Lições
Bíblicas CPAD – Adultos
1º Trimestre de 2016
Título: O final de todas as coisas — Esperança e glória para os salvos
Comentarista: Elinaldo Renovato
Lição 6: O Tribunal de Cristo e os galardões
TEXTO ÁUREO
“Porque todos devemos comparecer ante o tribunal
de Cristo, para que cada um receba segundo o que tiver feito por meio do corpo,
ou bem ou mal” (2Co 5.10).
10 Porque todos devemos comparecer ante
o tribunal de Cristo, para que cada um receba segundo o que tiver feito por
meio do corpo, ou bem, ou mal.
10 Porque é necessário que todos nós sejamos manifestos diante
do tribunal de Cristo, para que cada um receba o que fez por meio do corpo,
segundo o que praticou, o bem ou o mal.
10 Pois todos nós devemos comparecer perante o tribunal de Cristo,
para que cada um receba de acordo com as obras praticadas por meio do corpo,
quer sejam boas quer sejam más.
10 Pois todos devemos comparecer diante do tribunal de Cristo; e
aí cada um receberá segundo o que tiver feito de bem ou mal enquanto viveu neste
corpo humano.
10 Pois é necessário que todos sejamos descobertos perante o
tribunal de Cristo, para que cada um receba o que fez por meio do corpo,
conforme o que praticou, o bem ou o mal.
10 Porque teremos de comparecer diante do tribunal de Cristo.
Ali cada um receberá o que mereceu, conforme o bem ou o mal que tiver feito
enquanto estava no corpo.
10 Porque es menester que todos nosotros parezcamos ante el
tribunal de Cristo, para que cada uno reciba según lo que hubiere hecho por
medio del cuerpo, ora sea bueno ó malo.
10 Porque todos devemos comparecer
ante o tribunal de Cristo, para que cada um receba o que ele pode ter feito em
seu corpo, seja bom ou ruim.
VERDADE PRÁTICA
Todos os crentes deverão comparecer diante do
Tribunal de Cristo para que cada um receba a sua recompensa.
O tribunal de Cristo será um trono de
concessão de prêmios aos vencedores deste mundo tenebroso.
LEITURA DIÁRIA
Is
40.10 – O galardão está com
Jesus
Mt 5.16 – A nossa luz deve resplandecer diante dos homens
Assim brilhe a luz de vocês diante dos homens, para que vejam as suas
boas obras e glorifiquem ao Pai de vocês, que está nos céus.
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Mt
10.41,42 – O
justo receberá o seu galardão
Mt 12.37 – Seremos justificados ou condenados mediante as
nossas palavras
Pois por suas palavras vocês serão absolvidos, e por suas palavras
serão condenados".
|
Mt
25.10 – As bodas do
Cordeiro
Rm 8.1 – Não há condenação para aqueles que estão em Jesus
Cristo
1Co 3.10-15 – As obras de cada crente serão manifestas
1Co
9.24-27 – A carreira cristã e
a recompensa final
Ef 2.10 – O crente foi gerado em Jesus Cristo para realizar
as boas obras
Porque somos criação de Deus realizada em Cristo Jesus para fazermos
boas obras, as quais Deus preparou antes para nós as praticarmos.
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Ef 2.20,21 – O fundamento de nossa recompensa é
Cristo
2Tm 4.8 - O justo Juiz dará a coroa da justiça a todos que
amarem a sua vinda
Agora me está reservada a coroa da justiça, que o Senhor, justo Juiz,
me dará naquele dia; e não somente a mim, mas também a todos os que amam a
sua vinda.
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2 Jo vv.8,9 – O fundamento de nossa recompensa é
Cristo
Ap
19.9 – As bodas do Cordeiro
Ap 22.12 – Em breve Jesus virá e dará galardão a todos aqueles
que foram fiéis – O galardão está com Jesus
"Eis que venho em breve! A minha recompensa está comigo, e eu
retribuirei a cada um de acordo com o que fez.
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LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
1 Coríntios 3.11-15.
11 — Porque ninguém pode pôr outro fundamento,
além do que já está posto, o qual é Jesus Cristo.
12 — E, se alguém sobre este fundamento formar
um edifício de ouro, prata, pedras preciosas, madeira, feno, palha,
13 — a obra de cada um se manifestará; na
verdade, o Dia a declarará, porque pelo fogo será descoberta; e o fogo provará
qual seja a obra de cada um.
14 — Se a obra que alguém edificou nessa parte
permanecer, esse receberá galardão.
15 — Se a obra de alguém se queimar, sofrerá
detrimento; mas o tal será salvo, todavia como pelo fogo.
11
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Porque ninguém pode colocar outro alicerce além do que já está posto,
que é Jesus Cristo.
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12
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Se alguém constrói sobre esse alicerce usando ouro, prata, pedras
preciosas, madeira, feno ou palha,
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13
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sua obra será mostrada, porque o Dia a trará à luz; pois será revelada
pelo fogo, que provará a qualidade da obra de cada um.
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14
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Se o que alguém construiu permanecer, esse receberá recompensa.
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15
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Se o que alguém construiu se queimar, esse sofrerá prejuízo; contudo,
será salvo como alguém que escapa através do fogo.
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2
Coríntios 5.1-10; Apocalipse 19.9; Mateus 25.10.
2 Coríntios 5
1 — Porque
sabemos que, se a nossa casa terrestre deste tabernáculo se desfizer, temos de
Deus um edifício, uma casa não feita por mãos, eterna, nos céus.
2 — E,
por isso, também gememos, desejando ser revestidos da nossa habitação, que é do
céu;
3 — se,
todavia, estando vestidos, não formos achados nus.
4 — Porque
também nós, os que estamos neste tabernáculo, gememos carregados, não porque
queremos ser despidos, mas revestidos, para que o mortal seja absorvido pela
vida.
5 — Ora,
quem para isso mesmo nos preparou foi Deus, o qual nos deu também o penhor do
Espírito.
6 — Pelo
que estamos sempre de bom ânimo, sabendo que, enquanto estamos no corpo,
vivemos ausentes do Senhor
7 — (Porque
andamos por fé e não por vista.).
8 — Mas
temos confiança e desejamos, antes, deixar este corpo, para habitar com o
Senhor.
9 — Pelo
que muito desejamos também ser-lhe agradáveis, quer presentes, quer ausentes.
10 — Porque todos devemos comparecer ante o
tribunal de Cristo, para que cada um receba segundo o que tiver feito por meio
do corpo, ou bem ou mal.
Apocalipse 19
9 — E
disse-me: Escreve: Bem-aventurados aqueles que são chamados à ceia das bodas do
Cordeiro. E disse-me: Estas são as verdadeiras palavras de Deus.
Mateus 25
10 — E, tendo elas ido comprá-lo, chegou o
esposo, e as que estavam preparadas entraram com ele para as bodas, e fechou-se
a porta.
HINOS SUGERIDOS
157, 286 e 547 da Harpa Cristã.
OBJETIVO GERAL
Mostrar que todos os crentes vão
comparecer diante do Tribunal de Cristo para serem recompensados por suas
obras.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Abaixo, os objetivos específicos
referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o
objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.
· I.
Saber que todos os salvos vão estar
perante o Tribunal de Cristo para serem galardoados;
· II. Explicar como
Cristo vai julgar as nossas obras;
· III. Compreender que
chegará o dia em que teremos de prestar contas a Jesus das nossas ações.
Após esta aula, o aluno deverá estar
apto a:
· Definir o sentido da palavra tribunal na Bíblia.
· Descrever o tribunal de Cristo.
· Enumerar os tipos de recompensas dos justos.
PONTO DE CONTATO
Cabe ao professor despertar o interesse do aluno
para a lição, levando-o ao aprendizado. Não é bom transmitir a lição para uma
classe desinteressada e alheia ao estudo. Diante de um assunto tão importante
como a escatologia, o professor poderá produzir grande transformação na vida de
seus alunos se orar, jejuar, estudar a Bíblia e a lição, preparando-se com
técnicas e recursos didáticos, para tornar a aula animada, participativa e com
a atenção de todos.
SÍNTESE TEXTUAL
Para dirimir as dúvidas existentes com relação ao
tribunal de Cristo, analisaremos a palavra tribunal no texto original,
objetivando mostrar a diferença entre um tribunal de julgamento e um de
avaliação das obras. Como, quando, onde e quem comporá o tribunal de Cristo,
são outros tópicos estudados nesta lição.
INTERAGINDO COM O PROFESSOR
Servir a Deus é um grande privilégio
e muitos têm dedicado toda a sua vida ao serviço do Mestre. Na seara do Senhor,
enfrentamos lutas, decepções, frustrações, toda a sorte de intempéries, mas vai
valer à pena. No grande Dia do Senhor, seremos recompensados com os lauréis e
os galardões. A Palavra de Deus nos mostra que as obras de muitos crentes
perecerão quando forem provadas pelo fogo do Senhor. Deus conhece a intenção
dos corações. Podemos enganar aos homens, mas não ao Eterno. Muitos fazem a
obra de Deus buscando a glória para si, logo, já tiveram a sua recompensa.
Que possamos realizar a obra de Deus
com alegria, amor, fazendo tudo de coração, para a glória do Pai e não para ser
visto pelos homens.
ORIENTAÇÃO DIDÁTICA
Trabalhe a lição conduzindo o aluno à
auto-análise, levando em consideração 2Co 5.10. Para isto, pergunte à classe
quais obras, no campo material, moral e espiritual, realizadas com o nosso
corpo serão avaliadas por Jesus. Evite generalizações. Peça que sejam
específicos e práticos. Exemplo no campo material: atender às pessoas carentes
de alimentos. Após citarem algumas obras, questione como serão avaliadas. Como
estas poderiam ser aceitas por Deus, e por que seriam rejeitadas? Usando o
exemplo do campo material, pergunte: Serão aceitas por Deus se realizadas por
compaixão? Serão rejeitadas, se feitas com objetivo escuso e egoísta? Mostre a
importância da sinceridade na realização das obras. Use como base o versículo
supracitado e o item da lição: “O juízo que determinará a qualidade das obras
feitas”.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
Na lição de hoje estudaremos acerca
do Tribunal de Cristo e dos galardões. Todos os crentes terão que comparecer a
este tribunal, porém não se trata do Juízo final, que será instaurado para o
julgamento dos ímpios (Ap 20.11-15), mas será um tribunal para julgar as obras
e os atos dos crentes, recompensando-os, ou não, pelo que fizeram em sua vida.
Neste Tribunal, todos os fiéis em Cristo serão galardoados com justiça.
E vi um grande
trono branco, e o que estava assentado sobre ele, de cuja presença fugiu a
terra e o céu; e não se achou lugar para eles.
E vi os mortos,
grandes e pequenos, que estavam diante de Deus, e abriram-se os livros; e
abriu-se outro livro, que é o da vida. E os mortos foram julgados pelas coisas
que estavam escritas nos livros, segundo as suas obras.
E deu o mar os
mortos que nele havia; e a morte e o inferno deram os mortos que neles havia; e
foram julgados cada um segundo as suas obras.
E a morte e o
inferno foram lançados no lago de fogo. Esta é a segunda morte.
E aquele que não
foi achado escrito no livro da vida foi lançado no lago de fogo. Apocalipse 20:11-15
PONTO CENTRAL
Nossas obras serão provadas pelo Senhor e se
passarem pelo seu crivo, seremos recompensados.
introdução
Na seqüência dos eventos
escatológicos, dois deles subseqüentes ao arrebatamento da Igreja acontecerão
no céu: o tribunal de Cristo e as bodas do Cordeiro. Os eventos na Terra depois
do arrebatamento da Igreja acontecem durante a Grande Tribulação. Nesta lição,
trataremos especialmente sobre o tribunal de Cristo, período de julgamento das
obras dos santos arrebatados para a presença de Cristo.
I.
O TRIBUNAL DE CRISTO E OS CRENTES
1. O julgamento. Todos os crentes, já transformados e com um
corpo incorruptível, vão comparecer perante o Tribunal de Cristo
(cf. 2Co 5.10 Porque todos
devemos comparecer ante o tribunal de Cristo, para que cada um receba segundo o
que tiver feito por meio do corpo, ou bem, ou mal.;
1Co 1.8 O qual vos
confirmará também até ao fim, para serdes irrepreensíveis no dia de nosso
Senhor Jesus Cristo.).
Não se trata de julgamento de
pecados, pois os que serão julgados já são salvos. Os ímpios é que passarão
pelo julgamento de suas obras e pecados, no juízo do Trono Branco, após o
Milênio (cf. Ap 20.11-15). Os salvos em Cristo Jesus, desde que permaneçam
fiéis, em santidade, não mais passarão por qualquer tipo de condenação: “Portanto, agora, nenhuma condenação há
para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo o
espírito” (Rm 8.1).
Estar “em Cristo Jesus” é a condição
indispensável para ter sido salvo e permanecer salvo. Neste tribunal serão
julgadas as obras dos salvos que foram praticadas na Terra, a fim de que
recebam, ou não, o galardão
(Ap 22.12 E, eis que cedo
venho, e o meu galardão está comigo, para dar a cada um segundo a sua obra.).
2. Quando se dará? Segundo Eurico Bergstén, acontecerá no dia em
que Jesus voltar. O Salvador voltará e trará o seu galardão consigo (Ap 22.12 E, eis que cedo
venho, e o meu galardão está comigo, para dar a cada um segundo a sua obra.).
Naquele grande dia, todos os crentes que permaneceram fiéis ao Senhor, servindo
a Ele com integridade, receberão a sua recompensa. Paulo foi um servo que
sofreu muitas tribulações (naufrágio, cadeias, fome, nudez) em favor do Reino
de Deus, porém ele esperava o dia em que receberia a sua coroa (recompensa). Ele
afirmou que “naquele dia” receberia “a coroa da justiça” que lhe havia sido
reservada
(cf. 2Tm 4.8 Desde agora, a
coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, justo juiz, me dará naquele
dia; e não somente a mim, mas também a todos os que amarem a sua vinda.).
Não desanime diante das dificuldades
enfrentadas neste mundo, pois em breve Jesus virá e recompensará todo o seu
trabalho. Esta é a melhor recompensa que um servo ou uma serva de Deus pode
receber.
3. Quem será o juiz? Não temos dúvida e podemos afirmar, segundo a
Palavra de Deus, que o juiz será nosso Senhor Jesus Cristo
(2Tm 4.8 Desde agora, a
coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, justo juiz, me dará naquele
dia; e não somente a mim, mas também a todos os que amarem a sua vinda.).
O Pai entregou a Jesus todo o juízo
(cf. Jo 5.22 E também o Pai a
ninguém julga, mas deu ao Filho todo o juízo;).
Somente Deus e o seu Filho, no
Universo, têm o direito legítimo de julgar os homens. Queira ou não, ninguém
escapará da justiça do Todo-Poderoso
(Is 43.13 Ainda antes que
houvesse dia, eu sou; e ninguém há que possa fazer escapar das minhas mãos;
agindo eu, quem o impedirá?).
SÍNTESE DO TÓPICO (I)
Todos os crentes passarão pelo tribunal
de Cristo.
O QUE É O TRIBUNAL DE CRISTO
O apóstolo Paulo descreve em 1Co
3.9-15, o cristão como um construtor que usa vários tipos de materiais numa
construção. Assim, no sentido espiritual, o valor do seu trabalho vai depender
dos materiais que usará para construir sua obra. Paulo adverte: “cada um veja
como edifica” (1Co 3.10). A construção do cristão precisa ser feita sobre um
fundamento eficaz e correto, e com materiais de qualidade que dêem sustentação
à sua vida espiritual.
Duas palavras distintas na língua
original do Novo Testamento esclarecem bem o sentido da palavra tribunal:
criterion, conforme está em Tg 2.6 e 1Co 6.2,4;
e bimá, encontrada em 2Co 5.10, (também em
Ne 8.4).
O termo criterion significa “instrumento ou meio
para provar ou julgar qualquer coisa”. Ou seja: “a regra pela qual alguém
julga”, ou “o lugar onde se faz um juízo”, o tribunal de um juiz ou de juízes.
O termo bimá comumente significa uma
“plataforma ou um banco de assento onde o juiz julga”. Havia naqueles tempos
tribunais militares e, também, o tribunal (bimá ou assento) da recompensa, especialmente
utilizado nos jogos gregos de Atenas.
Os atletas vencedores eram julgados
perante o juiz da arena e galardoados por suas vitórias.
ASPECTOS GERAIS DO TRIBUNAL DE CRISTO
1. O tempo. É lógico que o tribunal não pode acontecer
logo após a morte de qualquer cristão. Ele se dará por ocasião de um tempo
especial e determinado depois do arrebatamento da Igreja.
2. O lugar. Não há texto específico que declare o local,
mas o contexto bíblico indica que, uma vez a Igreja arrebatada até as nuvens,
nos céus, a instalação do tribunal de Cristo, inevitavelmente, terá de ser no
céu, nas regiões celestiais.
3. Os julgados. Quem será julgado no tribunal? Quais são os
sujeitos desse tribunal? Indubitavelmente, as pessoas julgadas nesse tribunal
são os santos remidos por Cristo. O texto de 2Co 5.1-10 fala daqueles que lutam
nesta vida para alcançarem o privilégio de serem revestidos de uma habitação
espiritual no céu. Não haverá discriminação nesse lugar. Só entrarão os salvos,
os remidos. Não haverá lugar nesse tribunal para julgamento condenatório.
4. O juiz. O apóstolo Paulo declara que o exame das
obras dos crentes será realizado perante o Filho de Deus (2Co 5.10). O próprio
Jesus falou que todo o juízo é colocado nas mãos do Filho de Deus. Faz parte da
exaltação de Cristo depois de Sua conquista no Calvário receber do Pai toda a
autoridade e poder para julgar.
SUBSÍDIO ESCATOLÓGICO
“As Escrituras ensinam que todos os
membros da raça humana são responsáveis perante Deus (Jr 17.10; 32.19). Deus
julgará tanto crentes quanto ímpios. O julgamento dos ímpios será diante do
Grande Trono Branco — um evento descrito em Apocalipse 20.15, o qual ocorre
após o reino milenial de Cristo. Este é o último julgamento antes da eternidade
futura. Em 2 Coríntios 5.10, Paulo fala sobre o julgamento de todos os crentes:
‘Porque todos devemos comparecer ante o tribunal de Cristo, para que cada um
receba segundo tiver feito por meio do corpo, ou bem ou mal’.
O fato de todos serem julgados demonstrará
a justiça de Deus perante todas as criaturas. A salvação de alguns será a maior
demonstração da graça de Deus que o mundo já viu. O julgamento dos ímpios
ratificará seu desprezo pela salvação oferecida por Deus em seu Filho,
resultando em condenação eterna” (LAHAYE, Tim. Enciclopédia Popular de
Profecia Bíblica. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2008, p.462).
II.
AS OBRAS DO CRENTE E O JULGAMENTO DE CRISTO
1. A precisão do julgamento. O julgamento será preciso, pois passará pelo
crivo do Senhor Jesus Cristo. Muitos fazem a obra de Deus e praticam boas ações
apenas para serem vistos pelos homens. Estes buscam satisfazer seus interesses
pessoais, buscam seus próprios galardões. Mas a Palavra de Deus diz que todas
as obras serão provadas pelo fogo. O fogo divino vai purificar e revelar qual é
a verdadeira intenção do coração.
2. Ouro, prata e pedras preciosas. Na Bíblia, o ouro simboliza aquilo que
procede de Deus, as coisas divinas
(Jó 22.23-25;
Ap 3.18).
Podemos comparar o ouro às obras que
os crentes fizeram para a glória de Deus
(1Co 10.31).
Obras praticadas por crentes que têm
um espírito quebrantado e contrito. Estas foram “feitas em Deus”
(Jo 3.21),
ou seja, em parceria, comunhão com o
Senhor. Quando usamos bem os talentos dados por Deus, realizamos obras “de
ouro”
(Mt 25.14,20).
São obras que glorificam não o nosso
nome ou ministério, mas a Deus
(Mt 5.16).
Na tipologia bíblica, a prata é
símbolo de redenção. No Antigo Testamento, a redenção dos filhos de Israel era
paga em prata
(Êx 30.11-16;
Lv 5.15).
No Novo Testamento, simboliza a
redenção feita por Cristo
(1Pe 1.18;
1Co 6.20).
As pedras preciosas são símbolos do
Espírito Santo, ou da glória de Cristo no crente
(Jo 17.22).
Os crentes que possuem os dons
espirituais têm o adorno do Espírito Santo. São obras feitas pelo poder do
Espírito Santo
(Fp 3.3;
Tt 3.5).
3. As obras que perecerão. “Se a obra de alguém se queimar, sofrerá
detrimento; mas o tal será salvo, todavia como pelo fogo”
(1Co 3.15).
Esse texto mostra que haverá crentes
cujas obras não subsistirão quando passarem pelo crivo do fogo divino. Observe:
a) Madeira. Na Bíblia, madeira é símbolo das coisas
humanas. É uma figura da árvore, que cresce por si mesma. Há crentes que fazem
muitas coisas, mas buscando a glória humana. No fogo do julgamento, elas vão
desaparecer. Há quem trabalhe muito na igreja, mas não o faz para a glória de
Deus
(1Co 10.31).
Madeira não resiste ao fogo.
b) Feno. Feno é capim, erva seca. São obras aparentes,
mas sem consistência, sem vida, tais como erva seca
(Is 15.6).
O capim é perecível
(Is 51.12)
e representa as obras dos crentes que
trabalham somente buscando a glória e a fama para si. Infelizmente, nos dias
atuais, há muitos pregadores e cantores que só realizam a obra de Deus pelo
dinheiro ou se o evento tiver destaque na mídia. Estes “já receberam o seu
galardão”, aqui mesmo
(cf. Mt 6.2,5,16).
c) Palha. A madeira tem certa consistência, mas a palha
é muito fraca. Não resiste a força do fogo. O vento a leva com facilidade
(Sl 1.4;
Jó 21.18;
Os 13.3).
É instável. Não pode se misturar com
o trigo
(Jr 23.28);
palha representa obras sem firmeza,
ou seja, feita por crentes que são inconstantes. Muitos vivem mudando de
igreja, de costume, de crenças, etc. São levados, como a palha, por “todo vento
de doutrina”
(Ef 4.14).
SÍNTESE DO TÓPICO (II)
As obras dos crentes serão julgadas pelo
Justo Juiz.
SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO
“O propósito do julgamento dos
crentes diante do Tribunal de Cristo é determinar se as obras de cada um foram
dignas ou não. O julgamento é apenas para os crentes, de modo que, ainda sofram
danos, estes serão salvos. Além disso, aqueles que ali forem julgados terão
firmado suas vidas na Rocha, que é o próprio Jesus Cristo (1Co 3.11,12). O Senhor
avaliará as obras dos crentes ao longo de toda a vida. Uma vez que fomos
separados para as boas obras que Deus preparou para os crentes (Ef 2.10),
deveríamos esperar que Ele examinasse a fidelidade de nossas ações” (LAHAYE,
Tim. Enciclopédia Popular de Profecia Bíblica.1ª Edição. RJ: CPAD,
2008, pp.463,464).
III. A PRESTAÇÃO DE CONTAS DO CRENTE E
OS GALARDÕES
Galardões são prêmios. Lauréis a que
o crente fez jus, pois desempenhou bem a função para qual foi vocacionado no
Reino de Deus.
1. Os pastores darão conta dos seus
rebanhos. Ser pastor é um grande
privilégio, mas também uma responsabilidade muito grande. Sabemos que a
salvação é individual, mas aqueles que servem ao Senhor como pastores, um dia,
terão que prestar contas ao Sumo Pastor. O profeta Ezequiel, criticou os
líderes (pastores) de Israel por cuidarem de si mesmos, ao invés de cuidarem
das ovelhas do Senhor. Leia
Ezequiel 34. E veio a mim a palavra do SENHOR,
dizendo:
Filho do homem,
profetiza contra os pastores de Israel; profetiza, e dize aos pastores: Assim
diz o Senhor DEUS: Ai dos pastores de Israel que se apascentam a si mesmos! Não
devem os pastores apascentar as ovelhas?
Comeis a gordura, e vos vestis da lã; matais o cevado; mas não apascentais as ovelhas.
Comeis a gordura, e vos vestis da lã; matais o cevado; mas não apascentais as ovelhas.
As fracas não
fortalecestes, e a doente não curastes, e a quebrada não ligastes, e a
desgarrada não tornastes a trazer, e a perdida não buscastes; mas dominais
sobre elas com rigor e dureza.
Assim se espalharam, por não haver pastor, e tornaram-se pasto para todas as feras do campo, porquanto se espalharam.
Assim se espalharam, por não haver pastor, e tornaram-se pasto para todas as feras do campo, porquanto se espalharam.
As minhas
ovelhas andaram desgarradas por todos os montes, e por todo o alto outeiro;
sim, as minhas ovelhas andaram espalhadas por toda a face da terra, sem haver
quem perguntasse por elas, nem quem as buscasse.
Portanto, ó
pastores, ouvi a palavra do Senhor:
Vivo eu, diz o
Senhor DEUS, que, porquanto as minhas ovelhas foram entregues à rapina, e as
minhas ovelhas vieram a servir de pasto a todas as feras do campo, por falta de
pastor, e os meus pastores não procuraram as minhas ovelhas; e os pastores
apascentaram a si mesmos, e não apascentaram as minhas ovelhas;
Portanto, ó
pastores, ouvi a palavra do Senhor:
Assim diz o
Senhor DEUS: Eis que eu estou contra os pastores; das suas mãos demandarei as
minhas ovelhas, e eles deixarão de apascentar as ovelhas; os pastores não se
apascentarão mais a si mesmos; e livrarei as minhas ovelhas da sua boca, e não
lhes servirão mais de pasto.
Porque assim diz
o Senhor DEUS: Eis que eu, eu mesmo, procurarei pelas minhas ovelhas, e as
buscarei.
Como o pastor
busca o seu rebanho, no dia em que está no meio das suas ovelhas dispersas,
assim buscarei as minhas ovelhas; e livrá-las-ei de todos os lugares por onde
andam espalhadas, no dia nublado e de escuridão.
E tirá-las-ei
dos povos, e as congregarei dos países, e as trarei à sua própria terra, e as
apascentarei nos montes de Israel, junto aos rios, e em todas as habitações da
terra.
Em bons pastos
as apascentarei, e nos altos montes de Israel será o seu aprisco; ali se
deitarão num bom redil, e pastarão em pastos gordos nos montes de Israel.
Eu mesmo
apascentarei as minhas ovelhas, e eu as farei repousar, diz o Senhor DEUS.
A perdida
buscarei, e a desgarrada tornarei a trazer, e a quebrada ligarei, e a enferma
fortalecerei; mas a gorda e a forte destruirei; apascentá-las-ei com juízo.
E quanto a vós,
ó ovelhas minhas, assim diz o Senhor DEUS: Eis que eu julgarei entre ovelhas e
ovelhas, entre carneiros e bodes.
Acaso não vos basta pastar os bons pastos, senão que pisais o resto de vossos pastos aos vossos pés? E não vos basta beber as águas claras, senão que sujais o resto com os vossos pés?
Acaso não vos basta pastar os bons pastos, senão que pisais o resto de vossos pastos aos vossos pés? E não vos basta beber as águas claras, senão que sujais o resto com os vossos pés?
E quanto às
minhas ovelhas elas pastarão o que haveis pisado com os vossos pés, e beberão o
que haveis sujado com os vossos pés.
Por isso o
Senhor DEUS assim lhes diz: Eis que eu, eu mesmo, julgarei entre a ovelha gorda
e a ovelha magra.
Porquanto com o
lado e com o ombro dais empurrões, e com os vossos chifres escorneais todas as
fracas, até que as espalhais para fora.
Portanto livrarei as minhas ovelhas, para que não sirvam mais de rapina, e julgarei entre ovelhas e ovelhas.
Portanto livrarei as minhas ovelhas, para que não sirvam mais de rapina, e julgarei entre ovelhas e ovelhas.
E suscitarei
sobre elas um só pastor, e ele as apascentará; o meu servo Davi é que as
apascentará; ele lhes servirá de pastor.
E eu, o Senhor,
lhes serei por Deus, e o meu servo Davi será príncipe no meio delas; eu, o
Senhor, o disse.
E farei com elas
uma aliança de paz, e acabarei com as feras da terra, e habitarão em segurança
no deserto, e dormirão nos bosques.
E delas e dos lugares ao redor do meu outeiro, farei uma bênção; e farei descer a chuva a seu tempo; chuvas de bênção serão.
E delas e dos lugares ao redor do meu outeiro, farei uma bênção; e farei descer a chuva a seu tempo; chuvas de bênção serão.
E as árvores do
campo darão o seu fruto, e a terra dará a sua novidade, e estarão seguras na
sua terra; e saberão que eu sou o Senhor, quando eu quebrar as ataduras do seu
jugo e as livrar da mão dos que se serviam delas.
E não servirão
mais de rapina aos gentios, as feras da terra nunca mais as devorarão; e
habitarão seguramente, e ninguém haverá que as espante.
E lhes levantarei uma plantação de renome, e nunca mais serão consumidas pela fome na terra, nem mais levarão sobre si o opróbrio dos gentios.
E lhes levantarei uma plantação de renome, e nunca mais serão consumidas pela fome na terra, nem mais levarão sobre si o opróbrio dos gentios.
Saberão, porém,
que eu, o SENHOR seu Deus, estou com elas, e que elas são o meu povo, a casa de
Israel, diz o Senhor DEUS.
Vós, pois, ó ovelhas minhas, ovelhas do meu pasto; homens sois; porém eu sou o vosso Deus, diz o Senhor DEUS. Ezequiel 34:1-31
Vós, pois, ó ovelhas minhas, ovelhas do meu pasto; homens sois; porém eu sou o vosso Deus, diz o Senhor DEUS. Ezequiel 34:1-31
O profeta não se calou diante do erro
dos líderes do seu povo, mas com coragem e ousadia, apontou o pecado e pronunciou
o julgamento divino
(Ez 34.7-10).
O Senhor dará a justa recompensa a
cada pastor pelo seu trabalho. Muitos tem se desgastado fisica e emocionalmente
em favor das ovelhas do Senhor. São incansáveis na pregação, no ensino da
Palavra, visitando e cuidando de cada ovelha com muito carinho e zelo, seguindo
o exemplo do Bom Pastor
(Jo 10.10).
Estes receberão o justo galardão pelo
trabalho realizado. Por isso, se você recebeu de Deus o ministério pastoral,
cuide com zelo de suas ovelhas, exerça seu ministério com dedicação, pois em
breve Jesus voltará e lhe dará os lauréis pelo seu trabalho.
2. Crentes darão conta de seus
talentos. Todo crente recebeu algum tipo
de talento (habilidades, dons) do Senhor. Uns recebem mais e outros menos, pois
estes são distribuídos de acordo com a capacidade de cada um, mas todos recebem
(Mt 5.14-30).
O Senhor espera que venhamos
desenvolver nossos talentos com dedicação e zelo, utilizando-os para a glória
do Pai. Você é responsável, perante o Senhor, por usar bem aquilo que Ele lhe
concedeu. Jesus está voltando, por isso, é tão urgente que venhamos empregar
nosso tempo e nossos talentos diligentemente em sua obra. Não aja jamais como o
servo negligente, que com medo do seu senhor, enterrou seu talento. Utilize
suas habilidades em favor do Reino de Deus, pois o Pai vai lhe recompensar por
isso.
SÍNTESE DO TÓPICO (III)
Os crentes prestarão contas de suas
ações e se suas obras passarem pelo crivo do Senhor receberão galardões.
SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO
“A distribuição de recompensas será
feita no julgamento. Tais recompensas nunca serão concedidas para satisfazer o
ego do crente, mas trazer louvor e glórias a Cristo, aquEle que capacita o fiel
a servir (Fp 1.11). Aos que servem com fidelidade são prometidas as recompensas.
As boas obras, os frutos de justiça, glorificam aquEle que graciosamente
imputou sua justiça aos crentes (Jo 3.21)” (LAHAYE, Tim. Enciclopédia
Popular de Profecia Bíblica. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2008, pp.463,64).
COMO PROCEDERÁ O TRIBUNAL DE CRISTO
1. A forma do exame. E claro que não se trata de examinar quem
será salvo ou não. A salvação do crente implica no ato especial da misericórdia
divina mediante a aceitação da obra expiatória de Cristo e a sua manutenção
enquanto ele estiver neste mundo. Todo crente está livre do Juízo se permanecer
fiel até o fim (Rm 8.1; Jo 5.24; 1 Jo 4.17). Então, o julgamento não tratará da
questão do pecado, de condenação, uma vez que o pecado já foi abolido na vida
do crente e, por isso, ele estará no céu.
2. Os materiais da obra de cada
crente (1Co 3.12). O apóstolo Paulo mencionou seis
diferentes materiais que, figurativamente, representam os elementos que
empregamos na construção de nossa vida cristã. Os materiais são indicados como
ouro, prata, pedras preciosas, madeira, feno e palha. Os três primeiros são
resistentes ao fogo do julgamento de Cristo. Os três últimos são frágeis e não
resistem ao juízo de fogo.
3. A obra de cada um será provada
(1Co 3.13-15). O tribunal de Cristo avaliará
os materiais que temos utilizado na construção do edifício da nossa vida
cristã. As obras feitas com madeira, feno e palha serão manifestas naquele dia,
e o galardão será consoante à avaliação divina. Os materiais de madeira, feno e
palha são inflamáveis e perecíveis, por isso, tudo o que for construído com
eles não subsistirá.
4. O juízo que determinará a
qualidade das obras feitas (2Co 5.10). As
obras praticadas pelo crente serão submetidas ao julgamento naquele dia para se
determinar se são boas ou más. A palavra “mal” na língua grega aparece comokakos ou poneros, e ambas significam aquilo que é
eticamente mal. Porém, a palavra poneros, além de denotar maldade, tem o sentido de se
estar praticando alguma coisa de total inutilidade. Portanto, o que Paulo
entendia como obras más era a prática de coisas sem utilidade alguma, feitas
com materiais espiritualmente imprestáveis.
EXAME FINAL NO TRIBUNAL DE CRISTO
No texto de 1Co 3.14,15 está
declarado que haverá dois resultados finais do exame (a prova do fogo) das
obras manifestas: o recebimento e a perda da recompensa.
1. Perda da recompensa. Esse fogo nada tem a ver com o fogo do Geena. O fogo do tribunal de Cristo é
figura da luz que revela as impurezas, ou seja, a purificação. Portanto, as
obras feitas por impulso carnal e para a ostentação da carne não suportarão o
calor do fogo de Deus, por mais bonitas que sejam, serão desaprovadas.
2. Obtenção da recompensa. As obras praticadas com materiais
indestrutíveis na prova do fogo serão dignas da recompensa final. O Novo
Testamento apresenta várias recompensas, mas destaca algumas relativas às
atividades especiais. O próprio Senhor Jesus, Juiz desse tribunal, é quem fará
a entrega dos prêmios, galardões, recompensas (2Co 9.6). Ele declara a João, na
ilha de Patmos, dizendo: “O meu galardão está comigo para dar a cada um segundo
as suas obras” (Ap 22.12). O apóstolo Paulo declara, também, que todo crente
receberá o seu louvor (elogio) da parte de Deus (1Co 4.5).
3. Tipos de recompensas. O Novo Testamento usa uma linguagem especial
dos tempos do primeiro século da era cristã relativa ao tipo de galardão que os
vencedores das olimpíadas gregas e romanas recebiam como prêmio. Havia coroas
de vários materiais representando o tipo de vitória conquistada por aqueles
vencedores (1Co 9.24,25).
a) A coroa da vitória (1Co 9.25). A vida cristã se constitui numa batalha
espiritual contra três inimigos terríveis: a carne, o mundo e o Diabo. Esta
coroa é denominada, também, como coroa incorruptível, porque se refere à
conquista do domínio do crente sobre o velho homem.
b) A coroa de gozo (1Ts 2.19; Fp
4.1). A palavra gozo significa
prazer, alegria, satisfação. Uma das atividades cristãs que mais satisfazem o
coração do crente é o ganhar almas. Isto é, praticar o evangelismo pessoal e
ganhar pessoas para o reino de Deus. Na busca do gozo nesta vida, nada é
comparável ao de salvar almas para Cristo, livrando-as da perdição eterna. Por
isso, quem ganha almas, sábio é (Pv 11.30; Dn 12.3).
c) A coroa da justiça (2Tm 4.7,8). É o prêmio dos fiéis, dos batalhadores da fé,
dos combatentes do Senhor, os quais vencendo tudo, esperam a Sua vinda.
d) A coroa da vida (Ap 2.10; Tg
1.12). Não se trata da simples vida
que temos aqui. Essa coroa é um prêmio especial porque implica conquista de um
tipo de vida superior à vida terrena, ou à simples vida espiritual, como a tem
os anjos. É a modalidade de vida conquistada mediante a obra expiatória de
Cristo Jesus — a vida eterna. E o galardão da fidelidade do crente.
e) A coroa de glória (1 Pe 5.2-4). Certos eruditos na Bíblia entendem que esta
coroa é o galardão dos ministros fiéis que promoveram o reino de Deus na Terra,
sem esperar recompensa material.
CONCLUSÃO
No Tribunal de Cristo, os crentes
fiéis verão que valeu a pena suportar as aflições do tempo presente: “Porque
para mim tenho por certo que as aflições deste tempo presente não são para
comparar com a glória que em nós há de ser revelada”
(Rm 8.18).
Eles receberão seus galardões. Jesus
é que fará a criteriosa avaliação das obras dos salvos para dar a cada um
conforme o seu trabalho
(Ap 22.12).
CONCLUSÃO
A lição maior que aprendemos acerca
do tribunal de Cristo consiste em atentarmos diligentemente para a nossa
responsabilidade individual como cristãos no que se refere às ações tanto as de
caráter social quanto as espirituais praticadas em benefício do reino de Deus.
PARA REFLETIR
A respeito da Escatologia Bíblica, responda:
Todo o crente vai comparecer ante o
tribunal de Cristo?
Todos os crentes terão que comparecer a
este tribunal, porém não se trata do Juízo final, que será instaurado para o
julgamento dos ímpios (Ap 20.11-15), mas será um tribunal para julgar as obras
e os atos dos crentes, recompensando-os, ou não, pelo que fizeram em sua vida.
Qual a condição para ter sido salvo e
permanecer salvo?
Estar “em Cristo Jesus” é a condição
indispensável para ter sido salvo e permanecer salvo.
Quando se dará o Tribunal de Cristo?
Segundo Eurico Bergstén, acontecerá no
dia em que Jesus voltar.
Como as intenções do coração serão
provadas?
A Palavra de Deus diz que todas as obras
serão provadas pelo fogo. O fogo divino vai purificar e revelar qual a
verdadeira intenção do coração.
Segundo a lição, que tipos de obra
perecerão?
Madeira, feno e palha.
Quais os dois eventos principais no céu
depois do arrebatamento da Igreja?
R. O tribunal de Cristo e as bodas do Cordeiro.
O que vão ser provados no tribunal de
Cristo?
R. Os materiais da obra de cada crente.
Que significa a palavra bimá no Novo
Testamento?
R. Indica o assento de Cristo para dar a recompensa aos vencedores e
trabalhadores na obra de Cristo na Terra.
Em que tempo ocorrerá o Tribunal de
Cristo?
R. Realizar-se-á por ocasião de um tempo especial e determinado, logo
após o arrebatamento da Igreja para o céu.
Quais as cinco recompensas principais
naquele dia?
R. A coroa da vitória, coroa de gozo, coroa da justiça, coroa da vida
e a coroa de glória.
SUBSÍDIOS
ENSINADOR CRISTÃO
O
Tribunal de Cristo e os galardões
“Se
a obra que alguém edificou nessa parte permanecer, esse receberá galardão” (1Co
3.14). A doutrina do Tribunal de Cristo visa ensinar sobre como a Igreja
prestará contas de tudo o quanto fez enquanto esteve presente no mundo. Ali,
todas as obras se revelarão, desde as mais complexas às consideradas mais
simples. Será um momento de julgamento divino acerca das ações e atitudes dos
salvos em Cristo. Entretanto, é importante não confundir o Tribunal de Cristo
com o Trono Branco. Este será destinado aos ímpios que serão julgados no final
do Milênio, e aquele se destina aos crentes vivos e mortos, que foram
ressuscitados pelo Senhor no advento do Arrebatamento da Igreja, a fim de serem
julgados e receberem cada um, conforme a verdade de suas ações, o seu galardão.
O
julgamento do Tribunal de Cristo se mostra tão sério que o texto base da lição
da semana usa a imagem do “fogo” como elemento probatório à “verdade” e “valor”
da obra julgada — é importante ressaltar que no Tribunal de Cristo serão
julgadas as obras dos crentes. Conquanto a salvação de Cristo é pela graça
mediante a fé, o galardão entregue a cada crente será distribuído mediante as
obras. Neste aspecto, as obras do crente são essenciais para justificá-los
diante do Tribunal de Cristo.
O
texto de 1 Coríntios 3 mostra que acerca dos líderes, mas que pode ser aplicado
a toda comunidade de crentes, a maneira pela qual eles continuarão a edificar a
Igreja de Cristo será julgada neste Tribunal. Aqui, se verificará que tipos de
obras tais líderes fizeram: se edificaram o edifício de ouro, se de prata, se
de pedras preciosas, se de madeira, feno ou palha. Então, o detalhe de cada
obra será manifesto naquela oportunidade. Então, o “fogo” provará a
essencialidade de cada obra. Se após a provação do “fogo”, a obra permanecer, o
crente receberá o seu galardão; senão, não o receberá. O texto diz que a obra
padecerá sofrimento, mas isso não interferirá na salvação do crente. Este será
salvo como pelo fogo, ou em linguagem mais contemporânea, “como por um triz” ou
“por um fio” (1Co 3.14).
Professor,
estimule aos alunos a viverem o mandamento de Jesus: “Ame os outros como você
ama a você mesmo” (Mc 12.31). Explique-os que toda a boa obra na vida do crente
deve se fundamentar no princípio mandatório de nosso Senhor: o amor.
AUXÍLIOS SUPLEMENTARES
Subsídio
Teológico
Existem,
pelo menos, seis outros julgamentos escatológicos na Bíblia além do tribunal de
Cristo: o julgamento dos pecados no Calvário (Jo 12.31,32); o julgamento
pessoal do crente quanto à sua participação no corpo de Cristo (1Co 11.31,32);
o julgamento de Israel (Ez 20.33-44); o julgamento das nações no período da
Grande Tribulação (Mt 25.33-46); o julgamento dos anjos caídos (2 Pe 2.4; Jd
vv.6,7); e o julgamento do Grande Trono Branco (Ap 20.11-15). A maioria desses julgamentos
já aconteceu e, alguns outros estão preditos para acontecer no futuro. São
julgamentos que envolvem justiça e juízo.
O
tribunal de Cristo e o tribunal do Grande Trono Branco são os dois principais
tribunais de prestação de contas diante dos quais cada pessoa neste mundo
deverá comparecer.
Sendo
que o tribunal de Cristo será exclusivamente para os salvos. Jesus falou em Mt
12.36 que “toda palavra ociosa (ou frívola) que os homens disserem hão de dar
conta no dia do juízo”. O apóstolo Paulo declarou que todos vão colher o que
semearam (Gl 6.7), e, numa palavra especial aos cristãos, Paulo escreveu que os
que servirem bem ao Senhor receberão a recompensa da sua herança (Cl 3.24,25).
Subsídio
Doutrinário
Quando
a Bíblia diz que “todos devemos comparecer ante o tribunal de Cristo”, está, de
fato, declarando que o ato de comparecer significa ser colocado à luz da
justiça de Cristo. A idéia sugerida é a de phanerosis (no grego), que quer dizer
“manifestação”. O propósito do tribunal é o de manifestar as obras praticadas
pelo cristão e colocá-las à prova do fogo para que se identifique os materiais
mediante os quais praticamos nossas obras. O caráter do julgamento é
individual. Não se trata de um julgamento em massa, em classes, mas um por um
(1Co 3.13).
A
doutrina do Purgatório ensina que as pessoas, depois da morte, vão para o
Purgatório para purgarem seus pecados e obras nesta vida. Essa purgação
aconteceria através do fogo. Entretanto, esta é uma doutrina espúria e falsa. A
figura do fogo no tribunal de Cristo nada tem a ver com purgatório, e o seu
papel é o de expor as impurezas, e não o de possibilitar a salvação de ninguém.
Não há qualquer relação do tribunal de Cristo com o Purgatório.
Subsídio
Devocional
Muitos
cristãos que vivem uma vida cristã descuidada, além de correrem o risco de
perderem a salvação, caso sejam salvos, não receberão recompensa no tribunal de
Cristo. A perda de recompensa naquele dia por muitos dos salvos não significa
castigo. Uma reflexão constante disso hoje, faz-nos primar pela qualidade do
trabalho cristão que fazemos para Deus.
Em
1Co 9.27, Paulo se preocupa e teme em depender da força da carne em vez de
depender da força do Espírito, por isso, diz: “Antes subjugo o meu corpo e o
reduzo à servidão, para que, pregando aos outros, eu mesmo não venha de alguma
maneira a ficar reprovado”.
Ao
usar a palavra “reprovado” (adokimos), Paulo não está temendo perder a
sua salvação, mas está preocupado se o seu trabalho no dia das contas não for
aprovado. Neste contexto, a Bíblia diz o seguinte: “Se a obra de alguém se
queimar, sofrerá detrimento; mas o tal será salvo, todavia, como pelo fogo”
(1Co 3.15).
Paulo
tinha a convicção de que a “coroa da justiça” lhe estava garantida, porque se
não tivesse feito qualquer outra obra que merecesse um galardão maior, ela lhe
seria conferida por sua retidão no ministério outorgado pelo Senhor. Pensar
dessa forma não significa que havia no coração do apóstolo qualquer resquício
de presunção.
Perante o
Tribunal de CRISTO.
“Porque todos devemos comparecer ante
o tribunal de CRISTO, para que cada um receba segundo o que tiver feito por
meio do corpo, ou bem, ou mal.” (2 Cor 5:10)
A Bíblia, Palavra de DEUS, afirma que
os salvos em JESUS não sofrerão o juízo divino para a condenação, conforme Rm
8:1 “Portanto, agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus,
que não andam segundo a carne, mas segundo o Espírito.” Mas haverá um juízo
divino futuro para os crentes com relação ao grau de fidelidade a DEUS e a
graça que receberam durante sua vida aqui na terra (1 João 4:17).
Todos os crentes irão, um dia, prestar contas ante o Tribunal de CRISTO, de todos os seus atos praticados por meio do corpo, sejam bons ou maus. Todos os crentes serão julgados e não haverá exceção: “Mas tu, por que julgas teu irmão? Ou tu, também, por que desprezas teu irmão? Pois todos havemos de comparecer ante o Tribunal de CRISTO. Porque está escrito: Como Eu vivo, diz o SENHOR, que todo o joelho se dobrará a Mim, E toda a língua confessará a DEUS. De maneira que, cada um de nós dará conta de si mesmo a DEUS.” (Rm 14:10-12)
A mensagem final do livro de Eclesiastes faz-nos lembrar de uma verdade solene e inalterável: “Porque DEUS há de trazer a juízo toda a obra, e até tudo o que está encoberto, quer seja bom, quer seja mau (Ec 12:14)”. Esse julgamento acontecera quando o SENHOR JESUS vier buscar a sua Igreja e o Juiz será o próprio CRISTO: “E também o Pai a ninguém julga, mas deu ao Filho todo o juízo.” (João 5:22).
O julgamento do crente será algo sério e solene, principalmente porque inclui para este a possibilidade de dano ou perda, conforme 1 Cor 3:15: “Se a obra de alguém se queimar, sofrerá detrimento; mas o tal será salvo, todavia como pelo fogo.” Ou ainda conforme 2 João 1:8 “Olhai por vós mesmos, para que não percamos o que temos ganho, antes recebamos o inteiro galardão.”
Ante o Tribunal de CRISTO tudo será conhecido publicamente. DEUS examinará e revelará, na sua exata realidade. Todas as coisas serão conhecidas diante de todos, inclusive:
- Os nossos atos secretos: “Porque
nada há encoberto que não haja de ser manifesto; e nada se faz para ficar
oculto, mas para ser descoberto.”(Mc 4:22)
- As nossas boas obras: “Sabendo que
cada um receberá do SENHOR todo o bem que fizer, seja servo, seja livre.” (Ef
6:8)
- Os nossos motivos: “Portanto, nada
julgueis antes de tempo, até que o SENHOR venha, o qual também trará à luz as
coisas ocultas das trevas, e manifestará os desígnios dos corações; e então
cada um receberá de DEUS o louvor.” (1 Cor 4:5)
- O nosso trabalho e ministério: “A
obra de cada um se manifestará; na verdade o dia a declarará, porque pelo fogo
será descoberta; e o fogo provará qual seja a obra de cada um.” (1 Cor 3:13)
As más ações do crente, quando ele se arrepende, são perdoadas no tocante ao castigo eterno (Rm 8:1), mas são levadas em consideração quanto à sua recompensa: “Mas quem fizer agravo receberá o agravo que fizer; pois não há acepção de pessoas (Cl 3:25).” As boas ações do crente são lembradas por DEUS e por Ele recompensadas: “Porque DEUS não é injusto para se esquecer da vossa obra, e do trabalho do amor que para com o seu nome mostrastes, enquanto servistes aos santos; e ainda servis.” (Hb 6:10)
Os resultados específicos do julgamento do crente serão vários, dentre eles:
- Aprovação divina: “E o seu senhor
lhe disse: Bem está, servo bom e fiel. Sobre o pouco foste fiel, sobre muito te
colocarei; entra no gozo do teu senhor. (Mt 25:21)
- Recompensa: “Desde agora, a coroa
da justiça me está guardada, a qual o SENHOR, justo Juiz, me dará naquele dia;
e não somente a mim, mas também a todos os que amarem a sua vinda.” (2 Tm 4:8)
- Honra: “Glória, porém, e honra e
paz a qualquer que pratica o bem; primeiramente ao judeu e também ao grego.”
(Rm 2:10)
A perspectiva de um iminente julgamento do crente deve aperfeiçoar nele o temor do SENHOR (2 Cor 5:11 * Fp 2:12), e leva-lo a ser sóbrio, moderado, a vigiar e a orar (1 Pe 4:5,7), a viver em santa conduta e piedade (2 Pe 3:11) e a demonstrar misericórdia e bondade a todos (Mt 5:7).
A Igreja não será julgada para a condenação, pois já estará salva por CRISTO, mas sim no tocante as obras e recebimento de galardão.
Que possamos meditar nesse pequeno artigo e que sejamos mais fieis a DEUS em todos os nossos dias, fazendo a vontade do Pai, até que JESUS venha nos buscar.
Um forte abraço ao povo amado de DEUS
***Fonte de pesquisas: Bíblia de Estudo Pentecostal*** CPAD edição de 1995
O que a Bíblia diz sobre o tribunal de Cristo!
Faz algum tempo
que recebi a seguinte pergunta: “Qual a diferença entre a expressão bíblica do
livro de Jó 1.6 – ‘…e num dia em que os filhos de Deus vieram apresentar-se
perante o Senhor…” – e João 3.13, que diz que ‘ninguém subiu ao céu’, se em
Romanos hão de comparecer ao Tribunal de Cristo?”.
Ora, quando Jó 1.6 diz
que “os filhos de Deus vieram apresentar-se perante o Senhor”, refere-se aos
seres espirituais, ou seja, anjos, os quais são responsáveis diante de Deus e
prestam-lhe contas. Uma vez que em Jó 2.1 está escrito que “Satanás veio entre
eles apresentar-se diante de Deus”, subtende-se que mesmo os anjos rebeldes
estão debaixo da soberania divina.
Nem toda vez que
encontramos essa expressão “filhos de Deus” na Bíblia, especialmente no Antigo
Testamento, ela está se referindo a anjos. Por isso, pelas regras mais simples
da hermenêutica, devemos sempre recorrer ao contexto daquela expressão. Algumas
vezes, a expressão refere-se aos filhos de Israel que representavam o povo de
Deus na terra. Já em Gênesis 6, a expressão “filhos de Deus” refere-se a uma
geração especial da linhagem de Sete, uma geração que temia e servia a Deus. O
que favorece essa ideia é a doutrina bíblica acerca dos anjos que, no seu
ensino geral, rejeita qualquer tipo de miscigenação de anjos com seres humanos.
A Bíblia – aliás, o próprio Jesus – declara que os anjos não se casam nem se
dão em casamento (Mt 22.30; Lc 20.36). Eles são criaturas puramente espirituais
e, por isso, não foram dotadas de sexualidade. São seres assexuais, isto é, não
geram outros seres. A Bíblia também diz que os crentes em Cristo são feitos
“filhos de Deus” ao aceitarem o Evangelho e serem regeneradas pelo Espírito
Santo (Jo 1.12; Rm 8.16;Gl 3.26; Fp 2.15). Ora, uma vez que a expressão “filhos
de Deus” não se restringe apenas aos anjos e que o contexto histórico de
Gênesis 6 fala de relações físicas, podemos entender que aqueles “filhos de
Deus” são, na verdade, filhos dos homens, nascidos de mulher, que perderam a
pureza primária e se degeneraram.
Quanto à relação entre os textos de
Jó 1.6 e João 3.13: no primeiro texto, “os filhos de Deus” (anjos)
comparecem diante de Deus e no segundo texto (Jo 3.13), Jesus declara que
“ninguém subiu ao céu”. Em primeiro lugar, não há qualquer relação entre as
expressões, porque Jesus estava falando ao povo, feito de carne e osso.
Naturalmente, “carne e osso” jamais tiveram acesso às dimensões espirituais.
Paulo declarou que “carne e osso” não herdam o Reino de Deus (1Co 15.50). Não
há relação alguma entre os filhos de Deus de Jó 1.6 com os salvos em Cristo que
comparecerão um dia no “Tribunal de Cristo” (2Co 5.10). Nesse Tribunal, somente
os transformados do material para o espiritual estarão na presença de Cristo
para receberem seus galardões pelas obras feitas através do corpo aqui na
Terra. Outrossim, os filhos de Deus que comparecerem diante de Deus no
céu eram, sem dúvida, os anjos criados por Deus, os quais sempre tiveram acesso
ao Trono de Deus. Entre esses filhos de Deus apareceu num dia Satanás, o anjo
rebelde, o qual, inevitavelmente, está sob o poder soberano do Criador.
Satanás, tanto quanto os demais anjos, são seres espirituais, por isso somente
seres espirituais tem acesso ao céu.
Romanos 14.10 diz que
“todos havemos de comparecer ante o Tribunal de Cristo”. O termo “todos” tem um
caráter especial e particular porque se refere apenas aos salvos, arrebatados
ou ressuscitados na Vinda de Cristo (1Co 15.51,52; 1Ts 4.13-18). Na Escatologia
Bíblica, o Tribunal de Cristo e o Tribunal do “Grande Trono Branco” (Ap
20.11,12) são tribunais distintos no tempo e no espaço. O grande comparecimento
dos salvos diante do Tribunal de Cristo acontecerá muito antes do último grande
julgamento histórico, que é o Tribunal do Trono Branco, Trono do Juízo final,
quando todas as criaturas que não passaram pelo Tribunal de Cristo hão de
comparecer (Ap 20.12-14). Outrossim, o texto de Romanos 14.10 tem no seu
contexto a discussão sobre o comportamento social entre os cristãos, quando
alguns tinham atitudes arrogantes, depreciativas e discriminatórias em relação
aos outros irmãos da mesma fé. Paulo desfaz essa discussão e fortalece o fato
de que todos, fracos e fortes, hão de comparecer ante o Tribunal de Cristo para
que suas obras feitas através do corpo sejam julgadas. Nesse Tribunal, não há
condenação, somente premiação pelas obras feitas.
“Porque todos devemos comparecer ante o tribunal de Cristo, para que cada um receba segundo o que tiver feito por meio do corpo, ou bem ou mal” (2 Co 5.10).
A
Bíblia ensina que os crentes terão, um dia, de prestar contas “ante o tribunal
de Cristo”, de todos os seus atos praticados por meio do corpo, sejam bons ou
maus. No tocante a esse julgamento do crente, segue-se o estudo de alguns de
seus pontos.
(1) Todos os crentes serão julgados; não haverá
exceção (Rm 14.10,12; 1 Co 3.12-15; 2 Co 5.10).
(2) Esse julgamento correrá quando Cristo vier
buscar a sua igreja (1 Ts 4.14-17).
(3) O juiz desse julgamento é Cristo (Jo 5.22,
cf. “todo o juízo”; 2 Tm 4.8, cf. “Juiz”).
(4) A Bíblia fala do julgamento do crente como
algo sério e solene, mormente porque inclui para este a possibilidade de dano
ou perda (1 Co 3.15, cf. 2 Jo 8); de ficar envergonhado diante dEle “na sua
vinda” (1 Jo 2.28), e de queimar-se o trabalho de toda sua vida (1 Co 3.13-15).
Esse julgamento não é para sua salvação ou condenação. É um julgamento de
obras.
(5) Tudo será conhecido. A palavra “comparecer” (gr.
Phaneroo, 2 Co 5.10) significa “tornar conhecido aberta ou publicamente”. Deus
examinará e revelará abertamente, na sua exata realidade,
(a)
nossos atos secretos (Mc 4.22; Rm 2.16),
(b)
nosso caráter (Rm 2.5-11),
(c)
nossas palavras (Mt 12.36, 37),
(d)
nossas boas obras (Ef 6.8),
(e)
nossas atitudes (Mt 5.22),
(f)
nossos motivos (1 Co 4.5),
(g)
nossa falta de amor (Cl 3.23-4.1) e
(h)
nosso trabalho e ministério (1 Co 3.13).
(6) Em suma, o crente terá que prestar contas da sua
fidelidade e infidelidade a Deus (Mt 25.21-23; 1 Co 4.2-5) e das suas práticas
e ações, tendo em vista a graça, a oportunidade e o conhecimento que recebeu
(Lc 12.48; Jo 5.24; Rm 8.1).
(7) As más ações do crente, quando ele se
arrepende, são perdoadas no que diz respeito ao castigo eterno (Rm 8.1), mas
são levadas em conta quanto à sua recompensa: “Mas quem fizer agravo receberá o
agravo que fizer” (Cl 3.25; cf. Ec 12.14; 1 Co 3.15; 2 Co 5.10). As boas ações
e o amor do crente são lembrados por Deus e por Ele recompensados (Hb 6.10)
“Cada um receberá do Senhor todo o bem que fizer” (Ef 6.8).
(8) Os resultados específicos do julgamento do
crente serão vários, como obtenção ou a perda de alegria (1 Jo 2.28),
aprovação
divina (Mt 25.21),
tarefas
e autoridade (Mt 25.14-30),
posição
(Mt 5.19; 19.30),
recompensa
(1 Co 3.12-14; Fp 3.14; 2 Tm 4.8) e
honra
(Rm 2.10; cf. 1 Pe 1.7).
(9) A perspectiva de um iminente julgamento do
crente deve aperfeiçoar neste o temor do Senhor (2 Co 5.11; Fp 2.12; 1 Pe
1.17), e leva-lo a ser sóbrio, a vigiar e a orar (1 Pe 4.5,7), a viver em santa
conduta e piedade (2 Pe 3.11) e a demonstrar misericórdia e bondade a todos (Mt
5.7; cf. 2 Tm 1.16-18).
Mateus
10.40-42
Prédica: Mateus 10.40-42
Leituras: Jeremias 28.5-9 e Romanos 6.12-23
Autora: Ângela Lenke
Data Litúrgica: 2º Domingo após Pentecostes
Data da Pregação: 26/06/2011
Proclamar Libertação - Volume: XXXV
Leituras: Jeremias 28.5-9 e Romanos 6.12-23
Autora: Ângela Lenke
Data Litúrgica: 2º Domingo após Pentecostes
Data da Pregação: 26/06/2011
Proclamar Libertação - Volume: XXXV
1. Introdução
Entre o texto de Jeremias e de Romanos temos o texto que aponta o fio
principal de nossa reflexão. Jeremias, um profeta fiel e corajoso para trazer o
povo de Deus exilado na Babilônia para junto de Deus, revela que é um profeta
que não dá falsas esperanças, aponta para o pecado e a volta a Jerusalém por
causa da misericórdia de Deus.
Romanos 6 traz a mensagem muito clara de que estamos sob a graça de
Deus; portanto o pecado precisa ser abandonado. No passado, fomos servos e
escravos do pecado, mas agora é preciso andar como verdadeiro discípulo de
Jesus, que segue a verdadeira justiça e não a justiça do pecado. O antigo
pecado está morto pela obra de Cristo.
Mateus 10.40-42 é a mensagem carinhosa e confortante de Jesus para
aqueles que servem a ele como Senhor e Salvador. Ele é o profeta principal.
2. Exegese
V. 40 – “Quem vos recebe, a mim me recebe; e quem me recebe, recebe
aquele que me enviou.” A boa-nova desse versículo é que receber Jesus Cristo
significa receber Deus e a salvação que ele oferece. Receber Jesus Cristo é
o mais importante. Ele vem em primeiro lugar, porque, recebendo-o, recebe-se
Deus. Quem cumpre a tarefa do fazer conhecido o nome de Jesus Cristo são os
discípulos; assim encoraja seus amados discípulos, afirmando quão nobre é a sua
vocação. O fato de receber os discípulos revela a intimidade de Jesus com seus
discípulos. Jesus os encoraja, mostrando-lhes que quem os recebe tem a
salvação. Assim, Jesus mostra aos discípulos quão elevada posição ocupam. O
verdadeiro discípulo sustém as relações com Deus e aponta que a cruz que levam
é fonte de bênção, apesar das perseguições, abdicações e sofrimentos (2Tm
1.7-9a).
V. 41 – “Quem recebe um profeta na qualidade de profeta receberá a
recompensa de profeta; quem recebe um justo na qualidade de justo receberá a
recompensa de justo.” A figura do profeta, desde o Antigo Testamento, é
respeitada. Para nós ministros, não é novidade que no Antigo Testamento o
profeta era o elo entre o povo e Deus. Não apenas transmitia a mensagem de Deus
para o presente, mas com autoridade anunciava o futuro, julgava as ações do
povo em forma de denúncia. No Novo Testamento, o profeta tem o ministério mais
elevado após os apóstolos. Jesus classificava João Batista como o maior dos
profetas, sendo que João Batista nem fez milagres e suas profecias foram
poucas. A profecia é dom, em que a autoridade e a orientação vêm diretamente do
Espírito Santo. Os profetas eram instrumentos especiais de anúncio e denúncia.
No texto, Jesus declara que receber um profeta significa receber a
mensagem de Deus e deixar-se corrigir por sua palavra (2Tm 3.16s).
Naturalmente, os apóstolos eram profetas; entretanto, outros também exerciam
papel profético. Receber um profeta significa receber os benefícios vinculados
ao profeta. Os escritos judaicos registram: “Aquele que recebe em sua casa um
homem sábio ou presbítero é como se tivesse recebido oshekinah (a
presença de Deus)” [...] “Aquele que fala contra o pastor fiel é como se
falasse contra o próprio Deus” (CHAMPLIN, p. 370).
Provavelmente, Jesus usa a expressão “Quem recebe um justo, no caráter
de justo, receberá o galardão de justo”, para que as pessoas não tenham somente
o cuidado em receber ministros ou profetas, mas todas as pessoas de bem,
independentemente de seu serviço, classe social ou profissão. Assim, Jesus
inclui todo servo e discípulo fiel de seu reino.
O galardão prometido a quem recebe profetas ou justos refere-se às
bênçãos neste mundo, mas principalmente ao mundo vindouro.
V. 42 – “E aquele que der até mesmo um copo de água fresca a um desses
pequeninos, na qualidade de discípulo, em verdade vos digo que de modo algum
perderá a sua recompensa.” Considerando a região seca e quente de Israel, era
uma atitude hospitaleira quando um judeu dava um copo de água fria em vez de
água normal ou quente. Isso envolvia todo um cuidado com a água. Quem era
considerado importante recebia água fria para saciar sua sede.
Jesus chama seus discípulos de “pequeninos”, expressão usada pelos
rabinos para com seus alunos. Ele sabia da fraqueza e do medo de seus discípulos.
É uma forma carinhosa, simpática e misericordiosa de chamar assim a quem se
quer bem. “Todo aquele que lhes mostrasse misericórdia, que lhes prestasse
algum serviço, ainda que pequeno, ajudando-os no caminho e aliviando-lhes a
sede, não deixaria de ser notado por Deus e ser abençoado física e
espiritualmente” (CHAMPLIN, p. 371).
Nota-se, nesse texto de Mateus 10.40-42, uma escala descendente, segundo
Champlin:
1. Receber um profeta; 2. Receber uma pessoa justa; 3. Receber um
“pequenino”.
Entretanto, analisando o texto, a escala seria:
1. Receber Jesus Cristo; 2. Receber um profeta; 3. Receber uma pessoa justa; 4. Receber um “pequenino”/discípulo.
1. Receber Jesus Cristo; 2. Receber um profeta; 3. Receber uma pessoa justa; 4. Receber um “pequenino”/discípulo.
O galardão (= a recompensa) será dado àqueles que receberem e servirem a
Jesus Cristo, porque é em seu nome que os discípulos agem e, recebendo a ele,
recebe-se o próprio Deus.
3. Meditação
“Quem vos recebe, a mim me recebe; e quem me recebe, recebe aquele que
me enviou” (Mt 10.40). Todos nós que somos os fiéis discípulos e testemunhas de
Jesus Cristo são englobados nessa expressão de proteção e encorajamento de
Jesus Cristo. Jesus sabia que muitos não receberiam seus discípulos, que muitos
iriam apontar dedos acusando-os (Mc 14.66s). Nos primeiros séculos da fé
cristã, não foi diferente. Muitos cristãos não foram recebidos, muitos
morreram. Os anos passaram e, ainda hoje, é um desafio, especialmente nas
cidades, ser recebido para evangelizar, para ter um pouco de atenção das
pessoas que são ou não cristãs. Devemos levar em consideração que essa palavra
de Jesus também pode significar que é necessário recebê-lo em nosso coração e
em nosso convívio familiar.
Quem receber um profeta, uma pessoa justa ou algum
“pequenino” discípulo tem a promessa da recompensa. “Quem recebe um profeta na
qualidade de profeta receberá a recompensa de profeta; quem recebe um justo na
qualidade de justo receberá a recompensa de justo” (Mt 10.41). Temos aí algo
muito delicado a tratar enquanto Igreja Evangélica de Confissão Luterana. O ser
humano aspira por poder, saber e ter. A competição é ensinada desde cedo e
parece ser tratada como normalidade. As crianças são educadas a fazer para
poder receber. A teologia da prosperidade vinga mundo afora. As pessoas estão
carentes e acham que tudo se resume numa troca. Acontece que Deus não faz
trocas, não negocia. E muitos ainda pensam que receber alguém renderá um
benefício no futuro. Deus salvou-nos por graça, e receber alguém em seu nome é
resultado da gratidão. O galardão, ou seja, a recompensa é andar diante de Deus
com a consciência e o coração limpos e certo de que está praticando seu
discipulado. A recompensa será como eu receber e tratar quem vem em nome de
Deus.
Como reconhecer e receber um enviado de Deus? Será que essa não é a
pergunta de milhões de pessoas? Sempre houve profetas, mas entre eles houve
profetas falsos. O texto de Jeremias 28. 5-9 esclarece que a veracidade da
profecia é comprovada com o tempo: “O profeta que profetizar paz, só ao
cumprir-se a sua palavra, será conhecido como profeta, de fato, enviado do
Senhor” (Jr 28.9). Jesus nos alerta: “Acautelai-vos dos falsos profetas” (Mt
7.15); “...levantar-se-ão muitos falsos profetas” (24.11); “Surgirão falsos
cristãos e falsos profetas” (Mc 13.22). Também o apóstolo Paulo orienta:
“...tais sãos falsos apóstolos, obreiros...”. O verdadeiro profeta e cristão
que deseja ser recebido e precisa entrar nos lares e nas comunidades cristãs é
aquele que ensina o puro e reto evangelho, para o qual basta somente a
Escritura, somente a graça, somente Jesus Cristo e somente a fé.
Muitas pessoas já me disseram que não abrem as portas de suas casas por
causa da insegurança, especialmente nas cidades. Cada ovelha deveria conhecer
seu pastor. Cada ovelha precisa receber o alimento que sua igreja
oferece para que outros profetas (e podem ser falsos) não os afastem com outras
ovelhas para outros pastos. Enquanto isso, há também pessoas tão frias e
materialistas, que já deixaram seu coração e sua fé esfriarem, que nem ouvem ou
fazem de conta que não ouvem quando Jesus bate à porta e deseja ser recebido em
seu coração e em suas casas. Onde está a insegurança? Parece que até queremos
estar seguros de que mandamos quando Jesus pode ou não entrar em nossa vida e
na vida das outras pessoas, esquecendo que Deus veio ao nosso encontro e nos
alcançou por graça.
Havemos de esperar outra recompensa? Havemos de servir para receber
recompensa? A Escritura nos diz: “... mas o dom gratuito de Deus é a vida
eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor” (Rm 6.23b). Não receber um dos
“pequeninos” de Jesus é desobedecer à sua ordem, o que implica pecado, e pecado
é tentar viver escondido de Deus, como fez Adão. E a Escritura adverte: “... o
pecado não terá domínio sobre vós, pois não estais debaixo da lei, e sim da
graça” (Rm 6.14).
Somos alcançados pela graça de Cristo, que morreu por nós. Então, como
ficam nossas ações? O cristão sabe que “a fé é ativa no amor” (Gl 5.6). Por
isso nossas ações sempre precisam ser fruto de nossa fé em Jesus Cristo, que
nos ensinou como servir através dos diferentes dons. Todo cristão é chamado
para servir como resposta de sua alegria em saber que foi salvo gratuitamente
através de Cristo. Um gesto pequeno, como dar um copo de água, feito sem a
intenção de receber recompensa, pelo contrário, feito agindo em nome de
discípulo de Jesus Cristo, “Ele que vê tudo” saberá dar a recompensa. Enquanto
isso, não precisamos ficar ansiosos. Façamos tudo, em palavra e em ação, com
moderação (Fp 4.5; 2Tm 1.7), e em nome de Jesus Cristo, dando por ele graças a
Deus Pai (Cl 3.17).
“E aquele que der até mesmo um copo de água fresca a um desses
pequeninos,na qualidade de discípulo, em verdade vos digo que de modo algum
perderá a sua recompensa” (Mt 10.42).
Ainda hoje temos realidades de seca, como da Palestina, e mesmo que
moremos em área privilegiada nem sempre temos coragem e disposição para dar um
copo d’água a alguém que vem de fora. Cada pessoa na comunidade é chamada a
servir e a dar do que tem. A água é o elemento básico, mas na comunidade nem
sempre temos pessoas dispostas a dar um pouco do que possuem em prol do reino
de Deus, do anúncio do evangelho. A vida perde sua dignidade na frente de
nossos olhos, sem que compartilhemos o que temos e sentimos.
É necessário que nos perguntemos que recompensa os pais e as mães têm
recebido dos filhos em sua velhice? Que recompensa têm recebido as crianças
amáveis, que são curiosas por natureza como um dia fomos, que nascem sem saber
se terão carinho, cuidado, proteção, alimento e educação? Que recompensa tem
recebido a pessoa honesta que vota, que paga os impostos, que conduz sua
família com fidelidade? Se olharmos a situação de cada pessoa/cidadão, com
certeza podemos concluir que falhamos, que não conseguimos por nossas forças e
capacidades controlar as carências e a corrupção, saciar a miséria e aliviar o
sofrimento de tantas pessoas e da criação de Deus. Assim chegamos à conclusão
de que somos, sim, instrumentos de justiça e misericórdia neste mundo, mas a
verdadeira recompensa é a vida eterna.
4. Imagens para a prédica
* Um dos textos que ajudará a ilustrar essa pregação é a parábola que
Jesus conta em Mateus 25.31- 46. Esse texto aparece só no Evangelho de Mateus,
assim como o evangelho indicado para o dia: Mateus 10.40-42. * O livro Um olhar
para o Vale 3, organizado por Osvino Toillier, tem uma boa reflexão que poderá
ajudar na mensagem do culto (veja p. 27). 5 Subsídios litúrgicos
Confissão de pecados:
Querido e misericordioso Deus, confessamos que deixamos a desejar em
receber tua palavra e os que o Senhor envia para nos anunciar o evangelho.
Deixamos a desejar quando, no dia-a-dia, esperamos recompensa. Somos fracos ao
tentar enganar as outras pessoas, querendo sempre vantagens para nós mesmos.
Pecamos quando não servimos em amor, quando negamos ajuda e quando não amamos
quem o Senhor confiou aos nossos cuidados e para nossa companhia. Pecamos
quando não recebemos nossos familiares e irmãos da tua igreja. Falhamos quando
fechamos nosso coração para ti, quando ousamos o poder e aautossuficiência.
Ajuda-nos, Senhor! Tem misericórdia de nós e perdoa os nossos pecados. Amém.
Bênção:
O Senhor derrame sobre ti a sua paz.
O Senhor te dê sensibilidade para perceber os dons ofertados a ti.
O Senhor te ensine a amar sem esperar recompensa.
O Senhor te ensine a servir com justiça e misericórdia.
O Senhor te acalme quando estiveres eufórico, achando que tudo depende de ti.
O Senhor te ofereça segurança e fé.
O Senhor te carregue quando estiveres cansado.
O Senhor seja tua fortaleza e porto seguro nas horas de dor, dúvida e sofrimento.
O Senhor seja a fonte de alegria da tua vida e a razão para servi-lo.
O Senhor seja contigo em todos os teus caminhos, para todo o sempre.
Assim te abençoe o Pai, e o Filho, e o Espírito Santo. Amém.
O Senhor te dê sensibilidade para perceber os dons ofertados a ti.
O Senhor te ensine a amar sem esperar recompensa.
O Senhor te ensine a servir com justiça e misericórdia.
O Senhor te acalme quando estiveres eufórico, achando que tudo depende de ti.
O Senhor te ofereça segurança e fé.
O Senhor te carregue quando estiveres cansado.
O Senhor seja tua fortaleza e porto seguro nas horas de dor, dúvida e sofrimento.
O Senhor seja a fonte de alegria da tua vida e a razão para servi-lo.
O Senhor seja contigo em todos os teus caminhos, para todo o sempre.
Assim te abençoe o Pai, e o Filho, e o Espírito Santo. Amém.
Bibliografia
CAMPLIN, Russel Norman. O Novo Testamento Interpretado Versículo por
Versículo. V. 1. São Paulo: Ed. Hagnos, 2002.
CHAMPLIN, Russel Norman. O Novo Testamento Interpretado Versículo por Versículo. V. 4. São Paulo: Ed. Hagnos, 2002.
TOILLIER, Osvino (org.). Um Olhar para o Vale: 100 Mensagens de Fé, Esperança e Amor. 3.ed. São Leopoldo: Sinodal, 2004.
CHAMPLIN, Russel Norman. O Novo Testamento Interpretado Versículo por Versículo. V. 4. São Paulo: Ed. Hagnos, 2002.
TOILLIER, Osvino (org.). Um Olhar para o Vale: 100 Mensagens de Fé, Esperança e Amor. 3.ed. São Leopoldo: Sinodal, 2004.
O TRIBUNAL DE CRISTO E A IGREJA
A Bíblia ensina que todos os crentes salvos, terão um dia de comparecer
diante de Deus, para prestar contas “ante o Tribunal de Cristo”. De todos os seus
atos praticados por meio do corpo, sejam estes atos bons, ou maus. Notamos que todos
os crentes serão julgados sem haver exceção. Acontecimento este que ocorrerá
somente quando Cristo vier buscar a sua Igreja por meio do Arrebatamento.
Porque todos devemos comparecer ante o tribunal de Cristo, para que cada
um receba segundo o que tiver feito por meio do corpo, ou bem ou mal 2 Co 5:10.
Se observarmos atentamente, veremos que á Bíblia trata do julgamento do
crente como algo sério e solene, porque inclui para este á possibilidade de
dano ou perda, e também de ficar envergonhado diante dele na sua vinda e de
queimar-se o trabalho de toda sua vida, devemos estar atentos e observarmos que
este julgamento não se trata de escolha para salvação ou condenação, pois é um
julgamento de obras dos crentes já salvos em Cristo 1 Co 3:15. 2 Jo 8. 1 Jo
2:28. 1 Co 3:13-15. A Bíblia afirma que todos os redimidos estão isentos do juízo divino
para condenação Jo
5:24.
Em 2
Coríntios 5.10 e Romanos 14.10, embora na última passagem a leitura correta
seja "o
tribunal de Deus", é declarado que os crentes serão examinados diante do Filho de Deus.
ETIMOLOGIA DA PALAVRA TRIBUNAL
No Novo Testamento encontramos dois termos
traduzidos por“tribunal”
são eles:
Þ Criterion.
Þ Bêma.
Criterion significa "instrumento ou
meio de pôr à prova” ou “julgar qualquer coisa”; “lei pela qual alguém
julga" ou "local
onde o julgamento é feito”; “tribunal de juiz; banca de juízes". É usada no livro de
Tiago 2:6, e no livro de 1 Coríntios 6:2-4. Consequentemente a
palavra se referia ao padrão ou critério pelo qual o julgamento era dispensado
ou ao local onde o julgamento era realizado.
Mas vós desonrastes o pobre,
porventura, não vos oprimem os ricos e não vos arrastam aos tribunais? Tg 2:6.
Então, se tiverdes negócios em juízo,
pertencentes a esta vida, pondes na cadeira aos que são de menos estima na
igreja? 1Co 6:2-4.
Este é os significados do termo que se aplica a
primeira palavra do grego Criterion. Foram usadas pelos apóstolos Paulo e Tiago
em suas cartas.
“Bêma” significa “local elevado cujo
acesso se fazia por degraus” “plataforma, tribuna; usada em relação ao assento
oficial de um juiz”.“assento
de julgamento de Cristo” “a estrutura,
assemelhando-se a um trono”. At 18:2-16. Rm 14:10. Há um exemplo, de
que “Herodes” construiu no teatro em “Cesaréia” e a qual ele usava para
assistir aos jogos e fazer discursos ao povo. O “Bêma” é o tribunal, seja
numa basílica para o pretor numa corte de justiça, seja num acampamento militar
para o comandante administrar disciplina e dirigir-se às tropas. Em qualquer um
dos casos, o tribunal era uma plataforma na qual se colocaria o assento do
oficial que presidia. “Bêma” comumente significa plataforma ou
andaime em vez de assento. Essa expressão“tribunal” é empregada por onze
vezes no “Novo
Testamento”, e nas passagens onde ela figura está sempre ligada a julgamento
especial.
LIBERDADE DESENFREIADA
De fato parece que em geral u m ensino claro sobre
a responsabilidade cristã na vida e no trabalho está em falta em todos os
lugares. A apatia cristã abunda, e o relaxamento na conduta cristã é promovido
com o se a graça de Deus manifesta na salvação, incluísse um a licença geral
para o pecado. A liberdade, entretanto, não é um a licença, nem um a liberação
judicial, através do Calvário, para que o crente não tenha um à vida santa e
cristã. Deus sempre governa para o bem e bênção finais de seus escolhidos. Ele
age pela honra e glória de seu bom nome. Nunca tente encontrar uma diferença
entre o maravilhoso poder sustentador do Espírito e da graça de Deus e o
julgamento do crente nas mãos de Cristo, onde receberemos culpa ou louvor
recompensa ou perda.
Enquanto estamos neste mundo como representantes
dos céus, precisamos ser firmes e fiéis, obedecendo ao Senhor, pois mesmo sendo
salvos, quando comparecermos diante dele no Tribunal poderá sofrer percas por
falta de dedicação á sua obra no período que estivemos como servos neste mundo
servindo á ele.
EXEMPLOS BÍBLICOS DE PESSOAS EM
TRIBUNAL
Þ O tribunal de
Pilatos. E, estando ele (Pilatos) assentado no
tribunal, sua mulher mandou-lhe dizer: Não entres na questão desse justo,
porque num sonho muito sofri por causa dele Mt 27.19.
Þ O tribunal de
Herodes. E num dia designado, vestindo Herodes as vestes reais, estava
assentado no tribunal, e lhes fez uma prática At 12.21.
Þ O tribunal de Gálio.
Mas, sendo Gálio procônsul da Acaia, levantaram-se os judeus concordemente
contra Paulo, e o levaram ao tribunal, dizendo: Este per- suade os homens a
servir a Deus contra a lei At18. 12.13.
Þ O tribunal de César. E, não se demorando
entre eles mais de dez dias, desceu a Cesaréia; e no dia seguinte assentando-se
no tribunal, mandou que trouxessem a Paulo At 25.6.
Þ O tribunal de Cristo. Porque todos devemos
com- parecer ante o tribunal de Cristo, para que cada um receba segundo 0 que
tiver feito por meio do corpo, ou bem, ou mal 2 Co 5.10.
Devemos observar que as duas referências nos
evangelhos indicam o “tribunal de Pilatos” Mt 27.19; Jo 19.13; o trecho de Atos
12.21, fala do “tribunal
de Herodes”; as referências do décimo oitavo capítulo de Atos indicam por três
vezes o “tribunal
de Gálio”; em Atos
25.6,10,17, por três vezes, refere-se ao “tribunal de César”. Enquanto que
Romanos 14.10
e 2 Coríntios 5.10 indicam o “tribunal de Cristo e de Deus”. Paulo alude ao
que acontecerá quando o Redentor congregar os remidos em torno de si, diante do
seu tribunal. Haverá ali uma avaliação do que fizemos e não fizemos; mas isso
não indica que será um momento de temor, mas de confiança; mais ninguém estará
ali presente, a não serem os salvos: ali todos amarão o Redentor e confiarão
nele.
OCASIÃO DO TRIBUNAL DE CRISTO
O acontecimento ocorre imediatamente após a
translação da igreja para fora da esfera terrestre. Em primeiro lugar, de
acordo com Lucas
14.14, recompensa está associada à ressurreição. Visto que, de acordo
com 1
Tessalonicenses 4.13- 17, a ressurreição é parte fundamental da translação, o galardão deve ser
parte desse plano.Quando o Senhor retomar a terra para reinar, a noiva é vista
como já recompensada. Isso é observado em Apocalipse 19.8, em que a"justiça dos
santos" é plural "atos de justiça" e não pode referir-se
à justiça imputada de Cristo, que é a porção do crente, mas aos atos de justiça
que sobreviveram ao exame e tomaram-se a base do galardão. O apóstolo Paulo
relata dizendo:
Portanto nada julgueis antes de tempo,
até que o Senhor venha, o qual também trará á luz as coisas ocultas das trevas,
e manifestará os desígnios dos corações, e então, cada um receberá de Deus o
louvor 1
Co 4:5.
Em 1 Coríntios 4.5, em 2 Timóteo 4.8 e em
Apocalipse 22.12, o galardão está associado com "aquele dia", quer dizer, o dia
em que Ele vier para os Seus. Desse modo, devemos notar que o galardão da
igreja acontecerá entre o arrebatamento e a revelação de Cristo a terra.
ALEGRIA DIANTE DO TRIBUNAL DE CRISTO
Falar sobre a justiça e os juízos de Deus é
biblicamente uma ocasião para regozijo.
Alegrem-se e regozijem-se as nações,
pois julgarás os povos com equidade, e governarás as nações sobre a terra Sl 67:4.
Especificamente, o Tribunal de Cristo não é um
a “prova
inesperada”. Profundos ensinamentos bíblicos concernentes ao juízo em geral são
abundantes, assim com o são intensam ente específicos os avisos relacionados ao
julgamento do “bema” para os
crentes.
O JULGAMENTO NAS TRÊS ÁREAS DO CRISTÃO
Þ JULGAMENTO DO
TRABALHO CRISTÃO. Aqui Deus irá analisar o que foi feito para ele por parte de cada
crente, é o trabalho do cristão feito para o Senhor, pelo quais não poderão ser
confundidos com julgamento de pecados, sendo que nossos pecados foram julgados
por Cristo por Misericórdia e Graça de Deus 1Co 3:8-15.
Jo 5:24. 2 Co 5:21. Também não é julgamento de destino Eterno do crente, pois á salvação
não depende do fator humano e sim da obra redentora de Cristo Hb 7:27. Mas sim o das
nossas obras, pois ele mostrará como administramos aqui as nossos:
1. Bens
2. Dons
3. Dádivas
4. Dotes
5. Talentos
Este dia de prestação de contas está próximo, e
será uma analise da qualidade do nosso trabalho do que a
quantidade Mt 20:1-16.
Þ JULGAMENTO DA CONDUTA
CRISTÃ. Este julgamento é de maneira particular e individual com cada crente,
trata-se do julgamento por meio do corpo sejam atos bons ou maus, é tudo aquilo
que hoje praticamos em várias áreas de nossa vida, nada ficará encoberto diante
de Deus. Portanto mesmo sendo falhos em nossa maneira de viver e proceder, nada
é melhor e imprescindível do que a temperança por parte de cada crente. Gl 5:19-23. 2 Co 5:10.
Þ JULGAMENTO DO
TRATAMENTO COM OS DA FÉ.Devemos ter cuidado a maneira que tratamos uns aos
outros, foi o que relatou o Evangelista Mateus dizendo:
Então Pedro aproximando-se dele, disse:
Senhor, até quantas vezes pecará meu irmão contra mim e eu lhe perdoarei? Até
sete? Jesus lhe disse: não te digo que até sete, mas até setenta vezes
sete Mt
18: 21-22.
Este julgamento poderá ocorrer ganhos ou perdas,
pois Cristo é justo e dará á cada um de acordo as suas ações justas para com o
próximo. Todo crente receberá do Senhor uma parte elogiosa e o seu Louvor da
parte de Deus 1
Co 4:5.
Todo ato de “Amor” praticado pelo cristão terá
recompensa por parte de Deus.
E não nos cansemos de fazer o bem,
porque a seu tempo ceifaremos, se não houvermos desfalecidos Gl 6:9.
Aqueles que afirmam ser nascidos de novo e
seguidores de Cristo deverá exercer a solicitude e bondade para com os
necessitados, pois Cristo nos instrui a sermos bons cidadãos do céu praticando
boas obras para com nosso semelhante, pois afinal somos a luz deste mundo e
representante do Eterno Deus.
Vós sois a luz do mundo; não se pode
esconder uma cidade edificada sobre um monte Mt 5:14.
Luz fala de claridade, facilidade em caminhar em uma direção, de
posicionamento correto
de ação e atitude, vida de testemunho, vida de fidelidade e abnegação. Assim
devemos proceder principalmente com os irmãos na fé, pois somos a família de
Deus, membros de um só corpo que é Cristo se vivemos na luz devemos andar na
luz como cristo andou. Todos os atos praticados por parte do cristão serão
conhecidos naquele dia, apesar de não ser julgamento para condenação, poderemos
receber graus de inferioridades de Galardões naquele dia. 1 Co 3:15. 2 Jo 8.
PRINCÍPIOS PARA O JULGAMENTO
Paulo enfatiza que todo o julgamento estará de
acordo com os princípios expostos no Evangelho Rm 2.16. Esses princípios do
justo julgamento de Deus foram sumariados pelo apóstolo em Romanos.
No dia em que Deus há de julgar os
segredos dos homens, por Jesus Cristo, segundo o meu evangelho Rm 2:16.
Somente aqueles que respondem com fé e amor diante
da graça, dos talentos e das responsabilidades que Deus lhes dá, ouvirão Jesus
dizer: Bem está, servo bom e fiel. Sobre o pouco foste fiel, sobre muito te
colocarei; entra no gozo do teu senhor Mt 25:21-23.
QUAL O LOCAL DO TRIBUNAL DE CRISTO?
Existem muitas divergências entre os comentaristas
quanto ao local exato do Tribunal de Cristo. Alguns têm sugerido que será aqui
mesmo na terra. O homem pecou aqui dizem eles; aqui foi salvo; aqui trabalhou então
aqui deve ser avaliado o seu trabalho Mt 25:19.Outros, porém, asseguram que esse
julgamento deve ter lugar no Céu. Lembrando que Biblicamente são citados três
céus, e a palavra hebraica para céus é “shamaym” A terminação “im” indica o plural e
mostra que há mais que um céu. Na Bíblia os três céus são distinguidos nesta
forma:
Þ Auronos. Céu inferior
Þ Mesoranios. Céu intermediário
Þ Eporanios. Céu superior
O céu inferior relaciona-se ao
céu atmosférico, isto é o alto onde sobrevoavam as aves e os aviões que passam
nas nuvens, descem a chuva se processam trovões e relâmpagos, foi chamado por
Deus “a
face da expansão dos céus” e Jesus de “extremidade inferior
do céu” Gn 1:20. Lc 17:24.
O céu intermediário é o céu estelar
ou planetário chamado também de céu astronômico. A Bíblia o chama de a altura.
O céu superior é chamado de as
alturas é declarado como sendo o “terceiro céu o Paraiso” é chamado de o
espiritual e de céu dos céus por estar acima de todos. Este é o lugar onde
habita “Deus,
Cristo, e o Espirito Santo”. E onde será a morada dos salvos Sl 93:4. At 1:9. 2 Co
12:2. Sl 123:1. Mc 16:19.
Há também quem acredita ser o Tribunal de Cristo na
terra, como não há um lugar preciso definido nas Escrituras Sagradas
acreditamos ser no céu na habitação de Deus. O Tribunal de Cristo se dará por
ocasião do arrebatamento. Diante do Tribunal de Cristo, serão reprovadas as obras e não o
obreiro 1
Co 3:13 , pois todo o seu trabalho que tiver feito “por meio do corpo” será ali
avaliado perante a justiça divina. Porém,' se fará necessário que a
caridade de Deus este- ja ali! A justiça exige que o “bem” seja recompensado e
o"mal" punido. Ora, isto não
pode realizar-se senão pela “sanção”sanção aqui não é condenação da vida
futura; so- mente esta pode ser rigorosamente justa, uma vez que de- pende de
Deus, que “sonda os rins e os corações”. Realmente eficaz, porque ninguém pode
escapar-lhe. Nenhum subterfúgio daquele que é culpado culpado aqui é
descuidado.
QUEM SERÁ O JUIZ NO TRIBUNAL DE
CRISTO?
O apóstolo Paulo escrevendo aos Coríntios disse:
Porque todos devemos comparecer ante o
tribunal de Cristo, para que cada um receba segundo o que tiver feito por meio
do corpo, ou bem ou mal 2 Co 5:10.
Aqui deixa claro que esse exame é conduzido diante
da presença do Filho de Deus. Todo o julgamento foi confiado às mãos
do Filho. O fato de esse mesmo acontecimento ser citado em Romanos 14.10como "o tribunal de
Deus" mostraria que Deus confiou o julgamento às mãos do Filho também. Parte
da exaltação de Cristo é o direito de manifestar autoridade divina no
julgamento. A palavra comparecer no grego é “phaneroo” que significa tornar
conhecido aberta ou publicamente.
O EXAME DE DEUS EM RELAÇÃO AO CRISTÃO
Deus examinará e revelará abertamente na sua exata
realidade oito coisas na vida do crente, que são:
Þ Nossos atos secretos. Mc 4:22. Rm 2:16.
Þ O caráter. Rm 2:5-11.
Þ Nossas palavras. Mt 12:36-37.
Þ Boas obras. Ef 6:8.
Þ As atitudes. Mt 5:22.
Þ Nossos motivos. 1 Co 4:5.
Þ Falta de amor. Cl 3:23. 4:1.
Þ Nosso trabalho e
Ministério. 1
Co 3:13.
A palavra traduzida por "compareçamos" poderia ser mais bem
traduzida por "sejamos manifestos", de modo que o versículo diria:"Porque importa
que todos sejamos manifestos". Isso implica que o propósito do
“bêma” é fazer uma manifestação pública, demonstração ou revelação do caráter e
das motivações essenciais do indivíduo.Desse modo o julgamento não determina o
que é eticamente bom ou mau, mas, pelo contrário, o que é aceitável e o que não
tem valor. O propósito do Senhor não é punir Seu filho pelos pecados, mas
recompensar seu serviço pelas coisas feitas em nome do Senhor.
RESULTADO DO JULGAMENTO DO TRIBUNAL DE
CRISTO
Está relatado em 1 Coríntios onde o apóstolo diz:
Se a obra que alguém edificou nessa
parte permanecer, esse receberá galardão. Se a obra de alguém se queimar,
sofrerá detrimento; mas o tal será salvo, todavia como pelo fogo 1 Co 3:14-15.
Esse exame terá duplo resultado: um galardão recebido e
outro perdido. O que determina se alguém recebe ou perde um galardão é a prova pelo
fogo, pois Paulo escreve: Manifesta se tornará a obra de cada um a mesma
palavra usada em 2Coríntios
5:10 pois o Dia a demonstrará, porque está sendo revelada pelo fogo; e qual
seja a obra de cada um o próprio fogo o provara 1 Co 3:13. Nessa declaração é
evidente, em primeiro lugar, que são as obras do crente que estão sendo
examinadas. Além disso, vemos que o exame não é um julgamento baseado em
observação externa; pelo contrário, é um teste que apura o caráter e a
motivação interna. Todo o propósito de uma prova pelo fogo é identificar o que
é destrutível e o que é indestrutível.
O apóstolo afirma que existem duas classes de
materiais com que os"cooperadores
de Deus" podem construir o edifício cujo alicerce já foi estabelecido. Ouro, prata, pedras
preciosas são materiais indestrutíveis. Essas são as obras de Deus, das quais o
homem simplesmente se apropria e usa. Por outro lado, madeira, feno e
palha são materiais destrutíveis. São as obras do homem, que ele produziu com
seus próprios esforços. O apóstolo revela que o exame no bema de Cristo visa a
detectar o que foi feito por Deus mediante as pessoas e o que foi feito pela
própria força do homem; o que foi feito para a glória de Deus e o que foi feito
para a glória da carne.Isso não pode ser concluído pela observação externa, e,
portanto, a obra deve ser posta a severa prova, para que seu caráter verdadeiro
seja demonstrado.
AS DUAS DECISÕES NO TRIBUNAL DE CRISTO
Haverá perda de recompensa para o que for
destrutível pelo fogo. Coisas feitas na força e para a glória da carne,
independentemente do ato, serão reprovadas. Paulo expressa seu medo de depender
da energia da carne e não do poder do Espírito quando escreve: "Mas esmurro o meu
corpo e o reduzo à escravidão, para que, tendo pregado a outros, não venha eu
mesmo a ser desqualificado" 1Co 9.27. Quando Paulo usa a palavra
desqualificado “adokimos”, ele não está
expressando medo de perder sua salvação, mas de ter sua obra declarada "inútil". Para se garantir
contra uma possível interpretação de que sofrer uma perda significa perder a
salvação, Paulo acrescenta: "mas esse mesmo será salvo, todavia, como que
através do fogo" 1 Co 3.15.
A alusão ao fogo provavelmente significa salvo por
um triz, como alguém que está numa casa incendiada e escapa através do fogo, só
com á vida.
Deus avaliará a qualidade da vida e da influência
como do ensino e do trabalho na sua obra realizado por cada pessoa e
especialmente de cada obreiro do Senhor. Se a sua obra for julgada indigna, ele
perderá o seu galardão, mas pessoalmente será salvo, devemos observar que este
julgamento do Tribunal de Cristo não se refere ao purgatório como ensina a
doutrina do purgatório e sim um julgamento de obras e não á purificação da
pessoa quanto aos seus pecados. A perspectiva de um iminente julgamento do
crente deve aperfeiçoar neste um temor do Senhor, e levar á ser sóbrio, á
vigiar e orar vivendo em santa conduta e piedade demonstrando misericórdia á
todos. 2
Co 5:11. Fp 2:12. 1 Pe 1:17. 4:5-7. 2 Pe 3:11. Mt 5:7. 2Tm 1:16-18.
As más obras do crente quando se arrepende são
perdoadas no que diz respeito ao castigo eterno, mas são levadas em conta
quanto á sua recompensa Rm 8:1. Cl 3:25. Ec 12:14.
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