terça-feira, 30 de agosto de 2016

PARABOLAS DE JESUS - A PARABOLA DAS BODAS



PARÁBOLAS DE JESUS - MATEUS 22:1—14 —
A PARÁBOLA DAS BODAS


Esse artigo é parte da série "Parábolas de Jesus" e é muito recomendável que o leitor procure conhecer todos os aspectos das verdades contidas nessa série, com aplicações para os nossos dias. No final do artigo você encontrará links para os outros artigos dessa série.

A Parábola das Bodas – Mateus 22:1—14

1 De novo, entrou Jesus a falar por parábolas, dizendo-lhes:

2 O reino dos céus é semelhante a um rei que celebrou as bodas de seu filho.

3 Então, enviou os seus servos a chamar os convidados para as bodas; mas estes
não quiseram vir.

4 Enviou ainda outros servos, com esta ordem: Dizei aos convidados: Eis que já preparei o meu banquete; os meus bois e cevados já foram abatidos, e tudo está pronto; vinde para as bodas.

5 Eles, porém, não se importaram e se foram, um para o seu campo, outro para o seu negócio;

6 e os outros, agarrando os servos, os maltrataram e mataram.

7 O rei ficou irado e, enviando as suas tropas, exterminou aqueles assassinos e lhes incendiou a cidade.

8 Então, disse aos seus servos: Está pronta a festa, mas os convidados não eram dignos.

9 Ide, pois, para as encruzilhadas dos caminhos e convidai para as bodas a quantos encontrardes.

10 E, saindo aqueles servos pelas estradas, reuniram todos os que encontraram, maus e bons; e a sala do banquete ficou repleta de convidados.

11 Entrando, porém, o rei para ver os que estavam à mesa, notou ali um homem que não trazia veste nupcial

12 e perguntou-lhe: Amigo, como entraste aqui sem veste nupcial? E ele emudeceu.

13 Então, ordenou o rei aos serventes: Amarrai-o de pés e mãos e lançai-o para fora, nas trevas; ali haverá choro e ranger de dentes.

14 Porque muitos são chamados, mas poucos, escolhidos.

Introdução

·                     Existem 39 parábolas contadas por Jesus registradas nos Evangelhos. 

·                     As parábolas dos Dois Filhos, dos Lavradores Maus e das Bodas fazem parte da grande confrontação que existiu entre o Senhor Jesus e as lideranças religiosas dos seus dias. 

·                     A parábola das bodas costuma ser confundida com a parábola do grande banquete contada exclusivamente por Lucas – ver Lucas 14:15—24. 

·                     O propósito da parábola é insistir no fato de que aqueles que desprezam a Deus, mesmo sendo altos dignitários religiosos, sofrerão as consequências dos seus atos

I. A Parábola.

A. As Bodas

1. O planejamento

Note a ênfase colocada na pessoa do rei. Ele é quem:

1. Decide celebrar as bodas do seu filho.

2. Envia os convites através de seus servos. Era costume entregar os convites pessoalmente.

3. Reafirma o convite através de outros servos. Era costume relembrar os convidados no dia da festa.

4. Supervisiona todos os preparativos.

5. Faz o convite final: vinde às bodas

2. Os convidados

Os convidados não deram a mínima.

1.Em primeiro lugar não quiseram ir.
2. Depois, no dia das bodas, em vez de atender ao convite preferiram ir cuidar dos seus próprios negócios com alguns tendo ainda a ousadia de espancar a até matar alguns dos servos.

3. A reação do rei

A reação do rei tem dois aspectos:

1. O rei manda então matar aqueles criminosos e incendiar a cidade deles.

2. Manda então que seus servos ajuntem todas as pessoas que eles encontrarem e as tragam para as bodas. Os servos obedecem e agora são bem sucedidos. Todo tipo de pessoa se ajunta, então, para celebrar as bodas. A sala ficou lotada.

4. Um estranho no ninho

·                     O rei confronta um indivíduo que não estava vestido de forma adequada. 
·                     Não obtendo uma resposta apropriada, de fato, não obteve resposta nenhuma, o rei ordena então que o estranho seja lançado fora da festa. 
II. A Explicação da Parábola

1. Essa parábola é consistente com as duas parábolas anteriores:

A Parábola dos Dois Filhos e a Parábola dos Lavradores Maus — e trata da maneira como a liderança religiosa, e pelo exemplo, todo o povo de Israel por extensão, recebiam os convites vindos da parte de Deus através de inúmeros dos seus servos. É Deus quem nos salva! Não podemos salvar-nos a nós mesmos.

2. Deus sempre desejou celebrar a vida com o Seu povo e por este motivo é que ele nos convida.

Quando Deus deu a Lei Sacrificial ao povo que ele havia libertado, a grande maioria dos mandamentos tinha a ver com comparecer na presença de Deus, oferecer os sacrifícios e comer uma boa parte do que era oferecido na presença de Deus, celebrando a comunhão com Deus.

Deus convida sempre:

Isaías 2:5 — Vinde, ó casa de Jacó, e andemos na luz do SENHOR.

Isaías 55:1 — Ah! Todos vós, os que tendes sede, vinde às águas; e vós, os que não tendes dinheiro, vinde, comprai e comei; sim, vinde e comprai, sem dinheiro e sem preço, vinho e leite.

Jeremias 50:5 — Vinde, e unamo-nos ao SENHOR, em aliança eterna que jamais será esquecida.

Ezequiel 33:30 — Vinde, peço-vos, e ouvi qual é a palavra que procede do SENHOR.

Oséias 6:1 — Vinde, e tornemos para o SENHOR, porque ele nos despedaçou e nos sarará; fez a ferida e a ligará.

Miquéias 4:2 — Vinde, e subamos ao monte do SENHOR e à casa do Deus de Jacó, para que nos ensine os seus caminhos, e andemos pelas suas veredas.

Mateus 11:28 — Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei.

Da mesma maneira o rei convida, convida e convida! O período de confraternização possibilitava a oportunidade de anfitrião e convidados de se conhecerem melhor.

Meu pai costumava dizer que: o tempo que a gente gasta ao redor da mesa a gente não envelhece!

3. A recusa dos convidados ilustra bem a história religiosa da nação de Israel.

2 Reis 17:14 — Porém não deram ouvidos; antes, se tornaramobstinados, de dura cerviz como seus pais, que não creram no SENHOR, seu Deus.

Atos 7:51 — Homens de dura cerviz e incircuncisos de coração e de ouvidos, vós sempre resistis ao Espírito Santo; assim como fizeram vossos pais, também vós o fazeis.

4. A recusa dos convidados existia apesar deles saberem que: “o SENHOR, teu Deus, é fogo que consome, é Deus zeloso — Deuteronômio 4:24.

5. Os convidados que recebem o convite e decidem aceita-lo recebem então um conjunto de roupas nupciais.

O rei quer que seus convidados aceitem tudo o que ele tem para oferecer. Deus tem muito para nos oferecer. Somos como o filho pródigo que retorna. Deus manda tirar nossos andrajos e manda nos vestir com roupas novas

6. Entre os convidados encontra-se um homem sem as vestes nupciais.

Confrontado pelo anfitrião acerca de como poderia estar ali sem as vestes apropriadas o homem nada tem para responder.

7. O rei ordena então que o bicão seja lançado fora, nas trevas.

Conclusão:
1. Deus nos convida e deseja que atendamos ao Seu convite com arrependimento, que recebamos o perdão gracioso que Ele tem para nos oferecer e que façamos resplandecer a Sua justiça. Esse é o significado das roupas nupciais. Somos todos salvos exclusivamente pela graça de Deus.

2. A tentativa humana de ajudar no processo de salvação é semelhante à tentativa do homem que estava presente nas bodas sem estar adequadamente vestido. Foi posto para fora! Precisamos entender que, de acordo com Isaías: “Mas todos nós somos como o imundo, e todas as nossas justiças, como trapo da imundícia; todos nós murchamos como a folha, e as nossas iniqüidades, como um vento, nos arrebatam” — Isaías 64:6. E mais temos que prestar muita atenção às palavras de Jesus quando disse: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vem ao pai senão por mim” – João 14:6.

3. Aqueles que se aproximam de Deus respeitando as regras estabelecidas por Deus, podem dizer como o profeta Isaías: “Regozijar-me-ei muito no SENHOR, a minha alma se alegra no meu Deus; porque me cobriu de vestes de salvação e me envolveu com o manto de justiça – Isaías 61:10

4. O Apóstolo João nos diz já próximo do final do livro do Apocalipse que: “Então, ouvi uma como voz de numerosa multidão, como de muitas águas e como de fortes trovões, dizendo: Aleluia! Pois reina o Senhor, nosso Deus, o Todo-Poderoso. Alegremo-nos, exultemos e demos-lhe a glória, porque são chegadas as bodas do Cordeiro, cuja esposa a si mesma já se ataviou, pois lhe foi dado vestir-se de linho finíssimo, resplandecente e puro” — Apocalipse 19:6—8

5. Que possamos aceitar o convite de Deus e como Seus servos possamos estender este glorioso convite às pessoas que estão ao nosso redor e que sem encontram perdidas

O QUE ACONTECE QUANDO MORREMOS?



O Que Acontece Quando Morremos?
Por Frank Brito

“Mas Deus lhe disse: Insensato, esta noite te pedirão a tua alma; e o que tens preparado, para quem será?” (Lucas 12:20)

O que acontece quando morremos? Esta é, de longe, uma das perguntas mais importantes que qualquer ser humano pode se fazer. A parábola que Jesus contou sobre o rico insensato reflete isso:

“Propôs-lhes então uma parábola, dizendo: O campo de um homem rico produzira com abundância; e ele arrazoava consigo, dizendo: Que farei? Pois não tenho onde recolher os meus frutos. Disse então: Farei isto: derribarei os meus celeiros e edificarei outros maiores, e ali recolherei todos os meus cereais e os meus bens; e direi à minha alma: Alma, tens em depósito muitos bens para muitos anos; descansa, come, bebe, regala-te. Mas Deus lhe disse: Insensato, esta noite te pedirão a tua alma; e o que tens preparado, para quem será? Assim é aquele que para si ajunta tesouros, e não é rico para com Deus”. (Lucas 12.16-21)

O rico da parábola tinha como meta principal aproveitar o máximo a suas próprias riquezas por muitos anos: “Alma, tens em depósito muitos bens para muitos anos; descansa, come, bebe, regala-te”. (v.18) Sua perspectiva sobre seu próprio futuro era exclusivamente o de viver aproveitando os deleites da riqueza. Suas ações no presente eram somente meios para este fim. A expectativa do juízo de Deus não fazia parte da equação pela qual ele media seus atos. Por isso, apesar de ser materialmente rico, ele “não era rico para com Deus” (v. 21). O que acontece quando morremos? Isso nos ensina duas coisas fundamentais:

1) Os homens são julgados por Deus no momento da morte.

Os homens poderão até evitar um juízo mais duro da parte de Deus enquanto vivem na terra, mas o juízo do Senhor é inevitável e inescapável no momento da morte. Jesus disse: “Insensato, esta noite te pedirão a tua alma; e o que tens preparado para quem será?” (v.20). Naquela mesma noite ele teria que prestar contas de sua vida. Naquela noite ele seria julgado pela maneira que viveu.

2) O veredicto é baseado no que aconteceu durante a vida.

“Insensato, esta noite te pedirão a tua alma; e o que tens preparado para quem será?” (v.20). Um dos meios mais eficazes de Satanás conduzir os homens ao inferno é convencendo-as que podemos fazer o que quisermos nesta vida porque depois de mortos é que a gente resolve os nossos problemas com Ele. Jesus chamou isso de tolice e deixou claro que o veredicto seria baseado no que ele tinha feito antes de morrer e que depois de morto não há mais meios de alterá-lo.

O SONO DA ALMA

Ateus e agnósticos costumam defender que o homem é feito inteiramente de matéria e, sendo assim, o ser humano simplesmente deixa de existir como ser humano mediante a morte, restando somente o cadáver. Os defensores do sono da alma – os aniquilistas – como Adventistas do Sétimo Dia e Testemunhas de Jeová defendem algo parecido. Eles também dizem que, mediante a morte, o ser humano entra em estado de inconsciência. A diferença é que ateus e agnósticos acreditam que é um estado permanente e irreversível, enquanto os aniquilistas defendem que o estado de inconsciência é somente até a ressurreição na Segunda Vinda de Cristo. O principal argumento para defender essa posição é que a Bíblia frequentemente compara a morte com o ato de dormir:

“Não quero, porém, irmãos, que sejais ignorantes acerca dos que já dormem, para que não vos entristeçais, como os demais, que não têm esperança. Porque, se cremos que Jesus morreu e ressuscitou, assim também aos que em Jesus dormem, Deus os tornará a trazer com ele”. (I Tessalonicenses 4:13-14)

Segundo os aniquilistas, morrer é equivalente a dormir porque quando morremos entramos em um estado de inconsciência. O primeiro erro desse argumento é o simples fato de que quando nós dormimos não entramos em um estado de inconsciência. Com exceção daqueles que sofreram sérios danos cerebrais, nós sonhamos sempre que dormirmos. Muitos dizem não sonhar, mas na realidade o que acontece é que não se lembram do sonho. A mente não “desliga” quando dormimos. A Bíblia é repleta de pessoas sonhando quando dormem. Isso, por si só, é suficiente para provar que quando a Bíblia compara a morte com o ato de dormir, a intenção não é dizer que quando morremos nos tornamos inconscientes simplesmente porque, biblicamente, dormir não significa estar inconsciente. José, enquanto dormia, não estava em estado de inconsciência, mas estava conversando com um anjo sobre Jesus:

“E, projetando ele isso, eis que em sonho lhe apareceu um anjo do Senhor, dizendo: José, filho de Davi, não temas receber a Maria, tua mulher, pois o que nela se gerou é do Espírito Santo; ela dará à luz um filho, a quem chamarás JESUS; porque ele salvará o seu povo dos seus pecados. Ora, tudo isso aconteceu para que se cumprisse o que fora dito da parte do Senhor pelo profeta: Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho, o qual será chamado EMANUEL, que traduzido é: Deus conosco. E José, tendo despertado do sono, fez como o anjo do Senhor lhe ordenara, e recebeu sua mulher”. (Mateus 1:20-24)

Mas se dormir não significa que a mente entra em estado de inconsciência, por que a Bíblia faz essa comparação então? Por dois motivos. Primeiro, a relação do morto com o mundo ao seu redor é semelhante à relação de quem dorme com o ambiente ao seu redor. Os mortos não interagem com os vivos da mesma forme que os que dormem não interagem com os que estão acordados. Segundo, se estamos dormindo, isso significa que em algum momento vamos acordar:

“E, tendo assim falado, acrescentou: Lázaro, o nosso amigo, dorme, mas vou despertá-lo do sono. Disseram-lhe, pois, os discípulos: Senhor, se dorme, ficará bom. Mas Jesus falara da sua morte; eles, porém, entenderam que falava do repouso do sono. Então Jesus lhes disse claramente: Lázaro morreu”. (João 11:11-14)

Jesus não disse que Lázaro estava literalmente dormindo. Dormir era uma figura de linguagem para dizer que Lázaro não iria ficar permanentemente morto, mas que iria ressuscitar. O objetivo da Bíblia ao comparar os mortos com aqueles que dormem, não é dizer que estão em estado de inconsciência, mas é dizer que um dia irão ressuscitar. Como em outra ocasião:

“Enquanto ainda lhes dizia essas coisas, eis que chegou um chefe da sinagoga e o adorou, dizendo: Minha filha acaba de falecer; mas vem, impõe-lhe a tua mão, e ela viverá. Levantou-se, pois, Jesus, e o foi seguindo, ele e os seus discípulos… Quando Jesus chegou à casa daquele chefe, e viu os tocadores de flauta e a multidão em alvoroço, disse; Retirai-vos; porque a menina não está morta, mas dorme. E riam-se dele. Tendo-se feito sair o povo, entrou Jesus, tomou a menina pela mão, e ela se levantou”. (Mateus 9:18-25)

Da mesma forma que José, enquanto dormia, não estava inconsciente, mas conversava com um anjo, aqueles que morrem também não entram em estado de inconsciência, mas são transportados, em espírito, para o céu ou para o inferno.

QUANDO MORRER É LUCRO

“Porque para mim o viver é Cristo, e o morrer é lucro. Mas, se o viver na carne resultar para mim em fruto do meu trabalho, não sei então o que hei de escolher. Mas de ambos os lados estou em aperto, tendo desejo de partir e estar com Cristo, porque isto é ainda muito melhor; todavia, por causa de vós, julgo mais necessário permanecer na carne”. (Filipenses 1:21-24)

Aqui o Apóstolo, já no fim de sua carreira, comenta que ele estava dividido sobre o que ele queria para si mesmo – “de ambos os lados estou em aperto”. Por um lado, ele queria continuar vivo para poder continuar a servir de instrumento para a edificação da Igreja. Por outro lado, ele queria morrer para estar com Cristo. Isso significa que, mediante a morte, os crentes são imediatamente transportados à presença de Cristo nos céus. É por isso que a morte seria “muito melhor” do que continuar vivo. Enquanto vivo, Cristo está espiritualmente conosco, mas não corporalmente. Quando morremos, somos transportados à presença de Cristo no céu.

É importante notar também as expressões que ele usa para se referir à viva e à morte. Continuar vivo é “permanecer na carne” e que morrer é “partir”. Isso reflete a ideia anterior de que quando morremos, somos transportados à presença de Cristo. Evidentemente, não somos corporalmente transportados ao céu. O que é transportado é nossa alma. Continuar vivo é permanecer na carne porque quando morremos nossa alma deixa nosso corpo. Diversos textos bíblicos refletem isso:

“Então se estendeu sobre o menino três vezes, e clamou ao SENHOR, e disse: O SENHOR meu Deus, rogo-te que a alma deste menino torne a entrar nele. E o SENHOR ouviu a voz de Elias; e a alma do menino tornou a entrar nele, e reviveu. E Elias tomou o menino, e o trouxe do quarto à casa, e o deu a sua mãe; e disse Elias: Vês aí, teu filho vive. Então a mulher disse a Elias: Nisto conheço agora que tu és homem de Deus, e que a palavra do SENHOR na tua boca é verdade”. (I Reis 17:20-24)

“Estando ele ainda falando, chegou um dos do príncipe da sinagoga, dizendo: A tua filha já está morta, não incomodes o Mestre. Jesus, porém, ouvindo-o, respondeu-lhe, dizendo: Não temas; crê somente, e será salva. E, entrando em casa, a ninguém deixou entrar, senão a Pedro, e a Tiago, e a João, e ao pai e a mãe da menina. E todos choravam, e a pranteavam; e ele disse: Não choreis; não está morta, mas dorme. E riam-se dele, sabendo que estava morta. Mas ele, pondo-os todos fora, e pegando-lhe na mão, clamou, dizendo: Levanta-te, menina. E o seu espírito voltou, e ela logo se levantou; e Jesus mandou que lhe dessem de comer”. (Lucas 8:49-55)

“E, estando um certo jovem, por nome Êutico, assentado numa janela, caiu do terceiro andar, tomado de um sono profundo que lhe sobreveio durante o extenso discurso de Paulo; e foi levantado morto. Paulo, porém, descendo, inclinou-se sobre ele e, abraçando-o, disse: Não vos perturbeis, que a sua alma nele está”. (Atos 20:9-10)

Isso deixa claro que, mediante a morte, a alma deixa o corpo e que, exceto em casos extraordinários de ressurreição, as almas dos justos são imediatamente transportadas à presença de Cristo no céu. O Apocalipse também deixa isso claro:

“E, havendo aberto o quinto selo, vi debaixo do altar as almas dos que foram mortos por amor da palavra de Deus e por amor do testemunho que deram. E clamavam com grande voz, dizendo: Até quando, ó verdadeiro e santo Dominador, não julgas e vingas o nosso sangue dos que habitam sobre a terra?” (Apocalipse 6:9-10)

“Depois destas coisas olhei, e eis aqui uma multidão, a qual ninguém podia contar, de todas as nações, e tribos, e povos, e línguas, que estavam diante do trono, e perante o Cordeiro, trajando vestes brancas e com palmas nas suas mãos; E clamavam com grande voz, dizendo: Salvação ao nosso Deus, que está assentado no trono, e ao Cordeiro. E todos os anjos estavam ao redor do trono, e dos anciãos, e dos quatro animais; e prostraram-se diante do trono sobre seus rostos, e adoraram a Deus, Dizendo: Amém. Louvor, e glória, e sabedoria, e ação de graças, e honra, e poder, e força ao nosso Deus, para todo o sempre. Amém. E um dos anciãos me falou, dizendo: Estes que estão vestidos de vestes brancas, quem são, e de onde vieram? E eu disse-lhe: Senhor, tu sabes. E ele disse-me: Estes são os que vieram de grande tribulação, e lavaram as suas vestes e as branquearam no sangue do Cordeiro. Por isso estão diante do trono de Deus, e o servem de dia e de noite no seu templo; e aquele que está assentado sobre o trono os cobrirá com a sua sombra. Nunca mais terão fome, nunca mais terão sede; nem sol nem calma alguma cairá sobre eles. Porque o Cordeiro que está no meio do trono os apascentará, e lhes servirá de guia para as fontes das águas da vida; e Deus limpará de seus olhos toda a lágrima”. (Apocalipse 7:9-17)

O templo terrestre do Antigo Pacto era uma sombra do templo do Novo Pacto – o céu. “Porque Cristo não entrou num santuário feito por mãos, figura do verdadeiro, porém no mesmo céu, para agora comparecer por nós perante a face de Deus” (Heb 9:24). O céu é um lugar real no qual Cristo está com o mesmo corpo que ressuscitou. “Ora, o Senhor, depois de lhes ter falado, foi recebido no céu” (Marcos 16:19). É por isso que, no Apocalipse, João diz que viu que os mártires estavam “diante do trono de Deus, e o servem de dia e de noite no seu templo”. O templo é o céu. É por isso que ele diz também que estavam “debaixo do altar”. O altar era uma parte do templo. Com Paulo explicou também aos Coríntios: “Porque sabemos que, se a nossa casa terrestre deste tabernáculo se desfizer, temos de Deus um edifício, uma casa não feita por mãos, eterna, nos céus. E por isso também gememos, desejando ser revestidos da nossa habitação, que é do céu; Se, todavia, estando vestidos, não formos achados nus. Porque também nós, os que estamos neste tabernáculo, gememos carregados; não porque queremos ser despidos, mas revestidos, para que o mortal seja absorvido pela vida. Ora, quem para isto mesmo nos preparou foi Deus, o qual nos deu também o penhor do Espírito. Por isso estamos sempre de bom ânimo, sabendo que, enquanto estamos no corpo, vivemos ausentes do Senhor (Porque andamos por fé, e não por vista). Mas temos confiança e desejamos antes deixar este corpo, para habitar com o Senhor. Pois que muito desejamos também ser-lhe agradáveis, quer presentes, quer ausentes”. (II Coríntios 5:1-9)

O que Paulo diz ai é essencialmente o mesmo que ele diz aos Filipenses. “Enquanto estamos no corpo vivemos ausentes do Senhor”, mas quando deixamos este corpo, isto é, quando morremos, nossa alma é imediatamente recebida nos braços do Senhor no céu.

PARA QUE A RESSURREIÇÃO E O JUÍZO FINAL?

Um argumento muito frequente entre os aniquilistas é o seguinte:

– Se, mediante a morte, os homens já são julgados e transportados para o céu ou para o inferno, qual seria a necessidade de haver a ressurreição e o juízo final depois?

A pergunta pode ser respondida com outra pergunta: Se Faraó já será julgado no juízo final, porque Deus já o julgou afogando-o no mar vermelho? O juízo final é o juízo final e não o juízo único. Deus não julga o homem uma única vez para nunca mais julgar. Deus julgou Faraó com diversas pragas, afogando no mar vermelho, lançando sua alma no inferno e, no juízo final, o julgará de novo lançado ele de corpo e alma no lago de fogo (Ap 20:15). Na morte dos ímpios, somente suas almas são entregues ao inferno, mas não seus corpos. Da mesma forma, na morte dos justos, somente suas almas vão para a presença de Deus, mas não seus corpos. Mas Deus é o criador tanto da alma quanto do corpo (Zc 12:1) e, portanto, ele salva e condena tanto a alma quanto o corpo.

Como desde o princípio de nossa existência, nós sempre tivemos com nosso corpo, nós não sabemos qual é a sensação de ser uma alma sem o corpo. Não temos meios de saber ao certo que diferença faz porque a Bíblia não entra em detalhes sobre isso. Mas, se Deus trata a ressurreição como algo importante, devemos inferir que a alma sem o corpo tem alguma sensação de que ainda falta alguma coisa. Se o corpo fosse desnecessário, a ressurreição não seria importante. Como a ressurreição é importante, segue-se que a alma sem o corpo tem a consciência de que ainda é um indivíduo incompleto. O que podemos saber com toda certeza é que, depois do juízo final, o tormento dos ímpios e a alegria dos justos serão mais intensos e completos por conta do corpo.