14).E a primeira vez que encontramos a resposta de como o homem pode alcançar sua justificação pela “FÉ” ou a primeira dica para o homem de como resolver esse problema encontra-se em (Gênesis 15:6) – E creu ele no SENHOR, e imputou-lhe isto por justiça. Pois então se fala da “justiça” e da “crença”. Apalavra de DEUS veio a Abraão, porque foi grande a confiança deste, sendo a justiça a consequência. Essa passagem é, em alguns casos, a chave para diversas referencias encontrada em outros lugares da Bíblia com respeito à justiça e à Fé.
A mesma ideia da justificação pela confiança em DEUS se apresenta em(Salmos 32:1) – BEM-AVENTURADO aquele cuja transgressão é perdoada, e cujo pecado é coberto.
(Salmos 32:2) – Bem-aventurado o homem a quem o SENHOR não imputa maldade, e em cujo espírito não há engano. E (Habacuque 2:4) – Eis que a sua alma está orgulhosa, não é reta nele; mas o justo pela sua fé viverá; no entanto, a justificação pela “Fé” se exibe de um modo mais claro nas paginas do NT.
A justificação diz particularmente respeito à nossa verdadeira relação com DEUS, não tendo em vista a condição espiritual, a situação judicial. Essa verdadeira comunhão com DEUS foi comprometida pelo pecado, do que resultam a culpa, a condenação e a separação. Justificação o ressurgimento dessa comunhão, sendo removida a condenação pelo perdão, a culpa pela justiça, e a separação pela boa vontade de mudar de vida. Justificação significa realmente a reintegração do ser humano na sua verdadeira relação com DEUS.
É então considerado justo, aceito perante DEUS como reto respeito à lei divina, sendo, portanto, restaurado à sua posição original. Desse modo, a justificação é muito mais do que o perdão, embora o perdão seja necessariamente uma parte da justificação. As duas idéias aparecem distintas em (Atos 13:38) – Seja-vos, pois, notório, homens irmãos, que por este se vos anuncia a remissão dos pecados.
(Atos 13:39) – E de tudo o que, pela lei de Moisés, não pudestes ser justificados, por ele é justificado todo aquele que crê.O perdão é apenas negativo, concedido apenas para ser removida a condenação, ao passo que justificação também é positiva, trazendo a remoção da culpa e a concessão das boas relações com DEUS. O perdão é apenas um ato de misericórdia divina, repetindo-se sucessivamente por toda nossa vida Cristã. A justificação é completa, nunca e repetida, e abrange o passado, o presente e o futuro da nossa vida.  
‘Quem já se banhou (justificação) não necessita de lavar senão os pés (perdão) “João (13.10). 
A justificação também deve ser distinguida da santificação, que geralmente é compreendida com o significado “de ser feito santo”. Ainda que a justificação e a santificação sejam estados inseparáveis na experiência da vida cristã, devem, contudo, distinguir-se claramente no pensamento. A justificação diz respeito à nossa situação espiritual; e a santificação, à nossa condição espiritual. Aquela esta relacionada ao nosso estado para com DEUS, e esta, ao “Amor” que lhe devemos. Uma trata da nossa aceitação; a outra, da nossa qualidade de aceitáveis. Uma é o fundamento da paz, Cristo por nós; a outra o fundamento da nossa pureza, Cristo em nós.
A base da nossa justificação é a obra redentora de nosso Senhor Jesus CRISTO, “Aquele que não conheceu o pecado, ele o fez pecado por nós, para nele fomos feito justiça de DEUS”(II Corintios 5:21) – Àquele que não conheceu pecado, o fez pecado por nós; para que nele fôssemos feitos justiça de Deus. “Por meio dele, todo que crê é justificado” (Atos 13:39) E de tudo o que, pela lei de Moisés, não pudestes ser justificados, por ele é justificado todo aquele que crê. Por consequência, é pela obra de CRISTO, e não pelas próprias obras ou méritos, que nós somos justificados. O ser humano procura continuamente estabelecer sua própria justiça, mas o mau êxito tem sido o resultado em todos os tempos, pois é manifesta sua incapacidade tanto para apagar o passado como para garantir o futuro. “Pela sois salvos […] e isto não vem […] de obras, para que ninguém se glorie”  
(Efésios 2:8) – Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus.
(Efésios 2:9) – Não vem das obras, para que ninguém se glorie;A justificação é alcançada pela “Fé”. “Todo o que crê é justificado” (Atos 13:39); justificados pois mediantes a “Fé” (Romanos 5:1) – TENDO sido, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo. A confiança faz sempre supor que dependemos de alguém superior a nós; é o reconhecimento da nossa própria incapacidade e o poder de algum outro ser que é “Jesus CRISTO”. A Fé une-nos a CRISTO, e essa união é a única reposta que se pode dar à revelação de DEUS.
É a renuncia de nós próprios e a crença no salvador. Descansamos nosso coração em Jesus e aceitamos sua perfeita justiça.




JUSTIFICAÇÃO — o ponto de partida da Reforma
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JUSTIFICAÇÃO  — O PONTO DE PARTIDA DA REFORMA


Texto básico: Romanos 5.1-10
Leitura diária
D  –  Rm 4.1-15 Abraão justificado pela fé
S  –   Rm 8.31-39 A segurança do redimido
T  –   Rm 3.21-31 Justificação pela fé
Q  –   Gl 2.11-21 Justificação mediante a fé
Q  –  Fp 3.2-11 A justiça mediante a fé
S  –   Tg 2.14-26 Fé e obras
S  –   2Co 5.18-21 Fomos feitos justiça de Deus

Introdução
Dia 31 de outubro comemoramos o Dia da Reforma. A importância da Reforma Pro­testante não está exatamente na criação de novas denominações cristãs, mas no resgate da doutrina bíblica, da justificação pela fé. Alavancados pelo claro ensino bíblico de que a justificação não é pelas obras, mas pela fé, os reformadores apontaram para Cristo como Autor e Consumador da fé.
Embora esta doutrina bíblica tenha sido tão importante na história da igreja cristã, muitos cristãos ainda não a entendem com clareza. Você sabe o que diz a doutrina da justificação pela fé? Sabe em que consiste a justificação? E o que Cristo tem a ver com isso? Isso é o que veremos na lição de hoje.
I. Natureza e características da justificação
A justificação é um tema muito abordado em sermões e estudos, mas nem todos os crentes têm uma ideia muito clara de o que ela real­mente é. Podemos definir a justificação como um ato judicial de Deus, no qual ele declara, com base na justiça de Jesus Cristo, que todas as reivindicações da lei são satisfeitas com vistas ao pecador. A justificação envolve o perdão de pecados e a restauração do pecador ao favor divino. O pecador justificado recebe o perdão de pecados e tem paz com Deus (Rm 5.1), se­gurança da salvação (Rm 5.1-10) e herança com os que são santificados (At 26.18).
O que está em jogo é a questão de nosso estado diante de Deus em termos de sua lei. Pelo seu pecado, Adão mergulhou a raça hu­mana em culpa. Nós infringimos a lei justa e santa de Deus e somos culpados diante dele. A penalidade é a morte. Paulo deixa isso claro em Romanos 5.12-21, onde ele traça os efei­tos do ato único de desobediência de Adão, mostrando que tal ato resultou na condenação e morte para todos. Em outras palavras, a jus­tificação traz em perspectiva a possibilidade da absolvição da culpa, por sermos declarados justos e então recebermos a vida.
A justificação está claramente associada à expiação. Talvez a demonstração mais clara da conexão entre expiação e justificação seja aquela feita por Paulo em Romanos 4.25. Cristo “…foi entregue por causa das nossas transgressões e ressuscitou por causa da nossa justificação”. Aqui, como sempre, a morte e ressurreição de Cristo são vistas por Paulo em uma unidade ininterrupta. Por esta razão, a morte expiatória de Cristo assegura uma parte de nossa justifica­ção, ou seja, aquela que diz respeito ao perdão, enquanto sua ressurreição obtém para nós o outro elemento, o da justiça. Como morte e ressurreição permanecem juntas como aspectos gêmeos da realização central de Cristo, o mes­mo acontece com a expiação e a justificação. A morte na cruz não foi o final para Jesus. Sua morte foi o cumprimento de uma importante etapa de sua obra, que teve continuidade em sua ressurreição, ascensão, sessão à destra do Pai e em sua obra permanente como Profeta, Sacerdote e Rei. Por sua vez, foi a ressurreição que deu significado à morte e lançou luz para os discípulos sobre tudo o que havia ocorrido anteriormente. Foi sua ressurreição que deixou claro para os discípulos e para todos aqueles que o viram pregado na cruz que ele realmente era quem dizia ser: o Messias prometido. Além do mais, a própria ideia da ressurreição exige a morte primeiro, ou isso não é ressurreição. Da mesma forma como morte e ressurreição são inseparáveis e mutuamente necessárias, assim também a justificação não pode ocorrer sem a expiação pelos pecados, pois as pessoas não podem ser consideradas justas se elas estão sob a ira de Deus. Por outro lado, a expiação também não pode ser entendida sem seu com­panheiro inseparável, o recebimento da justiça, que nos capacita não apenas a sermos trazidos a um estado de inocência, mas nos faz aptos para entrarmos em comunhão com um Deus justo e santo.
Cristo é a única base da nossa justificação. Em nós mesmos, somos culpados diante de Deus. Todos nós pecamos em Adão. A única solução para o pecado e para a culpa que o acompanha é a morte expiatória de Cristo, realizada em nosso lugar. Somente Cristo, que cumpriu perfeitamente a lei e não come­teu pecado, poderia se apresentar em nosso benefício e realizar a expiação pelos nossos pecados. Ao fazer isso, ele obteve perdão para nós e aplicou sua justiça a nós. Como a expiação não possui nenhuma outra base além de Cristo, o mesmo ocorre com nossa justificação. É por isso que somos justificados somente pela graça, pois é pela justiça de outra pessoa (Jesus Cristo) que somos feitos justos diante de Deus. Isso não é nossa obra própria, mas o dom de Deus, o resultado de tudo o que Cristo fez em favor de seu povo. Isso é imerecido, uma obra da bondade e misericórdia de Deus. Como consequência, também somos justificados somente pela fé ou mediante a fé, pois a fé salvadora é o abandono da confiança em nós mesmos e o es­tabelecimento de um compromisso com Jesus Cristo. Ao nos entregarmos a ele estamos con­fessando tanto nossa pecaminosidade quanto apenas a justiça de Cristo, a qual é suficiente para nos capacitar a viver com Deus.
II. Elementos da justificação
Há dois elementos da obra de justificação, que são a remissão dos pecados e a imputação da justiça de Cristo ao pecador.
a) A remissão dos pecados. A remissão dos pecados está baseada na obediência completa e absoluta de Cristo, isto é, em seu perfeito cumprimento da lei. Vários textos do Antigo Testamento apontam para este elemento da obra de justificação (Sl 32.1; Is 43.25; 44.22; Jr 31.34). O perdão concedido por Deus na justificação aplica-se a todos os pecados, pas­sados, presentes e futuros, e, por isso, envolve a remoção da culpa e de toda a penalidade. Isso acontece porque a justificação não pode ser repetida. Passagens como Romanos 5.21; 8.1,32-34; Hebreus 10.14; Salmos 103.12; Isaías 44.22 nos asseguram que ninguém pode lançar nada na conta da pessoa justificada, que está isenta de condenação e é herdeira da vida eterna.
É verdade que, depois de serem justificados, os crentes continuam sendo pecadores, isto é, continuam cometendo pecados (Tg 3.2; 1Jo 1.8). Aliás, a Escritura nos mostra claramen­te que os redimidos muitas vezes cometem pecados bastante graves. O próprio Cristo ensinou os discípulos a orarem diariamente pelo perdão de pecados (Mt 6.12) e as pessoas piedosas mencionadas na Bíblia estão sempre pedindo perdão pelos seus pecados (Sl 32.5; 51.1-4; 130.3-4). Na verdade, na justificação, Deus realmente remove de nós a culpa pelo pecado, isto é, a sujeição do pecador à puni­ção eterna devida ao pecado (a morte eterna), mas não a culpabilidade inerente a qualquer pecado que seja praticado. Essa culpabilidade permanece e sempre produz nos crentes um sentimento de culpa, de separação de Deus, de tristeza, de arrependimento, de frustração e assim por diante. Por isso eles sentem necessi­dade de confessar os seus pecados, até mesmo os pecados antigos que porventura ainda os incomodem (Sl 25.7; 51.5-9). O crente tem, no íntimo, consciência de seu pecado e essa consciência o leva a confessá-lo e a buscar em Deus a consoladora segurança do perdão. A consciência do perdão e de um renovado relacionamento filial com Deus muitas vezes é perturbada e obscurecida pelo pecado, mas é novamente despertada e fortalecida pela confissão e pela oração.
b) A imputação da justiça de Cristo. A jus­tificação envolve o perdão de pecados, mas é mais do que isso. Na justificação, Cristo não apenas tira de nós a nossa iniquidade, mas também nos veste de branco, isto é, nos reveste com a sua própria santidade. A Josué, o sumo sacerdote, que, como representante de Israel, estava perante o Senhor usando vestes sujas, o Senhor disse: “…eis que tenho feito que passe de ti a tua iniquidade e te vestirei de finos trajes” (Zc 3.4). A Escritura diz que, pela fé, obtemos “…remissão de pecados e herança entre os que são santificados…” (At 26.18); que a fé nos traz não apenas paz com Deus, mas também acesso a Deus e alegria na esperança da glória (Rm 5.1-2); e que Cristo nasceu sob a lei também “para que recebês­semos a adoção de filhos” (Gl 4.5). Com isso, distinguimos duas partes na imputação da justiça de Cristo ao pecador, que são: a adoção de filhos e o direito à vida eterna.
1. Adoção de filhos. Os crentes são, antes de tudo, filhos de Deus por adoção. Isso significa, naturalmente, que eles não são filhos de Deus por natureza. Nem todos os seres humanos são filhos de Deus. Somente aqueles que possuem um relacionamento filial com Deus, por meio de Cristo, são fi­lhos de Deus. Por intermédio dessa adoção, Deus coloca o pecador no estado de filho e passa a tratá-lo como filho. Em virtude de sua adoção, os crentes são inseridos na família de Deus, ficam sob a lei da obediência filial e passam a ter direito a todos os privilégios da filiação. A adoção como filhos e a filiação moral dos crentes andam de mãos dadas. Por um lado, eles são adotados por Deus como filhos. Por outro, eles passam a se comportar como filhos de Deus. Paulo nos mostra esses dois elementos da adoção funcionando lado a lado: “…Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei, para resgatar os que estavam sob a lei, a fim de que recebêssemos a adoção de filhos. E, porque vós sois filhos, enviou Deus ao nosso coração o Espírito de seu Filho, que clama: Aba, Pai” (Gl 4.4-6). O Espírito de Cristo nos regenera e nos san­tifica e nos estimula a nos dirigirmos a Deus cheios de confiança, vendo-o como nosso Pai. Somos adotados por Deus e tratados como seus filhos. Por isso, devemos assumir nossa relação filial com Deus e nos comportarmos como seus filhos.
2. O direito à vida eterna. Este direito está incluído em nossa adoção como filhos. Quando os pecadores são adotados por Deus, eles passam a ter todos os direitos de filhos e, por isso, tornam-se herdeiros de Deus e co-herdeiros com Cristo (Rm 8.17). Isso significa, antes de tudo, que eles se tornam herdeiros de todas as bênçãos da salvação nesta vida, sendo que a mais fundamental dessas bênçãos é o dom do Espírito Santo. No entanto, a herança que recebemos de Deus não se limita a bênçãos espirituais nesta vida, mas também inclui as bênçãos eternas do porvir. De acordo com Romanos 8.23, a redenção do corpo, que, ali, é chamada de “adoção de filhos”, também pertence à herança futura, a qual aguardamos. Em Romanos 8.29-30, a glorificação futura está claramente ligada à justificação. Sendo justificados pela fé em Cristo, os crentes se tornam filhos de Deus e herdeiros da vida eterna.

III. A justificação pela fé
A Escritura nos ensina que somos justi­ficados pela fé (Rm 3.28,30) ou mediante a fé (Rm 5.1; Gl 2.16; Fp 3.9), mostrando, assim, que existe uma estreita relação entre a justificação e a fé. Muitas vezes se diz que os ensinamentos de Tiago conflitam com os de Paulo neste ponto. As pessoas que argu­mentam dessa forma usam o texto de Tiago 2.14-16 para afirmar que Tiago ensina a justificação pelas obras. Na verdade, não há conflito entre Tiago e Paulo. A diferença entre os escritos de um e de outro se deve, pelo me­nos em grande parte, à natureza das pessoas para as quais suas cartas foram escritas. Paulo escreveu para combater o erro dos legalistas que procuravam basear sua justificação nas obras da lei. Para estas pessoas, Paulo teve de ser enfático ao dizer que a justificação é pela
fé, não por obras. Tiago, por outro lado, teve o objetivo de corrigir os erros dos chamados antinomianos (anti = contrário; nomos = lei), que alegavam ter fé, mas cuja fé era uma simples aceitação intelectual da verdade, sem nenhum compromisso com a prática de boas obras ensinada abundantemente na Escritura. A essas pessoas, Tiago teve de lembrar que a fé sem obras é morta e, portanto, de modo nenhum está ligada à justificação. A fé que justifica é a fé viva, genuína, frutífera, que se manifesta em obras. Mesmo quando diz que Abraão foi justificado pelas obras ao oferecer Isaque sobre o altar (Tg 2.21), Tiago se apres­sa em dizer que as obras agiram justamente com a fé, sendo uma manifestação externa da fé, pois Abraão creu em Deus e isso lhe foi imputado para justiça (Tg 2.22-23).
Os teólogos protestantes costumam dizer que a fé é o órgão de apropriação da justifi­cação. Com isso, querem dizer que, pela fé, o pecador se apropria da justiça de Cristo e estabelece uma união consciente com Cristo. Pela fé o pecador se apropria da justiça do Me­diador, já imputada a ele no momento de sua salvação e, com base nesse ato de apropriação, ele é formalmente justificado diante de Deus. Somos justificados pela fé ou mediante a fé porque, pela fé, nos apropriamos de Cristo e de sua salvação. A fé, além de nos permitir tomar posse da justificação, também nos leva a expressar, em nosso viver diário, os frutos dessa justificação em nossa vida.
A justificação pela fé é a doutrina que marca o rompimento dos reformadores com a Igreja de Roma. A justificação, de acordo com o ensino de Roma, era pelas obras. Esse ensino escravizava a mente e o coração das pessoas, que nunca podiam descansar em Deus, tendo a necessidade de praticar constantemente as obras recomendadas pela igreja. Como essas obras eram sempre imperfeitas e os pecados das pessoas estavam sempre em sua mente, o papado instituiu a venda de indulgências, como uma forma de garantir perdão pelos pecados (havia diferença de preço entre as indulgências que perdoavam apenas os pecados já cometi­dos e as indulgências plenárias, que garantiam perdão para pecados passados e futuros). Além disso, a compra das indulgências também era considerada uma boa obra. Lutero, e mais tarde todos os reformadores, convencidos pela Escri­tura, começaram a pregar que a justificação é pela fé, não pelas obras. O pecador é justificado gratuitamente pela graça de Deus (Rm 3.4) e não há nenhuma possibilidade de justificação pelas obras da lei (Rm 3.28; Gl 2.16; 3.11). A base da justificação só pode ser encontrada na justiça perfeita de Cristo, imputada ao pecador na justificação e apropriada pela fé (Rm 3.24; 5.9,19; 8.1; 10.4; 1Co 1.30; 6.11; 2Co 5.21; Fp 3.9).

Conclusão
No século 16, o resgate da doutrina da justificação pela fé trouxe nova vida para a igreja de Cristo. A redescoberta desta doutri­na provocou a rejeição da justificação pelas obras, o repúdio à venda de indulgências e uma genuína comunhão do cristão com seu Senhor. Por isso, no Dia da Reforma, temos muito o que comemorar. A justificação pela fé continua trazendo novidade de vida hoje. Sempre que um pecador descobre em Cristo o perdão para os seus pecados, é adotado como filho de Deus e se torna herdeiro do reino de Deus.

Aplicação
Quais aplicações práticas você consegue enxergar para o fato de a justificação ser pela fé e não pelas obras? Isso significa que não há lugar para as boas obras na vida cristã? Se houver, que lugar é esse?

















Um comentário:

  1. POR QUE palavras como "bíblicas" e "família" estão ERRADAS? Jeremias 48.10 (ARA) diz: "MALDITO quem faz a obra do Senhor RELAXADAMENTE". Podem ter certeza de que CENTENAS de pessoas NUNCA MAIS VOLTAM ao site depois de ver que vocês NÃO DEMONSTRAM EXCELÊNCIA, que é requerida em MUITOS TEXTOS BÍBLICOS, enquando a negligência (relaxamento) é AMALDIÇOADA. Pelo amor de Deus CONTRATEM ALGUÉM que saiba ler e escrever DIREITO (com excelência) para revisarem o que vocês querem publicar - ANTES de publicarem!

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