Comunidade Messiânica Ebenezer
Escola Biblica Dominical
Ev. ALBERTO ARAÚJO
Lição 2: Esperança em Meio à Adversidade
3º Trimestre de 2013 – Título: Filipenses — A humildade de Cristo
como exemplo para a Igreja – Comentarista: Elienai Cabral
TEXTO ÁUREO
“Porque
para mim o viver é Cristo, e o morrer é ganho” (Fp 1.21).
VERDADE PRÁTICA
Nenhuma
adversidade poderá reter a graça e o poder do evangelho.
HINOS SUGERIDOS
131,
404, 422.
LEITURA DIÁRIA
At
16.23-25 – O louvor supera os açoites
1Pe
1.3-9 – Guardados pela fé
Gl
5.16-21 – Guiados pelo Espírito no conflito
Gl
5.22-26 – O Fruto do Espírito garante vitória
Fp
1.12-14 – A alegria na defesa do Evangelho
Fp
1.15-21 – A motivação correta do anúncio
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Filipenses
1.12-21.
12
- E quero, irmãos, gue saibais que as coisas que
me aconteceram contribuíram para maior proveito do evangelho.
13
- De maneira que as minhas prisões em Cristo
foram manifestas por toda a guarda pretoriana e por todos os demais lugares;
14
- e muitos dos irmãos no Senhor, tomando ânimo
com as minhas prisões, ousam falar a palavra mais confiadamente, sem temor.
15
- Verdade é que também alguns pregam a Cristo por
inveja e porfia, mas outros de boa mente;
16
- uns por amor, sabendo que fui posto para defesa
do evangelho;
17
- mas outros, na verdade, anunciam a Cristo por
contenção, não puramente, julgando acrescentar aflição às minhas prisões.
18
- Mas que importa? Contanto que Cristo seja
anunciado de toda a maneira, ou com fingimento, ou em verdade, nisto me
regozijo e me regozijarei ainda.
19
- Porque sei que disto me resultará salvação,
pela vossa oração e pelo socorro do Espírito de Jesus Cristo,
20
- segundo a minha intensa expectação e esperança,
de que em nada serei confundido; antes, com toda a confiança, Cristo será,
tanto agora como sempre, engrandecido no meu corpo, seja pela vida, seja pela
morte.
21
- Porque para mim o viver é Cristo, e o morrer é
ganho.
INTERAÇÃO
A
prisão do apóstolo Paulo em Roma foi crucial para a propagação do Evangelho na
região de Filipos. A partir de uma experiência de sofrimento, Deus usou pessoas
para propagar a mensagem das Boas Novas. É verdade que alguns pregadores usavam
o sofrimento do apóstolo para proclamar Cristo de boa consciência. Outros utilizavam-se
do sofrimento alheio para obterem vantagens pessoais. Cristo não era o centro
das suas preleções. Infelizmente, na atualidade, algumas pessoas perderam o
temor de Deus. A exemplo daqueles pregadores de Filipos, elas exploram as
tragédias pessoais, pois veem nelas a oportunidade de se locupletarem com as
feridas alheias (elas sabem que o sofrimento humano pode ser muito rentável).
Cristo não se acha mais no centro de suas vidas.
OBJETIVOS
Após
esta aula, o aluno deverá estar apto a:
- Saber que as
adversidades podem contribuir para a expansão do Evangelho.
- Explicar as
motivações de Paulo para a pregação do Evangelho.
- Compreender que o
significado da vida consiste em vivermos para o Evangelho.
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Prezado professor, para concluir a lição sugerimos
a seguinte atividade: (1) Pesquise ao menos três países cujo índice de
perseguição religiosa é grande. (2) Identifique missionários que atuam nesses
locais (a pesquisa pode ser feita pelas agências missionárias, secretaria de
missões de sua igreja ou internet). (3) Em seguida, pesquise o crescimento de
cristãos nesses países visando identificar como o trabalho missionário tem sido
realizado. Conclua dizendo que, a exemplo do que ocorreu a Paulo, o Evangelho
continua a ser propagado no mundo através do sofrimento de muitas pessoas que
se dispõem a propagá-lo com ousadia.
COMENTÁRIO
introdução
Palavra Chave
Adversidade:
Infelicidade, infortúnio, revés. Qualidade ou caráter de adverso.
Nesta
lição, veremos como a paixão pelas almas consumia o coração de Paulo. Embora
preso em Roma, ele não esmorecia na missão de proclamar o Evangelho. E, tendo
como ponto de partida o seu sofrimento, o apóstolo ensina aos filipenses que
nenhuma adversidade será capaz de arrefecer-lhes a fé em Cristo. Ao contrário,
ele demonstra o quanto as suas adversidades foram positivas ao progresso do
Reino de Deus.
I.
ADVERSIDADE: UMA CONTRIBUIÇÃO PARA A PROCLAMAÇÃO DO EVANGELHO
1.
Paulo na prisão. Paulo estava preso em Roma,
aguardando julgamento. Ele sabia que tanto poderia ser absolvido como
executado. Todavia, não se achava ansioso. O que mais desejava era, com toda
ousadia, anunciar a Cristo até mesmo no tribunal. Paulo não era um preso
qualquer; sua segurança estava sob os cuidados da guarda pretoriana (1.13).
Constituída de 10 mil soldados, esta guarda encarregava-se de proteger os
representantes do Império Romano em qualquer lugar do mundo. Sua principal
tarefa era a proteção do imperador.
2.
Uma porta se abre através da adversidade. Uma das principais
contribuições da prisão de Paulo foi a livre comunicação do Evangelho na
capital do mundo antigo. Os cristãos estavam espalhados por toda a cidade de
Roma e adjacências. Definitivamente a prisão de Paulo não reteve a força do
Evangelho e o promoveu universalmente. Deus usou o sofrimento do apóstolo para
que o Evangelho fosse anunciado de Roma para o mundo (v.13).
SINOPSE
DO TÓPICO (I)
A
prisão de Paulo foi uma porta aberta para a proclamação do Evangelho.
II.
O TESTEMUNHO DE PAULO NA ADVERSIDADE (1.12,13)
1.
O poder do Evangelho. De modo objetivo, Paulo diz aos
filipenses que nenhuma cadeia será capaz de impor limites ao Evangelho de
Cristo. Esse sentimento superava todas as expectativas do apóstolo concernentes
ao crescimento do Reino de Deus. O seu propósito era ver as Boas Novas
prosperando entre os gentios. Portanto, nenhum poder humano conterá a força do
Evangelho, pois este é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê (Rm
1.16).
2.
A preocupação dos filipenses com Paulo. Está implícita a
preocupação dos filipenses com o bem-estar de Paulo. Eles o amavam e sabiam do
seu ardor em proclamar o Evangelho. Todavia, achavam que a sua prisão
prejudicaria a causa cristã. O versículo 12 traz exatamente essa conotação: “E
quero, irmãos, que saibais as coisas que me aconteceram contribuíram para maior
proveito do evangelho”. Para o apóstolo, seu encarceramento contribuiu ainda
mais para o progresso da mensagem evangélica (v.13).
3.
Paulo rejeita a autopiedade. Paulo era um missionário consciente
da sua missão. Para ele, o sofrimento no exercício do santo ministério era
circunstancial e estava sob os cuidados de Deus (v.19). Por isso, não
manifestava autopiedade; não precisava disso para conquistar a compaixão das
pessoas. Para o apóstolo, a soberania de Deus faz do sofrimento algo
passageiro, pois os infortúnios servem para encher-nos de esperança,
conduzindo-nos numa bem-aventurada expectativa de “que todas as coisas
contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são
chamados por seu decreto” (Rm 8.28).
SINOPSE
DO TÓPICO (II)
O
testemunho de Paulo na adversidade pode ser observado pela sua rejeição a
autopiedade e a sua fé no poder do Evangelho.
III.
MOTIVAÇÕES PARA A PREGAÇÃO DO EVANGELHO (1.14-18)
Duas
motivações predominavam nas igrejas da Ásia Menor onde o apóstolo Paulo atuava.
São elas:
1.
A motivação positiva. “E muitos dos irmãos no Senhor,
tomando ânimo com as minhas prisões, ousam falar a palavra mais confiadamente,
sem temor” (v.14). Estava claro para os cristãos romanos, bem como para a
guarda pretoriana, que o processo judicial contra Paulo era injusto, porque ele
não havia cometido crime algum. Além de saberem da inocência do apóstolo, os
pretorianos recebiam diariamente deste a mensagem do Evangelho (v.13). O
resultado não poderia ser outro. Os cristãos filipenses foram estimulados a
anunciar o Evangelho com total destemor e coragem.
2.
A motivação negativa. A prisão de Paulo motivou os
cristãos a proclamar o Evangelho de “boa mente” e “por amor”. Mas havia aqueles
que usavam a prisão do apóstolo para garantir vantagens pessoais. Dominados
pela inveja e pela teimosia, agiam por motivos errados. Mas pelo Espírito, o
apóstolo entendeu que o mais importante era anunciar Cristo ao mundo “de toda a
maneira”. Isto não significa que Paulo aprovava quem procedia dessa forma,
porque um dia todo mau obreiro terá de dar contas de seus atos ao Senhor (Mt
7.21-23).
SINOPSE
DO TÓPICO (III)
Infelizmente eram duas as motivações que
predominavam na igreja de Filipos: (1) a positiva (pregação com destemor e
coragem) e
(2) a negativa (pregação pelo interesse pessoal).
IV.
O DILEMA DE PAULO (1.19-22ss.)
1.
Viver para Cristo. “Nisto me regozijo e me regozijarei
ainda” (v.18). Estas palavras refletem a alegria de Paulo sobre o avanço do
Evangelho no mundo. Viver, para o apóstolo, só se justifica se a razão for o
ministério cristão: “Porque para mim o viver é Cristo, e o morrer é ganho. Mas,
se o viver na carne me der fruto da minha obra, não sei, então, o que deva
escolher" (vv.21,22).
A
morte para ele era um evento natural, mas glorioso. Significava estar
imediatamente com Cristo. O Mestre era tudo para Paulo, o princípio, a essência
e o fim da sua vida. Nele, o apóstolo vivia e se movia para a glória de Deus.
Por isso, podia dizer: “E vivo, não mais eu; mas Cristo vive em mim” (Gl 2.20).
2.
Paulo supera o dilema. “Estar com Cristo” e “viver na
carne”. Este era o dilema do apóstolo (vv.23,24). Ele desejava estar na
plenitude com o Senhor. Todavia, o amor dele pelos gentios era igualmente
intenso. “Ficar na carne” (v.24), aqui, refere-se à vida física. Isto é: viver
para disseminar o Evangelho pelo mundo. Mais do que escolha pessoal, estar vivo
justifica-se apenas para proclamar o Evangelho e fortalecer a Igreja. Este era
o pensamento paulino. Nos versículos 25 e 26, ele entende que, se fosse posto
em liberdade, poderia rever os irmãos de Filipos, e viver o amor fraterno pela
providência do Espírito Santo.
SINOPSE
DO TÓPICO (IV)
O
dilema de Paulo era, imediatamente, “estar com Cristo” ou “viver na carne” para
edificar os filipenses.
CONCLUSÃO
Paulo
resolveu o seu dilema em relação à igreja, declarando que o seu desejo de estar
com Cristo foi superado pela amorosa obrigação de servir aos irmãos (vv.24-26).
Ele nos ensina que devemos estar prontos a trabalhar na causa do Senhor, mesmo
que isso signifique enfrentar oposição dos falsos crentes e até privações
materiais. O que deve nos importar é o progresso do Evangelho e o crescimento
da Igreja de Cristo (vv.25,26).
VOCABULÁRIO
Locupletarem: Enriquecerem;
encherem em demasia; fartarem.
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
PEARLMAN, M. Epístolas Paulinas: Semeando
as Doutrinas Cristãs. 1 ed., RJ:
CPAD, 1998.
ZUCK, R. B.
(Ed.) Teologia do Novo Testamento.
1 ed., RJ: CPAD, 2008.
EXERCÍCIOS
1. De acordo com a lição, qual foi a principal contribuição da prisão de
Paulo para o Evangelho?
R. Foi a livre comunicação do Evangelho na capital do mundo antigo.
2. Como Paulo via o sofrimento?
R. Para o apóstolo, a soberania de Deus faz do sofrimento algo
passageiro, pois os infortúnios servem para encher-nos de esperança,
conduzindo-nos numa bem-aventurada expectativa de “que todas as coisas
contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus” (Rm 8.28).
3. Cite e explique as motivações que predominavam nas igrejas da Ásia
Menor onde o apóstolo Paulo atuava.
R. A primeira motivação era positiva, caracterizada pela disposição dos
fiiipenses pregarem o Evangelho com destemor e coragem. A segunda era negativa,
pois a sua principal característica era os pregadores que usavam a prisão do
apóstolo para garantir vantagens pessoais.
4. Qual era o maior dilema de Paulo apontado na lição?
R. “Estar com Cristo” ou “viver na carne”.
5. Você está pronto a trabalhar na causa do Senhor; mesmo que isso
signifique enfrentar oposições de falsos crentes, além das privações materiais
ou físicas?
R. Resposta pessoal.
AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO
Subsídio
Teológico
“Alguns
pregam Cristo por inveja e porfia, mas outros de boa mente (1.15).
Posteriormente Paulo voltará sua atenção aos judaizantes, que distorcem o
evangelho insistindo nas obras como algo essencial para a salvação (3.2-11).
Aqui a tensão é pessoal em vez de doutrinária. Alguns se tornam evangelistas
mais ativos por um espírito competitivo, tendo um prazer perverso no pensamento
de que Paulo está atado e incapaz de tentar alcançá-los. Outros se tornam
evangelistas mais ativos por amor, um esforço de aliviar Paulo da preocupação
de que expansão do evangelho retrair-se-á devido à sua inatividade forçada.
É
fascinante ver como Paulo recusa-se a julgar as motivações, e está encantado
com o fato de que, seja pela razão que for, o evangelho está sendo pregado.
Poucos de nós têm essa maturidade. Os críticos de Paulo poderão ficar
amargamente ressentidos com o seu sucesso, mas o apóstolo não ficará ressentido
com eles! Em vez disso ele se regozijará por Cristo estar sendo pregado, e
deixará a questão dos motivos para o Senhor.
Porque
sei que disto me resultará salvação (1.19). Paulo não se
refere aqui à sua libertação da prisão. O maior perigo que qualquer um de nós
enfrenta é o desânimo que as dificuldades frequentemente criam” (RICHARDS, L.
O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. 1 ed., RJ: CPAD,
2007, p.437).
SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO
Esperança
em meio à adversidade
É
possível ter esperança em meio à adversidade? Esta pergunta pode parecer mera
retórica, pois uma vez proposta àquele que sofre, mas alienada da sua
realidade, ela ignora o sofrimento e as circunstâncias existenciais que a
maioria dos seres humanos enfrenta no mundo. A consequência não poderia ser
outra: a dissimulação de quem pergunta.
Porém,
esta acusação não se pode fazer ao apóstolo Paulo. A sua esperança na
adversidade está latente quando ele comunica aos seus irmãos: “As coisas que me
aconteceram contribuíram para maior proveito do evangelho” (1.12). Aqui, quem
fala não é uma pessoa que se acampa e um escritório opulento e distante do
sofrimento alheio, mas um ser humano que redige uma mensagem de esperança em um
lugar contrário a qualquer esperança: a prisão. Mas resolutamente encarcerado.
Como alguém como Paulo poderia estar resoluto numa prisão do primeiro século da
era cristã?
A
fé na soberania divina é a chave para entender a tranquilidade do apóstolo. A
partir dela, ele estava convencido de que o seu sofrimento serviria para expandir
o Evangelho entre os gentios. E os filipenses deveriam estar conscientizados
disso também.
O
olhar do apóstolo agora se volta para a necessidade da igreja de Filipos. Paulo
sabe que a igreja é perseguida e sofredora. Embora o apóstolo estivesse cheio
da graça de Deus desejando imediatamente estar com Cristo, ao voltar sua
atenção para a necessidade da comunidade de Filipos ele entra num dilema.
O
dilema paulino é este: “Desejo partir e estar com Cristo”, mas “julgo mais
necessário, por amor de vós, ficar na carne”. Aqui, descobrimos qual a
esperança gloriosa do apóstolo em meio à adversidade: Estar com Cristo. Esta
esperança deve ser a da Igreja também. Mas, em meio ao sofrimento, e após olhar
para o sofrimento alheio, o apóstolo não se julga no direito de partir com
Cristo sabendo que poderia ser um instrumento de Deus para encorajar irmãos na
fé, edificá-los, e encorajá-los a proclamar o Evangelho ao mundo. A lição
apostólica não poderia ser outra: quando olhamos para o sofrimento alheio e
decidimos aliviá-lo brota em nós a esperança de sermos salvos das nossas
adversidades. Estar com Cristo deve ser o nosso anseio, mas enquanto Ele não
vem estaremos com Cristo juntamente com o próximo sofredor. O nosso sofrimento
deve impulsionar-nos a proclamar ao outro aquilo que nos dá esperança: o
Evangelho.
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